Razões da Crise dos Estados na União Europeia

A Queda do Socialismo favoreceu a Degradação social ocidental (2)

António Justo

Com a queda do socialismo real da União Soviética, a Europa deixa de viver mortificada, na sua sombra. Com o passo da reunificação da Alemanha, a EU pretende ser uma grande potência, ao lado dos USA. Para isso, cria a Zona Euro, com uma moeda comum capaz de enfrentar o Dólar. O Euro torna-se num desafio ao Dólar e a quem ganha com ele.

A União Europeia quis a Concorrência e a Alemanha tomou-a a Sério

No ano 2000 os chefes do governo da União Europeia optaram, em Lisboa, por uma agenda de reformas tendente a fazer da Europa a “região mais competitiva do mundo com uma economia baseada na dinâmica do conhecimento”, até 2010.

O governo alemão do chanceler Gerhard Schröder (2003 a 2005) tomou a sério a decisão de Lisboa e elaborou a Agenda 2010 iniciando a “Reforma do Estado social alemão e do mercado de trabalho”. A Alemanha, com o pretexto de melhorar “as condições para um maior crescimento e mais empregos” e de querer “transformar o Estado social e renová-lo”, sob a coligação de esquerda SPD/VERDES, conseguiu envolver na Agenda 2010 as diferentes forças sociais da nação e impô-la ao operariado. Com esta agenda os trabalhadores perderam muitos dos direitos anteriores e iniciou-se um verdadeiro ataque à economia social de mercado.

Muitos benefícios foram excluídos do catálogo da segurança social. As contribuições previdenciárias para a reforma foram elevadas para 19,5% do salário bruto. Na reforma da segurança social em vez de ser combatido o desemprego passa a ser castigado o desempregado. A economia começou a florescer mas os salários não sofreram os aumentos adequados; por todo o lado a sociedade alemã sofreu cortes nas condições de bem-estar. Mesmo assim o nível social dos alemães manteve-se devido à política de manter os bens de consumo baratos e a uma exportação capaz de competição. Esta política colocou a Alemanha numa posição de relevo em relação a toda a Europa. As nações fortes da Zona Euro ao não aplicarem atempadamente um programa semelhante à Agenda 2010 cada vez se desestabilizam mais, vendo a Alemanha passar-lhes à frente.

Os trabalhadores alemães, que tinham suportado a renúncia a aumentos reais durante os últimos 12 não vêem com bons olhos economias menos coerentes sem tanta disciplinação; além disso não compreendem o desperdício de capitais da EU aplicados em sectores não produtivos das zonas da periferia. Acham atrevida a política duma Irlanda que por um lado recebe apoios financeiros da EU e por outro lado levanta poucos impostos às empresas o que leva empresários alemães a sediar-se lá para não pagarem tantos impostos.

O Estado paternalista questiona-se

Com o início da política de globalização, os Estados fortes reduziram os impostos dos ricos para estes se fortalecerem e afirmarem contra firmas concorrentes estrangeiras. Passou-se a não apostar no trabalho dos operários mas no capital. Este é investido onde há maior número de consumidores e onde os ordenados dos trabalhadores são mais baixos. Por seu lado, o Estado socializa a pobreza, favorece as condições de investimento às elites do capital oferecendo-lhe terrenos e uma camada social precária disponível com leis favorecedoras dos despedimentos. Favorece-se a riqueza anónima produzida por acções (dinheiro) e renuncia-se à capacidade de criar riqueza fruto da economia real. A classe média é oprimida com exagerados impostos; o trabalhador é obrigado a renunciar a bens sociais adquiridos e a aceitar novas contribuições. Por outro lado os Estados perdem muitos dos capitalistas que geraram porque muitos destes para não pagarem impostos radicam-se em paraísos fiscais como o Dubai, mandam fazer os produtos na China e comercializam-nos na Europa. O Estado abdicou perante o capitalismo neoliberal.

 

As Oligarquias do Capital agem e os Estados adaptam-se

As oligarquias económicas e ideológicas (à semelhança das famílias nobres de outrora) instalam-se nos lugares estratégicos das instituições da EU e estabelecem redes coerentes de influências a nível de governos, bancos, partidos, administrações etc. Conseguem subjugar os Estados através da corrupção solidária de seus responsáveis; conseguem impor-se nas universidades através do acordo de Bolonha, instrumentalizando os seus professores e disciplinando os estudantes; conseguem impor o neoliberalismo económico e consequentemente desautorizar os sindicatos que vêem os seus sócios cada vez mais reduzidos, devido à diminuição de empregos seguros (reestruturação das empresas) e à concorrência do operariado entre si; conseguem ainda fomentar a agressão contra instituições morais como a Igreja para melhor conseguirem impor uma moral rasteira acrítica, ao nível das necessidades primárias utilitárias. Estabelece-se uma oligarquia corrupta e solidária por toda a EU com o seu “quartel geral” em Bruxelas. Esta consegue cedências de soberania das nações (Estados) que o povo ainda não outorgaria. Também por isso Bruxelas não estava interessada no controlo dos empréstimos que fazia. A crise financeira de 2008 acordou a EU dum grande sonho.

Os países da periferia tinham-se deixado ir na corrente enquanto as suas elites se aproveitavam dos créditos da União Europeia, em parte, em proveito próprio. Quem se aproveitou da EU foi a camada média superior e a camada alta, encostadas ao Estado. Como a nação portuguesa não tinha mãos para sustentar estômago tão grande o Estado teve que ir à falência.

A Troica, em vez de exigir responsabilidade aos corruptos que se aproveitaram do Estado deixa-os à sota e castiga o povo. Agora, o povo reconhece-se entregue às feras e ladra e uiva. A opinião publicada fomenta a inveja latente no cidadão desviando as atenções dos perdedores para aqueles que ainda têm ordenados e empregos estáveis mais ou menos justos/humanos. Muitos pobres, mantidos por um estado paternalista interessado em impedir o desenvolvimento do descontentamento e do comunismo no seu seio, são agora colocados à chuva; não há nenhum sistema real capaz de contrabalançar o regime dominante. Não há modelos! O próprio comunismo chinês tornou-se num socialismo de estado capitalista! O Estado imprime dinheiro para dar aos bancos mas a inflação paga-a o consumidor. O crash financeiro que deveria ter penalizado os usurários do dinheiro serviu para empobrecer o cidadão e enriquecer a alta finança ligada aos bancos e aos seguros.

Urge a revolução dos honestos – Um Purgatório para todos

Antes a moral reservava o inferno para os ricos e o céu para os pobres: uma justiça adiada; hoje prefere-se a injustiça do dia-a-dia: as oligarquias ao tornarem-se as fabricantes da moral, já não lhes chega a terra, reservam-se também o paraíso para elas e banem os carentes, moral e socialmente, para o inferno. Até as democracias são usadas como plinto para jogos de influências possibilitadoras da organização criminosa, com impunidade civil e penal, a uma elite bárbara que utiliza o enredamento cúmplice de sistemas estatal, político, judiciário e empresarial para enriquecimento próprio. O compadrio entre irmãos, companheiros, camaradas e sócios destrói a independências dos poderes de Estado, Executivo, Legislativo e Judiciário. O quaro poder, os Media, não controlam; numa sociedade de concorrência entre ideais e interesses, cada vez se tornam mais dependentes das encomendas publicitárias e políticas. Os intelectuais críticos não ligados a uma facção ideológica ou política são marginalizados.

Constata-se que o dinheiro nas mãos dos poucos magnates financeiros desregulados não produz riqueza social; pelo contrário, destrói Estados, lugares de trabalho e empresas: a sua filosofia reduz-se à especulação, considerando também o trabalhador como mercadoria. Solidariedade e bem-estar para todos são-lhe palavras estranhas. Arruinaram a vida próspera do cidadão (economia social de mercado) e levaram a massa proletária à dependência do imediato, sem possibilidade de fazer planos económicos e familiares. Estão interessados em destruir a classe média, o braço direito dum estado florescente. De facto, quem não tem nada a defender não vai lutar pelo que não tem. O político transforma-se em mercenário do capital; procura também racionar tudo o que é despesa com trabalhadores públicos para que o que aí poupa seja canalizado para os magnates do capital, os únicos beneficiadores do que se poupa com o Estado e com o seu enfraquecimento. O Estado encontra-se assediado pela classe dos corruptos que com os seus afilhados preparam as leis parlamentares de maneira a servi-la.

O povo encontra-se numa situação tão depauperada (desorientação, analfabetismo político e social) que elege o palavreado daqueles que prometem o que ele deseja. As pessoas, desabituadas da solidariedade, pensam que não há solução para os problemas e contentam-se em criticar tudo e todos. O Estado encontra-se à pilhagem, o governo e o parlamento não têm legitimação ética nem competência para reorganizar um Estado que sirva uma nação honrada. Um pequeno exemplo: os governos depois do 25 de Abril assaltaram as Caixas de Previdência e ilibaram o Estado como entidade patronal de pagar contribuições para a Segurança social (CGA, ADSE) até 2005 (fala-se de um desfalque de 70.000 milhões de euros na Segurança Social). O buraco provocado tem de ser agora preenchido pelos empréstimos da Troika.

Hoje seria um dever patriótico dos Estados fazer uma revolução contra os Dinossauros do capital, e o saneamento da corrupção estruturada, o que pressuporia um golpe de estado dentro do estado. A maior revolução seria a mudança de mentalidade.

Os dinos continuarão a subir até que o povo descubra a solidariedade como única maneira de subir e competir com eles. Não se pode esquecer que a natureza tem duas maneiras de se afirmar: uma através da selecção (lei do mais forte) e a outra através da solidariedade/colaboração dos menos fortes entre si, contra as adversidades.

De que importa a limpidez das verdades que se reconhecem com a inteligência se o coração por onde passam se encontra turvo.

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@gmail.com

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A Queda do Socialismo favoreceu a Degradação social ocidental (1)

Da Economia social para a Desregulação capitalista liberal

António Justo

Os donos do dinheiro e do poder atacam sistematicamente o padrão da economia social europeia que permitia uma vida honrada e perspectivas de futuro com segurança para a maioria da população. Este sistema conseguiu gerar o milagre económico alemão e um bem-estar geral na Europa. Hoje é desmontado pela filosofia económica e social anglo-saxónica e pela visão asiática, aliada ao desejo duma EU que se quer afirmar em relação à América e à Asia.

Até 1998 a Europa tinha uma ordem económica de mercado social orientada para o bem-estar de toda a população. Possibilitava uma classe média abrangente e uma classe baixa remediada e uma classe alta reduzida de ricos mas com uma certa consciência social. O imposto sobre o consumo era insignificante; o imposto sobre os ricos era superior a 50% e as leis laborais tinham em conta a dignidade humana. Com a queda do socialismo (União Soviética) deixou de haver uma força concorrente que metia medo a um capitalismo desalmado e motivava os Estados ocidentais a tomar medidas económicas que possibilitavam a existência dum capitalismo de rosto humano. Na concorrência entre o bloco ocidental e o do leste, as elites económicas e políticas ocidentais estavam empenhadas em conseguir melhor nível de vida para os seus cidadãos e em demonstrá-lo; tinham de convencer com o melhor nível de vida dos seus cidadãos a sua superioridade perante o socialismo.

Emanuel Kant resumia toda a ética económica europeia ao princípio do “bem-comum” como princípio superior de acção. Ao contrário, o pragmatismo económico anglo-saxónico pensa resolver o problema do bem-comum através do ditado económico dum mercado que tudo regula.

A estratégia da União Europeia para se tornar a primeira referência económica do mundo e os exageros do paternalismo de Estado ajudaram os gangsters do dinheiro a impor ao Estado social um liberalismo económico selvagem.

A política social e económica, em nome de um racionalismo e utilitarismo absorvente, foi destruída, de dia para dia, e com ela a coesão social que antes havia. A solidariedade só pode ser cimentada por uma emotividade ética que leva à relação humana entre patronato e operariado. A redução do ideário nacional / individual ao mercado competitivo e a um código jurídico racional, que pretende substituir o ideário cultural/ético pela luta pelas necessidades básicas, não cria felicidade e leva à explosão da crise como se deu em 2008. As zonas periféricas do euro são o barómetro do estado dum sistema económico.

Com a Queda da União Soviética deixa de haver Concorrência no bem servir

Com a criação da zona euro e da economia globalista foi interrompida a economia social de mercado de prosperidade para todos. O trabalho digno dá lugar ao trabalho precário e desumano, flexível e temporário, a firmas emprestadoras de trabalhadores, baixos salários e ao mercado desregulamentado. O Estado, pressionado e comprometido com as forças económicas, deixou de impor um quadro regulador da economia, perdendo o controlo sobre os bancos e estes deixaram de ser os financiadores da economia real para se tornarem em casinos do capital de jogadores da bolsa. O poder financeiro começou a ser de tal ordem superior ao poder do Estado que tem a possibilidade de comprar também a política. Tudo se equaciona agora em termos mercantis. Deixamos de ter empresários de fundo humanista para termos capitalistas liberalistas desenraizados.

Corrupção económico-política coerente

Em qualquer sector que se observa lá se encontra uma rede corrupta de interesses de compadrio entre serviços públicos, partidos empresas e justiça. A corrupção encontra-se de tal modo orquestrada que nações como Portugal para poderem viver têm de recorrer à troica que legitima a corrupção. Em texto claro: vivemos num sistema económico coerente na corrupção. A corrupção estatal pede ajuda para sobreviver aos corruptos internacionais.

Até aos anos 90 havia uma relação de solidariedade entre patronato e operariado. Com a globalização, muitíssimas firmas que antes estavam ligadas a grandes famílias nacionais passam a pertencer a sociedades de accionistas internacionais só interessados no lucro da produção sem laços com o trabalhador. Fomentam relações de trabalho péssimas, importando-se apenas da especulação com firmas e com os trabalhadores: da colaboração mais ou menos condicionada passa-se à rivalidade.

Fomenta-se o radicalismo e desmonta-se uma democracia já de si doente

A poupança radical conduz ao desespero e asfixia a iniciativa. Como consequência, nas zonas de crise, acentua-se o radicalismo a todos os níveis sociais; o nacionalismo aumenta numa altura em que nações se encontram ameaçadas. O norte e o sul da europa têm mentalidades diferentes, não se entendendo a nível económico.

Entre a França e a Alemanha há discrepância na concepção da Europa. A França quer uma europa centralista (como ela) e a Alemanha uma europa federalista.

Egoisticamente a Alemanha exige uma política de poupança radical para o sul tal como a que praticou na sua crise dos anos trinta esquecendo que essa política foi a que possibilitou a subida de Hitler ao poder. É verdade que a Alemanha se tornou fiadora de um trilhão de Euros dos países em dificuldade e isso preocupa-a sobremaneira. Mas a EU não pode limitar a sua posição, em relação ao sul, a medidas meramente fiscais e mercantilistas. Sem margem de manobra para sanear as dívidas, devido a uma carga tributária já exorbitante sobre trabalho e energias, os governos limitam-se a adiar as soluções. A EU terá de perguntar-se porque é que foi interrompida a prosperidade para todos

A administração estatal precisava de ser expurgada de maus hábitos crónicos mas a economia precisa de espaço para criar alternativas fomentadoras de postos de trabalho.

Deixamos de ter empresários para termos capitalistas desalmados. Isto porque a rede dos políticos corruptos com assento e mordomias em empresas são os mesmos que preparam as leis que favorecem o compadrio.

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@gmail.com

www.antonio-justo.eu

BOAS FESTAS DE NATAL

Amiga, amigo, é natal,
Naquela gruta de cada um
Flameja a alma universal
Vem comigo, vem sentir
A natura a fluir
Ser a onda do desejo
A brotar em Belém
Um abraço universal
António Justo

Neste sentido convido-vos a ler e meditar na seguinte poesia de Fernando Pessoa:
“Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei.
Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê, quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo, torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo é do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li o que julguei que senti.
Releio e digo : “Fui eu ?” Deus sabe, porque o escreveu.”
Fernando Pessoa

O FIM DO MUNDO É HOJE

A Vingança dos Bons só chega no Fim dos Tempos

António Justo

2012 tem sido um tempo grávido de pessimistas e moralistas. A terra tem sido pródiga em catástrofes sísmicas, atómicas, económicas e políticas. O seu rosto macabro produz sismos de medos com reacções em cadeia em almas hipersensíveis. A crise social, a insegurança existencial, numa palavra, o medo do futuro é o melhor húmus para a fertilização de cenários apocalípticos. O medo revela-se como o odor dos cadáveres; logo que surge rondam em torno dele as gralhas do oportuno.

 

Alegadamente, o calendário Maia prevê para hoje 21 de Dezembro o fim duma era (isto é o seu calendário acaba ali).

 

Na constelação social actual, para admiradores do exótico, nada viria mais a preceito que a história dum povo devastado que prevê o próprio fim. Um clima insuportável fomenta crenças obscuras. Um efeito colateral do medo do apocalipse é branquear os problemas do clima, meio ambiente, matérias-primas, corrupção estatal, etc. Ao adiar-se a solução dos problemas aceita-se, implicitamente, ser vítima deles. A impotência e o desamparo humano tende a diferir as soluções dos problemas do dia-a-dia dando oportunidade às moscas do sofrimento alheio. O negócio com o esoterismo revela-se, hoje, como o milagre económico para as editoras e outras indústrias afins.

 

Geralmente, a vingança dos bons e dos sofredores/oprimidos chega atrasada; dá-se só no fim dos tempos.

 

Muitos livros, em vez de esclarecerem os necessitados, servem-se dos seus problemas para os embrulhar, por momentos, na lã fofa e quentinha do sentimento.

 

Até o estado joga nesta lotaria: o ministro russo da defesa civil chega mesmo a afirmar que tinha “informações inequívocas” (HNA, 21.12.2012) segundo as quais o fim do mundo não se daria no dia 21.

 

As mitologias das religiões falam dum “fim do mundo” que prevê, depois da catástrofe, a felicidade.

 

O cristianismo fala dum “Apocalipse” (revelação divina, tirar o véu), num tempo depois do tempo e do qual surgirá um novo céu e uma nova terra! Um modo simbólico de metanoia humana.

 

A mitologia nórdica prevê, o fim do mundo, no “destino dos deuses” que depois de três anos de luta entre eles e de três anos glaciares daria lugar à luta das forças destrutoras da natureza em que os monstros lutam contra os deuses; por fim o mundo arde e Ódin, o supremo deus germânico, cria, de novo, a terra.

 

Nostradamus publicou em verso as suas profecias que chegariam até ao ano 2242. Segundo ele, dar-se-á uma catástrofe cósmica e uma catástrofe climática depois das quais o mundo surgirá de novo.

 

Em 1910 também cientistas tinham previsto o fim do mundo devido à aproximação da terra pelo cometa Halley.

 

Já outros fins do mundo tinham sido profetizados para 1981, 1999, 2000 e os próximos previstos pelos especialistas do fim estão já agendados no calendário para acontecer em 2060 e 2076.

 

A “vingança” dos bons revelar-se-á produtiva quando não se refugiar nas ideias e se desculpar no que há-de acontecer. Somos o acontecimento onde o princípio e o fim se encontram.

 

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@gmail.com

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