Pedofilia, um direito cultural cimentado pela religião?

Pedofilia Legal

Menina de oito anos obrigada a casar-se. Religião esclavagista?

Uma notícia da imprensa internacional, reveladora das estruturas da pedofilia de fundo religioso e legal, corre perigo de passar desapercebida.

Nujud Nassar, menina de oito anos, foi obrigada a casar-se com Ali Thamar de 30 anos. Depois de dois meses de martírio, de pancada e sexo, conseguiu fugir do marido e do pai que a tinha coagido a casar-se.

A menina conseguiu apresentar queixa no tribunal de Sanaa, no Iémen, contra o marido solicitando o divórcio e contra o pai solicitando uma pena pelo facto de lhe ter batido e ameaçado com a violação caso ela não obedecesse.

Segundo a lei o marido e o pai não infringiram a lei que permite a poligamia até quatro mulheres e a pancada como meio de educação. O próprio Corão consagra o direito do homem a bater na mulher para a disciplinar. O tribunal declarou a dissolução do casamento mas condenou a menina a pagar uma indemnização à família do ex-marido. Entretanto 150 euros oferecidos por uma pessoa anónima já foram enviados à família do ex-marido. A menina passou a viver em casa dum tio à espera de ser entregue aos cuidados duma organização.

Em países islâmicos a coacção ao casamento faz parte da normalidade. Até numa nação como a Turquia se chegam a observar casamentos forçados.

No Iémen os casamentos forçados dão-se legalmente. Os casamentos arranjados com crianças e adolescentes estão na ordem do dia.

A pedofilia é assim coberta pela lei e pela religião. Esta barbaridade legal contra as crianças, seja ela embora fundamentada no exemplo do profeta Maomé, constitui um atentado contra a humanidade. Maomé vivia em tempos em que a brutalidade contra mulheres e crianças era coisa normal. Depois de 1400 anos era de esperar uma certa evolução.

Daqui se vê que, nos países em que a sociedade civil não tem chances, a tirania do grupo contra o indivíduo, se perpetua, em nome dos costumes e da religião.

Será que os direitos humanos deverão limitar-se a ser fenómenos de miragens em culturas agrestes? A nível político, religioso, económico e dos Media quem cala consente. Tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta!

A nível internacional o respeito pelas culturas implica automaticamente o desrespeito pela pessoa. A política internacional, congruente com a lei do mais forte, cala as práticas desumanas culturais aceitando-as tacitamente como dado natural. O negócio branqueia tudo. Tem-se a coragem de, hipocritamente, falar contra a escravatura dos séculos passados, mas a cobardia de se ignorar a escravatura e a crueldade vigente no mundo actual.

Quem aqui na Europa luta pela dignificação dos animais deveria incluir também no seu programa um dia pela defesa de crianças que, noutras partes da terra, não atingem, sequer, a consideração legal que um cão chega a ter, justamente, nos nossos meios.

António da Cunha Duarte Justo

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

2 comentários em “Pedofilia, um direito cultural cimentado pela religião?”

  1. Infelizamente vivemos numa sociedade hipócrita.Fazem guerras em nome de pseudo-liberdades,mas a verdade é somente em beneficio das indústrias bélicas…A cada 10 horas uma criança é brutalmente assassinada,outras tantas morrem de fome,milhões delas vivem em condições sub-humanas,escravas sexuais e trabalhos forçados,onde roubam suas infâncias e vidas…Uma brutalidade mascarada em nome de religões,costumes,culturas,etc…
    Quanto aos animais,não deveriamos nos preocupar tanto,eles tem-se saído muito melhor do que os seres humanos.A crueldade está nos seres “pensantes”!Tenho lá minhas dúvidas se são os animais os irracionais…
    Um grande abraço e obrigada pela visita!
    Pan

  2. Os animais seguem a lei natural
    O Homem criou a lei positiva, que, na sua generalidade, é obra dos mais fortes e à sua disposição.
    Obrigado pela visita.
    António Justo

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