Natal – Tempo da Intimidade e da Tradição


Nos países nórdicos é impossível imaginar-se Natal sem velas em casa. O brilho confortável e privado das velas cria uma atmosfera familiar. Jesus, a luz do mundo, está mais ou menos presente em cada vela independentemente do credo que a acende.

Especialmente nestes países o período de Natal é a quadra da expressividade e da introspecção. A escuridão ambiental convida à sua compensação com o brilho das luzes e à descoberta da luz interior em contraposição à atmosfera depressiva, própria da estacão invernosa, e à margem do barulho do meio-dia. Nesta época os dias são mais curtos pelo que, ao entardecer, por todo o lugar a atmosfera sombria e deprimente é contrastada com um mar de luzes nos centros das cidades e pelos mais variados enfeites luminosos nas janelas das casas e nos jardins.

A época natalícia inicia-se com o primeiro dia de advento. Em todas as casas se tem à mesa a Coroa de Advento feita de ramo de abeto, com quatro velas. Começa-se por acender uma vela no primeiro domingo de Advento, duas no segundo e assim por diante. No dia de natal a luz torna-se mais intensa.

É geral o costume do uso dos calendários do Advento. As famílias compram ou elaboram calendários de advento com 24 portas, tendo em cada porta uma oferta, um chocolate ou outra coisa qualquer a tirar em cada dia que passa. A primeira porta é aberta no dia um de Dezembro. As crianças, de manhã ao levantarem-se, abrem um portal do seu calendário e recolhem a oferta, alegrando-se assim por mais um dia que as aproxima mais do dia de Natal.

Há calendários do Advento para todos os gostos e bolsas. Para adultos também há os calendários que põe detrás de cada porta escondem uma ideia importante. Não faltam até os calendários de advento para gatos e cães. O Menino Jesus veio não só trazer alegria e salvação para o homem mas também para toda a natureza, que comunga do seu ser.

Nos centros das cidades e das aldeias realiza-se a tradicional “Feira de Natal”. Por todo o lado cheira a canela, a ponche, vinho quente e outras delícias do olfacto e do paladar ascendentes das mais diversas tendas. Na feira bebe-se uma bebida quente, comem-se maçãs quentes com chocolate e outras guloseimas enquanto as crianças andam nos cavalinhos. Nesta feira encontra-se de tudo, além de figuras de lendas conhecidas há grande variedade de objectos e trabalhos manuais regionais relativos à época.

Em muitos lugares, estas feiras permanecem desde o primeiro dia do Advento até ao dia de Reis, 6 de Janeiro.

Por todo o lado, apesar do stress próprio destes dias, respira-se a emocionalidade, com concertos e encontros natalícios das mais diversas organizações. Assim, as pessoas, ao som de músicas natalícias, satisfazem a suas necessidades sensoriais e emocionais. É o tempo alto do coração.

No dia 6 de Dezembro vem o São Nicolau a todos os jardins-de-infância distribuindo ofertas que as próprias crianças anteriormente fizeram. No mesmo dia, à noite, as crianças e os adolescentes vão de porta em porta onde cantam ou recitam uma estrofe na esperança duma dádiva. Neste mundo fabuloso, o olhar das crianças ganha mais brilho, reflecte o bem, o brilho das velas e das estrelas.

Cada terra tem as suas especialidades próprias para a época natalícia. Junto a Fulda, Alemanha, no centro da cidade de Schlitz, há a tradição de se montar uma vela com 42 metros de altura que permanece acesa durante todo o Advento.

Aqui na Alemanha há uma tradição exemplar de, nas famílias, normalmente se usarem velas, velas de chá em invólucros avermelhados ou doutros tons de cor quente que, mesmo fora da época natalícia continuam a emprestar à atmosfera um sentimento de intimidade e de sensação agradável.

Nesta época a solidariedade é muito grande havendo iniciativas de ofertas para as mais diversas necessidades. Não se encontrasse Jesus escondido em cada um e especialmente nos mais necessitados.

Também se encontram, como é comum por todo o lado, os queixosos que se lamentam com tão amontoamento de sentimento.

Tradição Portuguesa

Da tradição portuguesa não falo porque pressuponho conhecida. Este ano, na Avenida dos Aliados, no Porto, os portuenses construíram a maior Árvore de Natal da Europa. Ela tem 76 metros de altura, 2,4 milhões de micro lâmpadas, 28.000 metros de mangueira luminosa e 500 metros de néon. Muitas das ruas do Porto encontram-se com decorações luminosas realmente artísticas e originais, onde se revê o grande espírito criativo português. É mais uma boa oportunidade para se visitar o Porto à noite.

António da Cunha Duarte Justo

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

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