Queridas, queridos visitantes,
auguro-vos um feliz Natal e um 2011 repleto de muita vida na alegria.
Obrigado pela vossa visita.
Bjs e um abraço cordial e justo.
António Justo
Capitalismo de Estado contra Turbo-capitalismo
ECONOMIA CHINESA FERE O CORAÇÃO DO OCIDENTE
António Justo
O regime chinês reúne numa só mão o poder político e económico, tornando-se agora, com o seu capitalismo de estado, numa ameaça para o capitalismo ocidental não regulado. Este passe de rasteira ao capitalismo internacional leva, por seu lado, os estados livres a produzir leis proteccionistas das suas economias para impedirem a fuga do capital, produzido pelos operários, para nações concorrentes. A política de expansão chinesa, permite-se transgredir leis internacionais de mercado e mesmo o roubo de tecnologias.
À maneira capitalista, compra companhias, técnica, know-how (europeu e americano) e as riquezas do solo (África, Austrália e América Latina). Por outro lado, em nome da paz social na China, mantém a sua moeda (Yuan) subvalorizada, beneficiando assim a sua exportação. Pior ainda, o Estado subvenciona as firmas nacionais com créditos baratos e discrimina os investidores estrangeiros no acesso às matérias-primas e na concessão de empreitadas públicas. Por outro lado os mesmos países vêem-se obrigados a comprar produtos chineses por serem mais baratos. Deste modo vão iludindo a contínua baixa do poder de compra do povo ocidental.
A EU já pensa, como fez a USA, em tomar medidas proteccionistas também: discriminação contra discriminação.
Os chineses fazem o que os japoneses fizeram: com os seus estudantes, copiaram as tecnologias nas universidades ocidentais e depois puseram os seus produtos a preços concorrentes no ocidente. Ao contrário dos chineses consideravam os concorrentes como parceiros, respeitando as regras do jogo para os grandes.
Provocaram a Crise têxtil europeia como provocarão a crise automóvel
A revista alemã de finanças “Manegermagazin” de 12/10, já teme o futuro da economia ocidental, descreve a agressão chinesa no sector financeiro internacional. Refere a aquisição ou participação de empresas chinesas no estrangeiro (num valor que vai de um bilião – cem mil milhões- a 14,3 biliões de dólares por firma) das seguintes empresas: Rio Tinto na Argentina, Addax (Inglaterra),Bridas Corp (Argentina), Itaminas (Brasil), Plena Transmissoras (Btasil), Peregrino Ölfeld (Brasil), Penn West (Canadá), Syncrude (Canadá), Volvo (Suécia), Arrow Energy (Austrália), Bauxit Mine (Gana), Reps Brazil (Brasil), Ölfeld Texas (USA), Nigerien Telecom (Nigéria), Fortis-Sparte (USA). Destas firmas 11 são do ramo das matérias-primas, uma da energia, uma automóvel, uma Telecom e uma de Bancos. Todos estes sectores determinantes para o futuro.
Por estes andares, a Europa encontra-se a caminho de se tornar museu enquanto a China se tornará o centro da produção.
A economia dirigida do mercado causa dores de cabeça não só à grandes multinacionais como aos Estados do Ocidente. A China concorre hoje com produtos de terceira categoria com as pequenas e médias empresas ocidentais, amanhã concorrerá com os produtos de primeira classe das multinacionais europeias e americanas.
O monopolista estado aprendeu as regras do turbo-capitalismo seguindo uma estratégia desleal. Mas o que é mal dum lugar pode ser bem do outro.
Será que o capitalismo liberal, para reagir, terá de voltar aos nacionalismos de ontem ou preparáramo-nos para o conflito de civilizações? Este será o caso, segundo a ordem das coisas na História: primeiro deu-se o conflito entre tribos, depois entre nações e o último será entre regiões ou civilizações. O maior conflito que se avizinha, com graves consequências para a escalada dos preços e conflitos dar-se-á no sector das matérias-primas.
Uma economia nacionalista dirigista criará grandes problemas ao capitalismo liberalista internacional e ao globalismo. Avizinham-se tempos altos para as ideologias. À revolução política chinesa segue-se a expansão económica e ao bem-estar europeu o incómodo social.
Na história dos imperialismos aflora-se um novo imperialismo. O critério da sua avaliação orientar-se-á pela participação do povo na produção e no consumo. O certo é que o socialismo primeiro luta pela libertação e quando se encontra no poder luta pela ideologia que reprime a liberdade. Uma perspectiva a partir da precariedade não se preocupa com direitos humanos, com participação popular nem com a corrupção. Todas as nomenclaturas terão o indivíduo como concorrente e corrector.
Semelhante ao Islão, entra nos estados pela porta traseira, para depois, do alto do seu mirante, exigir e ditar condições. Servem-se da fraqueza de sistemas, Estados e firmas para se afirmarem, com as suas companhias estatais, nas partes fracas do Ocidente. Aprenderam depressa a estratégia ocidental, o que irá emperrar a realidade democrática ocidental. Não fosse a História um palco de colonialismos e imperialismos sucessivos e a sua plataforma o sempre povo.
Na sua estratégia de invadir os países do euro, os bancos nacionais chineses concedem créditos mais baratos aos estados em dificuldade, investindo, sobretudo, na construção de estradas, caminhos-de-ferro e aeroportos. Entram em Estados pobres com um mínimo de capital procurando tirar o maior lucro económico e ganhar o máximo de influência política como se viu no último apelo chinês ao boicote da celebração Nobel.
Já aplicou esta estratégia de apoio na Grécia e agora faz o mesmo em Portugal. Esta é uma novidade que poderá ser, numa primeira fase, interessante para economias fracas. Será, mais que isso, um contributo para disciplinar um liberalismo capitalista feroz. De resto ficará a velha praxe: Da luta dos grandes sempre restam algumas migalhas para os pequenos!
A Alemanha é o país da EU que está mais preparado para resistir à concorrência barata chinesa. Apesar disso, os grandes empresários alemães queixam-se e já vêem nuvens no horizonte.
António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com
A RELIGIÃO NA CHINA
Os Modelos da Classe Política para a Nação são agora os Imperdores
António Justo
O Partido Comunista Chinês controla as cinco “religiões” reconhecidas na China: Budismo, Taoismo, Islão, Catolicismo e Protestantismo. À frente de cada religião encontra-se uma instituição correspondente, uma “união patriótica chinesa”, subordinada ao “Secretariado estatal para Assuntos religiosos” e este depende, por sua vez, da “Repartição – Fronte da Unidade” do Partido Comunista Chinês.
Perante a constatação de que a religião é inexterminável, o partido comunista chinês procura novas saídas para poder manejar a religião. Tolera as religiões como um mal menor. Daí as andanças da religião na China:”O que hoje é permitido amanhã é proibido e depois de amanhã tolerado”! Para o regime, Marx e Mao já não são tidos como modelos do Estado mas sim os imperadores antigos. Segundo o sociólogo Richard Madsen, a política religiosa dos detentores do poder orienta-se pelo princípio: “o governo guia, a religião segue”. Já o imperador Kang-xi (1661-1722) era do parecer: “é mais económico construir templos, do que alimentar pobres”! O regime socialista reconhece que Religiões, igrejas e templos são imprescindíveis para assegurar a harmonia na sociedade. Um problema insolúvel para o regime está no facto de o seu socialismo ter sido importado, não correspondendo, no que tem de ideológico e dialéctico, ao espírito da alma asiática nem do povo em geral.
A China tem-se aberto a reformas económicas. Maior bem-estar cria condições para o surgir duma consciência aberta aos direitos e deveres cívicos. A abertura económica pressupõe a abertura política.
A política não tem acompanhado o desenvolvimento económico e social conduzindo, por isso, à instabilidade revolucionária. Partes do povo, sentem-se na dissidência, como revela o caso do Nobel da paz Liu Xiaobo. O regime socialista tem fracassado em todo o mundo porque não retribui ao indivíduo, ao povo, o que lhe rouba. Rouba-lhe a dignidade para a supor num abstracto, o povo massa, massa proletária! Nos próximos anos, o regime chinês será medido pela sua capacidade de transformar a China numa grande prisão ou de dar oportunidade ao povo de se desenvolver no processo democrático.
O partido é quem mais ordena! De momento, o Nobel da Paz é um factor de distúrbio e, como a melhor defesa é o ataque, as autoridades chinesas, pressentindo nele indícios duma doutrina social cristã, passaram a atacar mais os católicos.
O grande problema para o regime chinês está no facto da religião católica defender direitos e valores universais (liberdade de consciência individual, colocada acima do Estado e da Religião) o que vem a colidir com interesses nacionalistas e partidários. A massa não tem personalidade, tem nomenclaturas. A estas basta-lhe oportunistas, espias e o medo.
De facto a proclamação dum mesmo Deus, Pai – Mãe de crentes e ateus, vem estragar a ideologia nacionalista e questionar o negócio dos partidos que se julgam inteiros. Um Deus cúpula sobre tudo e todos e um povo de Deus rebelde, em que a última instância não é a instituição mas a consciência individual, causa muitas dores de cabeça a quem quer poder, custe o que custar. Um Deus para todos pressupõe direitos e deveres universais; este Deus revela-se um estorvo com a sua matriz de pensamento. O carácter global da religião cristã estorva o espírito nacionalista chinês, que também não tolera alguém de fora (um estrangeiro, o Papa) a fazer-lhes sombra, mesmo que apenas no foro religioso. Para governar, o socialismo só precisa de saber um pouco de pedagogia, pedagogia de caserna.
Sistemas hegemónicos não toleram o humanismo e perseguem-no, sem respeito pelo cidadão que querem súbdito!
Na China há bispos católicos confirmados pelo Papa, outros por organizações patriotas do Estado e ainda outros confirmados por Pequim e por Roma. Nos últimos cinco anos deu-se a sagração de 11 bispos católicos com o acordo comum do Papa e da “Repartição – Fronte da Unidade”. Este ano o regime Chinês fez nomear um bispo sem a anuência de Roma. A divisão em nome de sistemas prejudica a propagação do cristianismo. Na prática, mais que a discussão de lealdades importa evitar vítimas do Homem e das suas instituições como quer a Boa Nova.
Somos todos feitos da mesma massa e habitantes do mesmo universo. Vive-se num mundo tão dividido e degradado e numa humanidade tão feroz contra si mesma!… A paz é um dom a fomentar por todos para todos. Todas as formas de governo, no mundo, tal como todas as revoluções, até hoje, se revelaram anti-povo: uns poucos reservam para si o acto de governar, considerando-o um privilégio, servindo-se para isso da exploração violenta ou suave. No século XXI, Estados e religiões, regimes e ideologias, não podem limitar-se, como no passado, a administrar a carência e a viver dela; urge mudá-la, urge que o cidadão se torne senhor. Geralmente, a pobreza de espírito encontra-se em cima a governar e a pobreza económica em baixo a obedecer. A supremacia e a subordinação são contra a dignidade humana e impedem a humanização do Homem e da sociedade. A responsabilidade é individual e colectiva pressupondo um esforço de superação individual e colectivo. A missão de quem governa responsavelmente será auscultar o coração do povo todo e servi-lo. A palavra ministro vem da palavra servir! O cidadão é rei! Rei para os monárquicos e presidente para os democráticos. Até agora têm governado os filhos da ‘escrava’!
António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com
NOBEL DA PAZ LIU XIABO
Regimes totalitários temem a Liberdade de Expressão
António Justo
A China ameaça governo com sanções e prende pessoas por terem opinião própria.
Liu Xiabo, filósofo e literato, foi impedido, pelo Governo, de se deslocar a Oslo para receber o prémio Nobel da Paz. Foi-lhe concedido o prémio Nobel da Paz pelo seu empenho pacífico na defesa dos direitos do cidadão, da liberdade de opinião e da democracia. Na sua “Charta 08”, que publicou na Internet, apresenta uma grande visão de futuro para a China. Em consequência disto foi preso em 2008. O regime condenou-o a 11 anos de prisão por “instigar e minar a autoridade pública e por subversão do sistema socialista”. Desde a nomeação de Liu para o prémio Nobel, a sua esposa, Liu Xia, foi colocada sob prisão domiciliária.
O Governo chinês impediu também outros convidados chineses de participarem na cerimónia em Oslo. Os políticos chineses ameaçaram também com “consequências” quem participasse na celebração Nobel, considerando o acto como uma “conjura”. Apenas 17 Estados (principalmente árabes e comunistas) seguiram o apelo chinês não participando no acto solene. O Comité Nobel tinha convidado 64 representações diplomáticas de todo o mundo para o acto festivo da condecoração. Os Media referem que a China, com o seu apelo ao boicote da celebração, também queria testar o grau da sua influência diplomática internacional.
A China “dispara com canhões contra pardais” pelo facto do Comité Nobel ter escolhido, do seu povo, um crítico pacífico, para o Olimpo Nobel.
A liberdade de expressão da pessoa e a existência de pensadores independentes metem medo aos regimes fascistas e socialistas. O turbo-capitalismo prefere manipular a liberdade!
Fraco o regime e a ideologia que vê a sua estabilidade ameaçada pela opinião dum dos seus membros.
Em caso de conflito pacífico entre o grupo e o indivíduo deve ser poupado o indivíduo porque a alma do grupo se encontra no indivíduo
O trabalho do Comité Nobel não consegue sequer evitar que, no Olimpo Nobel, todos os eleitos se sintam bem por não terem todos da mesma cor!
António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com
PISA – TESTE SOBRE EFICIÊNCIA ESCOLAR EM 65 PAÍSES
Resultados agora publicados revelam grandes diferenças
António Justo
PISA, (“Programme for International Student Assessment”), é o maior teste de aproveitamento escolar mundial desde 2000 e que se realiza num ritmo de três anos. É organizado pela OCDE e conta com 300 cientistas que, com os seus colaboradores espalhados pelo mundo, elaboram e avaliam os testes. Participaram 65 nações, com 470.000 alunos, entre elas a OCDE com as 34 nações industriais mais importantes do mundo. São testados alunos de 15 anos. Além dos resultados (notas) e situação familiar, social escolar do aluno são investigados os métodos de aprendizagem e a motivação. São examinados os ramos do saber: Leitura e compreensão de texto (L), Matemática (M) e Ciências Naturais (CN).
Os resultados da investigação realizada em 2009 e ontem publicados provocam grandes discussões na opinião pública de nações conscientes da importância da formação e do seu significado para o desenvolvimento dos países na concorrência internacional. Muitos Governos desenvolvem programas para saldarem as deficiências reveladas nos testes.
Os países asiáticos Coreia do Sul, Japão com Schanghai, Hongkong e Singapura, acompanhados da Finlândia, Canadá, Nova Zelândia e Austrália encontram-se, em todos os ramos, na posição dos10 primeiros classificados. A Coreia do Sul e Finlândia revelam os melhores resultados da investigação. Schanghai obteve o primeiro lugar nos três sectores testados: L, CN e M.
A Suiça ocupa, na hierarquia, os lugares 14 em L, 15 em CN e 8 em M. A Alemanha atingiu os lugares: 20 na L, 13 em CN e 16 em M. A França os lugares 22 em L, 27 em CN e 22 em M. A Inglaterra o lugar 25 em L, 16 em CN e 28 em M.
Portugal ocupa o lugar 27 em L, o lugar 32 em CN e o lugar 33 em M. A Espanha encontra-se abaixo de Portugal ocupando o lugar 33 em L, 36 em CN e 34 em M.
Entre outros, Portugal, Espanha, Itália, Grécia encontram-se abaixo da média dos Países da OCDE. Os países da OCDE alcançam em média o lugar 26 em L, 28 em CN e 20 em M. Em relação aos resultados de PISA 2006, Portugal melhorou nos três ramos. Em 2006 tinha alcançado os lugares 31 em L, 37 em CN e 37 em M.
O pior resultado dos países da OCDE em todos os testes atingiu o México. O Brasil ainda se encontra mais abaixo na escala.
Duma maneira geral o ensino público estatal revela piores resultados que o ensino público particular.
A leitura com a compreensão de texto é a porta de entrada para a aprendizagem. Ler e escrever são técnicas culturais que determinam o sucesso ou o insucesso profissional posterior.
PISA confirma que há uma correlação entre o grau de formação e o grau de pobreza social. Os resultados dos alunos dependem também da origem social e da escola que frequentam. Quanto mais crianças da sociedade desfavorecida houver numa turma, piores se revelam os resultados.
Na Leitura as meninas têm melhores resultados que os meninos, correspondendo essa diferença a um ano escolar.
A investigação mostra também que a remuneração dos docentes e o grau de autonomia dos estabelecimentos de ensino são factores de influência nos resultados. Por sua vez, também a autonomia local, a disciplina e a boa relação entre professores e alunos originam melhores resultados. Sem disciplina na escola, a/o docente não conseguirá dedicar-se aos mais fracos.
A criança deve ser iniciada na leitura, o mais cedo possível pelos pais e pelo jardim infantil, segundo a mundivisão subjacente à investigação PISA. Se uma criança tem vontade de ler deve corresponder-se ao seu desejo.
Naturalmente que se pode questionar a predominância da formação intelectual em desfavor da formação artística e emocional… Numa sociedade de mercado a humanidade conta pouco, numa sociedade socialista ainda conta menos!
A OCDE vai lançar em 2011 um programa de ajuda aos cidadãos em geral para melhorarem as suas competências.
Saber é poder e o povo não pode nada porque sabe o que o poder determina que saiba!
António da Cunha Duarte Justo