Distúrbio Bipolar

Falo desta doença porque já tive amigos que sofriam de Distúrbio Bipolar e a amizade sofreu, pelo facto de eu os considerar como pessoas sem dificuldades (normais). Recentemente conheci uma amiga que identifico como ter esta doença. Por isso vou falar da doença na esperança de poder ajudar.

Esta é uma doença muito difícil de descobrir embora haja entre 1% e 8% de pacientes na população, conforme os graus da doença. Familiares e amigos queixam-se mas vão sofrendo com o comportamento de tais pacientes sem qualquer possibilidade de os ajudar de facto. Muitas amizades destroem-se, muita desilusão! Sofre o paciente porque pensa que é normal e sofrem os familiares e amigos porque o tratam como normal: dum lado e do outro um factor comum: a desilusão.

Esta doença pode ser bem dominada e a pessoa passar a ter um comportamento regular se o paciente se tratar, se for ajudado e se se deixar ajudar.

Muitos médicos não reconhecem a doença porque os pacientes só se dirigem a eles na fase depressiva, deixando na sombra outros sintomas muito importantes, os da fase eufórica. Por isso só 10% a 15% recebem terapia adequada. Na origem da doença está um factor genético além de circunstâncias duma vida estressante que conduz à sua manifestação.

A doença caracteriza-se por duas fases: uma fase depressiva e uma fase eufórica. Na fase Depressiva há carência de Noradrenalin e Sertonin. Na fase eufórica aumento de Dopamin e Noradrenalin.

Sintomas
Dá-se uma oscilação de impressões (boa e má disposição) muito extremas. Com o tempo não se chega a notar o porquê da mudança de humor. A uma fase de boa disposição e euforia segue-se uma fase depressiva (dias, semanas, meses, …). Também pode haver fases de mania ou depressão quase ao mesmo tempo. Estas fases de mistura são um peso muito grande para o paciente e para a família e amigos. Distúrbios bipolares não são apenas perturbações de boa ou má disposição. São doenças que perturbam todo o ser do paciente a nível de pensar, sentir e agir.

A doença decorre em episódios de mania eufórica e de depressão em períodos de 4 a 12 meses, sendo a fase depressiva mais longa.

Sintomas do pólo eufórico (mania):
Sentimento muito elevado de boa disposição exagerada e acompanhada do sentimento subjectivo de grande capacidade de trabalho (criatividade e engajamento). Não têm grande necessidade de dormir e de descansar. Em casos extremos surgem alucinações. Não aceitam ter problemas e falta-lhes o espírito crítico. Falam muito e falta-lhes a distância no trato com outras pessoas. Têm saltos de ideias de modo que o interlocutor tem dificuldade em segui-los. Começam muitas coisas, muitos trabalhos mas não os acabam. Sentem-se ser os melhores; para eles, nesta fase, não há pai! Para levarem um trabalho ao fim fazem esgotar a paciência daqueles que lhe deram o trabalho. São desinibidos e têm a mania de comprar sem olhar às suas possibilidades. Vivem sempre com as calcas na mão. Também no exercício da sexualidade exageram. Têm grandes ideias, e planeiam continuamente algo mas contentam-se com os planos. Grande sobrestimação de si mesmos. Vivem sempre com dívidas devido ao irrealismo e exagerada avaliação de si mesmos. São convencidos e chegam a convencer no princípio. A desinibição exagerada leva-os ao sentimento de vergonha e culpa na fase depressiva.

Sintomas na fase depressiva:
Nesta fase o paciente sente o apagar-se dos sentimentos, dá-se como que um empedernimento e a perca de interesse e energia. Falta de concentração e de autoconfiança, falta de alegria e tristeza, desinteresse sexual e de coisas alegres; cisma e vê o futuro negro. Tem perturbações no sono, por vezes muita necessidade de dormir. Falta de apetite mas às vezes exagero de apetite. Falta de concentração e de atenção, incapacidade de tomar decisões, sentimento de não valer nenhum. Desejo da morte até à tentativa de suicídio. Sentimento de aperto no peito, disenteria ou prisão de ventre.

No caso de fases mistas de mania e depressão, há grande perigo de suicídio pelo facto de possuir ao mesmo tempo impulso acrescentado e de ideias depressivas.

Diagnosticar a doença
O terapeuta para encontrar a diagnose exacta terá de conhecer a história toda do paciente, quer da fase eufórica quer da depressiva. Para isso o psiquiatra precisaria não só de ouvir o paciente como pessoas da sua relação, dado não haver métodos laboratoriais de diagnose. A diagnose é dificultada pelo facto do paciente não reconhecer a fase eufórica como uma fase doente.

Profilaxe
A terapia medicamentosa nunca deve ser interrompida, durante toda a sua vida. O paciente tem de aprender a reconhecer os sinais que anunciam uma fase ou outra. Ainda não há medicamento que terapiem directamente a susceptibilidade genética. Trata-se de controlar a doença. O método terapêutico depende da gravidade da doença.

No tratamento empregam-se duas espécies de medicamentos: estabilizadores da disposição e medicamentos de intervenção. A medicação só tem efeito completo depois de duas a três semanas. Os medicamentos de intervenção acompanham o paciente durante toda a sua vida.

Na Alemanha emprega-se várias substancias como medicamentos estabilizadores da disposição: Lithium e os três antiepilepticos: carbamazepin, valproat e lamotrigin. Também se usam neurolépticos atípicos.

Medicamentos de intervenção usam-se na fase aguda da depressão e da euforia. Empregam-se neurolépticos na mania e anti depressivos na depressão, além de remédios para dormir ou sedativos.

Há outras formas de terapia não medicamentosas. Uma delas é a Electroconvulsiosterapia (EKT) no caso de risco de suicídio.

Apoio
Um paciente precisa duma pessoa de relação que o ajude. Esta deveria receber do paciente o encargo de tomar a iniciativa em casos precisos. Deveria com ela, na fase equilibrada, combinar as medidas que ela deve tomar nos momentos da crise. Esta doença envolve todas as pessoas da relação do paciente. Fundamental é que todos aceitem a doença e o tratamento. Fundamental é o controlo da recepção dos medicamentos. Então passará a haver sucesso. Cada paciente deve tentar descobrir o que melhor o pode ajudar: desporto, arte, etc. Muito importante é o ambiente que se frequenta e que espécie de amigos.

Pessoas com doença bipolar podem ter fases de necessidade de internamento.

São instáveis e muitas amizades e laços familiares destroem-se chegando por vezes ao desespero. São pessoas de grande capacidade artística e teatral que na fase eufórica dão o melhor de si.

Como a produtividade varia muito, geralmente não se mantém muito tempo no mesmo patrão. Muitos entram na reforma precoce.

Família
A família deve estar informada sobre a doença para poder ajudar e poder ajudar-se a si.
O paciente precisa de muita compreensão e paciência na fase depressiva. Paciência e compreensão sem o pôr sob tutela. É importante que não se sintam abandonados.

Na fase eufórica o paciente sente muitas vezes os familiares como pessoas que impedem o seu desenvolvimento e realização.
Estes pacientes fazem grandes dívidas o que complica a sua vida e a dos outros.
Os familiares são os primeiros a notar que algo não está em ordem: a sombra da depressão ou o irrealismo da mania, a fase dos grandes projectos. Surgem problemas de dinheiro e de consumo exagerado.

Na fase depressiva precisam de: Companhia sem intervir. Dar sinal que no caso de necessidade se está disposto a ajudar. Não criticar.

Na fase eufórica: Aqui é mais difícil o acompanhamento porque o paciente geralmente nesta fase não aceita ajuda. Uma possibilidade é mandar cancelar a conta bancária e impedir que malbarate o dinheiro e levá-lo a cortar com influências más. Isto naturalmente causa crise, embora fosse necessário. Importante seria fazer um acordo das medidas a tomar mas antes da fase eufórica começar, o mesmo se diga do tratamento.

Muito importante seria participar em grupos de ajuda para troca de experiências e apoio. É importante o engajamento em comum. Sem o apoio de terceiros é muito maior o sofrimento!

Os pacientes são geralmente muito sociáveis e muito prendados. A energia que desenvolvem na fase eufórica encanta muita gente. Estão sempre dispostos a ajudar este mundo e o outro, mesmo sem deitar contas à própria vida. Depois não chegam para as encomendas e andam sempre a correr atrás do acontecimento. São muitas vezes explorados por oportunistas que abusam da sua bondade natural e do seu irrealismo. Quando têm são uns mãos largas; não deitam contas à vida. Têm um grande problema com a realidade!

António Justo

António da Cunha Duarte Justo
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Aflição nos Joelhos

O Sindroma Restless-Legs
Nas férias de verão em Portugal tive contacto com uma família que se queixava de aflições, especialmente nos joelhos, nos tornozelos e noutras articulações. Como vi que se tratava duma doença chata e desconhecida, informei-me aqui na Alemanha e foi-me dito que se tratava de “Restless-Legs-Sindrom.

O Sindroma Rstless-Legs (RLS) geralmente não é diagnosticado não sendo por isso tratado. Não se conhecem as razoes dos sintomas pelo que não há tratamento para a sua causa.

É uma aflição entre formigueiro, comichão, ardiume e um puxar. Esta aflição pode dar-se nas pernas, coxas, joelhos, pés. Em casos mais adiantados também se manifesta nas mãos e nos braços. Os sintomas surgem, principalmente à noite, quando se está parado (sentado ou deitado). Sente-se uma inquietação e um impulso para se movimentar.

De facto o movimentar-se provoca um melhoramento da situação, assim como esfregar, massajar ou um duche frio das pernas. Há pessoas que de noite não podem dormir causando isto outras doenças psíquicas. Os sintomas tornam-se geralmente mais fortes com a idade. No aparecimento dos sintomas tanto pode haver pequenas pausas como grandes intervalos (semanas, meses, anos).

Há cerca de 5% a 10% da população atingida por esta doença neurológica.
Não se sabe a razão desta doença. Pensa-se que é uma doença do sistema nervoso central.

Factores genéticos desempenham aqui um grande papel. Geralmente um cônjuge transmite a doença a metade dos filhos.

Em casos extremos são receitados medicamentos que se usam também na terapia Parkinson embora esta doença não tenha nada a ver com aquela.

O tratamento provoca efeitos secundários como perturbação do sono e outros.

Informações detalhadas sobre Restless-Legs-Syndrom podem ser certamente pedidas à Caixa de Previdência que poderá dar indicação de médicos especializados no assunto.

António Justo

António da Cunha Duarte Justo

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Nova Cidadania – A Cidadania Proletária

Aulas de Educação Cívica – Aulas da Religião do Estado?
Esta semana, Rui Pereira, ministro da Administração Interna, discursou na Escola Superior de Educação de Leiria, sobre as aulas de Educação Cívica e seu significado para ” a mudança de mentalidades e a construção de um Portugal melhor”. O senhor ministro da Administração atribui ao Estado não só a missão de transmitir valores como também a de mudar mentalidades.

Isto corresponde à visão marxista dum estado proletário. Longe de qualquer visão democrática abre-se aqui caminho para o estado nacional-socialista, para o estado estalinista e para toda a forma de governo fascista. Que mentalidade quer ele e que Portugal? Não seria também oportuno a introdução duma disciplina onde se aprenda a ser feliz?!!! Isto traz água no bico. Até faz lembrar os velhos tempos da ditadura. Ou será isto um sinal de que já chegaram com o seu latim ao fim!

O direito de mudar mentalidades não pode ser reduzido a nenhuma forca social ou estatal; a mudança de mentalidade é resultante da competição de interesses, ideias e práticas no seio da sociedade. A intenção anunciada pelo senhor ministro pressuporia uma coarctação da liberdade de pensamento e de expressão. Um estado democrático que esteja consciente dos princípios em que assenta não está legitimado para impor qualquer ideologia nem tão-pouco os valores da maioria.

Que ideologia irá então ser beneficiada? Será que em Portugal a proveniência dos alunos é homogénea a nível social e de mundi-visões?

Um exemplo do fracasso duma tal ideologia que confia na estratégia dum Estado orientador, temo-lo no resultado do montão de cacos partidos deixados pelos sistemas do socialismo real e semelhantes fascismos.

Mesmo o reconhecimento comum de certos valores implica várias interpretações e aplicações em relação aos mesmos.

Em democracia quem mais ordena é o povo, ou deveria sê-lo, e não a ideologia da nomenclatura que não respeita ética nenhuma e muito menos a dignidade humana. Para ela não há povo, apenas conhecem proletários e massa desprezível. Por onde passam deixam sempre o rabo de fora! Naturalmente que têm direito de defender os seus interesses e credos; o problema é se o povo dorme. No fim teremos Estado e massa sem cidadãos.

Boçais, em nome do proletariado e do futuro de Portugal, lá vão iludindo o povo. Convencidos que para este chega um pouco de futebol, de sexo e de pão tornam-se em redutores da vida na sua acção de vulguizar a privacidade humana. Já não lhes chega a praça pública, apoderam-se da administração para imporem a sua ideologia e disciplina.

Uma democracia começa a sofrer gravemente quando a disciplina do povo permite a indisciplina dos governantes.
O que precisamos é dum Estado que garanta e defenda a prática dos valores fundamentais. Não queremos um estado crente apenas interessado em alguns aspectos meramente ideológicos da revolução liberal, da forma de governo republicana ou do exemplo estalinista.

Tirem as mãos dos professores. Não queremos ministros da administração dos professores mas sim ministros dos cidadãos. A preocupação do Governo deve ser gerir e não assumir a função de patrão. Deve naturalmente intervir mas sobretudo como árbitro.

Uma certa visão marxista superficial, mais visível nas periferias da civilização, quer um estado árbitro e jogador. As claques compra-as com benesses e camisolas atiradas à multidão. Esta mentalidade encontra-se ainda muito impregnada nalgus funcionários do partido socialista. Estes em vez de o servir, servem-se dele.
Portugal merece mais.

António Justo

António da Cunha Duarte Justo

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Recepção do Dalai-Lama – Um Gesto Soberano

A chanceler alemã Ângela Merkel recebeu na chancelaria alemã o Dalai-Lama, representante dum povo subjugado e uma autoridade para budistas dentro e fora da Ásia. Dalai-Lama o chefe supremo dos tibetanos vive desde há 50 anos no exílio na Índia.

Ângela Merkel recebeu o Dalai-Lama apesar dos interesses alemães na China. Este gesto não prejudicará os imensos interesses económicos da Alemanha na China porque o regime de Pequim tomará mais a sério uma Alemanha honesta e leal.

A China faz tudo por tudo para que o tema do Tibete não apareça na ordem do dia a nível internacional. O problema porém só poderá desaparecer da ordem do dia desde que a China resolva o problema com responsabilidade. O interesse económico não se deveria impor à custa da liberdade e da democracia. O silêncio cúmplice de muitos governos ajuda o desejo da China a levar o tema ao esquecimento.

O regime chinês naturalmente que não gosta de ser recordado do mal feito. Verdade é que o olhar severo da grande estátua do Buda de Lantau (Hongkong) tem razão para continuar a olhar severamente na direcção de Pequim.

Ângela Merkel fez frente à China, mostra coragem e que a política também se preocupa com os problemas dos mais fracos a nível de ordem do dia. A Alemanha mostra com este gesto que também vive os seus valores. Não só se preocupa com o pão mas também com o espírito. Faz diplomacia pela liberdade e democracia.

As circunstâncias em que decorreu a visita do Dalai-Lama a Portugal e o comportamento do governo mostraram-se indignos dum Portugal independente e soberano. Tendo embora o socialismo um fraquinho pelos regimes comunistas, quando se encontram à frente dos governos, deveriam porém dar primazia aos interesses do Estado e da democracia.

Também a demonstração suave dos monges budistas em Birma na defesa de direitos humanos e da democracia bem como o seu grito subjacente de apelo à ajuda internacional mereceria mais empenho público e não apenas palavras bonitas e accionismos ocasionais.

António Justo

António da Cunha Duarte Justo

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Universo – Uma Metáfora

Como começou o universo, de que consta e o que é que o mantém? Estas perguntas permanecem constantes em toda a humanidade e durante todos os tempos.

Cada época dá diferentes respostas às mesmas perguntas. Isto corresponde à necessidade de se querer ordenar o mundo, de querer arrumá-lo. Para uns o mundo começa com o Big Bang (Explosão inicial) para outros com Deus.

Com Nicolau Copérnico a Terra passou a ser ordenada no sistema solar. A consciência de se estar no centro do mundo foi-se. A Terra deixa de ser o centro do universo e com isto surge uma nova consciência humana. Com a insignificância da terra também o ser humano passa a ser satélite, uma função mecânica anónima. Do humanismo dá-se o passo para o materialismo. Hoje os astrónomos relegam a Terra para a periferia dum universo ao lado de muitos outros. E o ser humano onde se encontra?

A visão do universo correspondente à visão da matéria. Microcosmo e macrocosmo correspondem-se. Da matéria dos átomos passa-se às formações universais. O universo consta apenas de 1 a 5% de matéria visível e é activado por uma força invisível; os cientistas especulam sobre os 95% que faltam falando então de matéria escura e de energia escura. A força que move o universo não é conhecida; o universo está cheio do que se não conhece. Fala-se mesmo de vários universos. As imagens da realidade dos cosmólogos são tão diversas como as dos teólogos sobre Deus e o mundo. David Groß, prémio Nobel americano, afirma: “Nós mesmos não sabemos do que falamos”. Constroem-se teorias que depois se procuram provar. A investigação dos macrocosmos e dos microcosmos complementam-se.

Lee Smolin da University of Waterloo refere que “hoje a maior parte do que os teóricos publicam sobre as bases da física não se pode examinar”. É difícil encontrar provas para a nova mundivisão. A origem e a estrutura base do universo não foram ainda equacionadas em fórmulas.A física encontra-se empenhada na procura duma nova imagem do mundo, na procura da sua fórmula.

A física conhece 5 estados da matéria: sólido, líquido, gasoso, plasma (gás ionizado que forma mais de 99% do universo visível) e condensado, segundo Bose-Einstein (um estado em que os átomos participantes vibram na mesma frequência e se alcança à temperatura de -273 graus Celsius). Temperatura é energia do movimento.

O universo é uma metáfora de Deus. À semelhança dos mundos “físicos” formam-se as mundivisões.

Para a física astronómica o universo originou-se dum “ponto nulo” através da explosão original. Para a matemática o ponto é um nada. Para a filosofia ele é a medida de todas as coisas. Para a teologia cristã é Deus, que se especifica na fórmula trinitária.

O filósofo Euclides definiu já 300 anos antes de Cristo o ponto como “algo que não tem partes.” O ponto negro é um ponto infinitamente pequeno de tal modo comprimido que materialmente não existe e ao mesmo tempo contem a matéria das estrelas solares mortas. Ele é de tal modo comprimido que nem sequer luz irradia.

Chegamos a uma imagem do mundo de céu aberto em que o centro se encontra em toda a parte e se reconhece o não-material como origem do mundo material visível. Isto implica a formação duma nova consciência e duma nova mundivisão com consequências inestimáveis para o futuro.

Para Teilhard de Chardin matéria e espírito são os dois rostos do mesmo elemento cósmico, dois estados da criação. A criação é um acto contínuo da evolução biológica e histórica e “Deus é o coração de tudo, o coração da matéria…” (O cientista e teólogo Teilhard de Chardin antecipa a nova consciência que ainda continua a passar desapercebida na pós-modernidade. A mudança iniciada no séc.XX só pode ser comparada com a mudança de consciência do renascimento, só que desta vez para melhor! A globalização em curso é um fruto exterior da mentalidade nascente).

A medida da humanização do ser humano orienta-se para o ponto Ómega, a incarnação. Tudo se encontra a caminho desse ponto. Cada um, por vias diferentes, está a caminho na procura da luz que se encontra na matéria: “Eu sou a luz do mundo”.

“Consola-te, tu não me procurarias se me não tivesses já encontrado”, já sabia Blais Pascal. Agostinho juá tinha chegado à mesma experiência.

Aqui se torna latente o irromper duma nova consciência, uma nova maneira de estar no mundo que é comum à Física, à Cosmologia e à Teologia. A política ainda não despertou para a nova realidade!

António Justo

António da Cunha Duarte Justo
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