DEUS NÃO É IGUAL A DEUS

Existe um Islão não político?

António Justo

Factores impulsionadores da violência

O Islão considera a política e a religião como uma unidade inseparável (sem separação entre poder secular e poder religioso) e, ao mesmo tempo, subjuga a dignidade da pessoa aos interesses da comunidade e segue o princípio selectivo da evolução dando a razão ao mais forte. Como na ditadura do proletariado também no islão o indivíduo é meio e não fim em si; os interesses do grupo justificam a imolação do indivíduo porque o que está em causa é a justificação da superioridade da cultura (instituição) e não a relação pessoal e comunitária; tais pressupostos fomentam a violência e a guerra porque vinculam totalmente a pessoa (individual, religiosa e politicamente) ao sistema seu que se afirma contra outros sistemas.

Cultura do gueto contra cultura aberta

Uma sociedade para ser pacífica tem de ser plural, tem de partir da liberdade e da dignidade individual e não dos meros interesses da instituição que faz do crente um escravo de Deus e da religião.

Os políticos ocidentais não se importam com a dupla estratégia dos membros de países de cultura árabe: os muçulmanos, no estrangeiro, exigem abertura social-cultural da sociedade acolhedora para se afirmarem nela como gueto e a nível nacional interno perseguem ou discriminam quem não for muçulmano.

Assim se processa um método sub-reptício de invasão de uma cultura pela outra sem contrapartidas nem acordos bilaterais correspondentes. O argumento muçulmano usado, de que a nossa sociedade ocidental deve abrir-lhe totalmente as portas pelo facto de se definir como sociedade aberta, não é coerente e não legitima, por outro lado, que a sociedade muçulmana do país de origem se afirme como monolítica e fechada, quando, no estrangeiro, se afirme na sociedade aberta como gueto.

Representantes islâmicos escondem, no seu diálogo com os políticos e com os representantes de outras religiões, que na sua religião mais que de religião e ética se trata de poder e influência religiosa e política. Considerando as coisas meramente sob o pressuposto do poder, o grande forte da cultura islâmica perante outras culturas reside ainda no facto de não distinguir entre religião e política, entre poder religioso e poder secular, considerando o islão como factor de identidade nacional, cultural e individual.

Representantes do islão, para defenderem o seu satus quo, procuram, inteligentemente, confundir os parceiros de diálogo dizendo que Maomé tinha ao mesmo tempo uma função religiosa e política (falava ao mesmo tempo como profeta e como guerreiro comandante. Deste modo as mensagens de Maomé são consideradas ao mesmo tempo políticas e religiosas ou conforme dê mais vantagem; esta foi uma estratégia que o islão fez e faz na sua política imperialista. Palavra de honra e vinculativa só há em relação aos da própria religião.

Uma outra estratégia de branqueamento da violência islâmica é afirmar-se que fundamentalistas também os há nos cristãos.

Naturalmente todas as pessoas trazem consigo o bem e o mal mas há uma grande diferença quando se valem da violência e da repressão.

Neste sentido, a religião muçulmana torna-se num instrumento político que através da instrumentalização do súbdito muçulmano opera uma invasão agressiva, ao não permitir liberdade individual ao crente e ao utilizar a religião como único factor de poder e de expansionismo hegemónico (pena de morte, procriação, mulheres e escravas) e definir como muçulmano todo o filho de pai islâmico (por isso, uma muçulmana que se casasse com um não muçulmano constituiria motivo de vergonha e desonra para a família que chega a motivar assassino por motivo de honra, como acontece, por vezes, também na Alemanha). Como se verifica, o poder islâmico é de uma congruência insuperável no sentido de fazer valer a sua posição perante os de fora. O Islão não mudará enquanto não se abrir à teologia e enquanto continuar posse de associações e funcionários com um emaranhado de interesses que ligam a religião ao chauvinismo nacional. Exemplo: Ditib – confederação de associações turcas na Alemanha – tem representado interesses antidemocráticos da Turquia que com o seu ministério da religião e correspondente envio rotativo de imames vê o fascismo turco ser apoiado na Alemanha em contraposição com os princípios democráticos da sociedade alemã. Na Alemanha e noutros países as instituições conservadoras islâmicas são muito fortes e consideram-se os únicos parceiros de diálogo e a política como precisa de parceiros organizados, para o diálogo, fomenta-os; os muçulmanos mais liberais são arredados dos órgãos de co-decisão e deste modo impede-se um Islão mais humanista. Assim se vai formando uma sociedade paralela de religião totalitária. Na Alemanha nas ruas das grandes cidades, torna-se visível uma invasão islâmica no vestir das mulheres. Depois de mais de 40 anos de presença turca cada vez se nota mais o avanço do islão de lenço na cabeça.

A liberdade religiosa no cristianismo e nos países ocidentais favorece o avanço do Islão que não concede liberdade nem contrapartidas e por outro lado enfraquece a laicidade nos países de cunho cristão.

A proibição de interpretar o Corão de maneira histórico-crítica (ao contrário do que acontece no cristianismo) reduz a espiritualidade individual ou grupal a uma incrustação de palavras cultuais e culturais que permanecem estáticas nas mensagens éticas do século VII. Assim, a religião muçulmana é uma religião política sendo uma farsa falar-se do islão político, quando, na realidade, o que a jurisprudência muçulmana só permite o islão político porque só considera a liberdade e a dignidade individual da pessoa numa relação de subjugação e de súbditos da sua cultura árabe e esta como a única verdadeira; uma certa tolerância só é taticamente usada num período de transição até que o grupo islâmico se torne maioria. O islão é intolerante, servindo-se da ambiguidade, como meio de afirmação, e do fascismo religioso não só como factor identitário mas também como estratégia hegemónica. Na Europa há cientistas do islão que, pelo facto de defenderem uma análise histórico-crítica do Corão e de Maomé, vivem sob vigilância policial para não se tornarem vítimas de algum atentado islâmico. O Corão tem muitas revelações jurídicas que requerem localização histórica para não prolongarmos ad infinitum muitos dos seus costumes primitivos.

O islão também tem, muitas vezes, má fama por não reconhecer que o terrorismo islâmico tem a ver com o islão: por toda a parte se assiste à prática da violência islâmica no mundo mas publicamente afirma a sua vontade de paz e não se observe em nenhuma parte manifestações islâmicas contra o terrorismo.

A interpretação oficial de que o Corão é literalmente palavra de Deus dá razão e motiva os terroristas muçulmanos a fazerem o que fazem porque isso está escrito no Corão e Maomé foi o primeiro a dar o exemplo de violência e não cumprimento de acordos. Os líderes islâmicos continuam a manter longe deles a autocrítica e não se preocupam por uma auto-compreensão mais adequada aos tempos modernos.

O Deus de uma cultura espelha a realidade do Homem dessa cultura

Para se poder compreender textos antigos, a sua leitura terá de ser feita no seu contexto histórico e também serem submetidos à análise histórico-crítica. Querer interpretá-los apenas literalmente como fazem os muçulmanos e os Testemunhas de Jeová leva a confundir o seu espírito com o corpo (escrita) que lhes dá forma.

O mesmo se diga sobre a história do desenvolvimento da consciência ética e moral! Por outro lado a revelação de Deus também não se deixa reduzir a uma rima, nem ao casulo de uma cultura nem tão-pouco à imagem que esta faz dele para se poder definir e subsistir; o lugar da revelação de Deus é a pessoa que vive em comunidade e como tal só serve o Homem a cultura que o liberta e não a cultura ou religião que o subjuga com armaduras pesadas e impostas para fazer dele apenas soldado e se afirmar à custa dele. Soldado implica guerra, a não ser que se entenda como irmão da caridade e do amor que que disponibiliza a sua vida em serviço do próximo vendo em cada pessoa um filho de Deus independentemente da sua fé ou crença.

Deus revela-se à medida que o Homem é capaz de entendê-lo e a sua imagem de Deus é a melhor definição do que ele é e pretende ser. Por isso embora só haja um Deus, há contudo diferentes e quase contraditórias imagens dele (religiões). Por isso Deus não é igual a Deus e consequentemente religião não é igual a religião.

Em relação ao islão necessitam-se diferentes abordagens dos textos sagrados, como se faz na teologia ocidental; isto ajuda a evitar fundamentalismos sem a necessidade de se desfazer dos textos nem, por outro lado, de amarrar o sentido à casca das palavras ou aos interesses de uma instituição em que a dignidade humana não seja o princípio de soberania social.

A nossa percepção depende do contexto porque somos feitos também de comunidade

Em geral, o erro dos dirigentes muçulmanos vem do facto de não permitirem a análise contextual histórico-crítica, considerando o Corão como um monólogo de auto-revelação divina: um monólogo sem parceiro que o entenda.

O ser humano só se reconhece no diálogo ou no encarar um oposto (o rosto do outro leva-me a reconhecer e a perceber o meu rosto, sem necessidade de, para ser, negar o outro!). Por isso o ser humano é o resultado do diálogo em diálogo. No diálogo pessoal e cultural de Deus com o Homem revelam-se simultaneamente Deus e o Homem na continuação do diálogo criador-criatura. O entender do homem é, também ele, uma revelação de si mesmo e de Deus. Deus dá-lhe a mão para que o humano deixe de rastejar e se levante na afirmação-procura do que é mais que uma imagem projectada num ecrã material.

No princípio era a Palavra, a Informação e esta tornou-se carne, revela-nos já o evangelho de S. João. Do diálogo surge comunidade, a comunidade dialogante que não se reduz ao diálogo do eu com um tu mas que se realiza no nós (comunidade). Por isso Deus é trinitário, não se reduz ao deserto de um monólogo de um ausente consigo mesmo, nem à crusta da terra porque esta encobre vida. É comunicação do ser, expressa no estar, no sempre a tornar-se (acontecer).

Deus é a relação por excelência que faz da vida relação, não podendo ser limitador da relação como quer o Islão, com muitas frases do Corão, que procura, através delas, aprisionar Deus na cultura árabe e legitimar a opressão e a perseguição dos vizinhos (dos fora do gueto: os denominados ímpios ou incrédulos). Também muitos muçulmanos terroristas justificam o seu agir violento com o Corão, interpretando-o à letra mas não notando que muitos textos do Corão se encontram em contradição e que neles Alá muda de opinião conforme os interesses da situação, por vezes muito mundanos.

Naturalmente, o conteúdo do Corão ou de uma revelação não pode ser reduzido ao contexto histórico ou a uma história edificante para o tempo. Trata-se de ver o que a casca do texto encobria para hoje melhor compreendermos a verdade profunda que ele esconde e que também hoje usamos para melhor nos definirmos, percebermos e expressarmos. Não se trata apenas de descobrir o conteúdo ético ou histórico mas a espiritualidade que dele brota como eco de Deus, na expressão que encobre o exprimido.

Em contexto apologético, representantes muçulmanos falam muito de justiça e misericórdia que são naturalmente valores que se referem ao tratamento, ao manejo exterior e que se podem encontrar também no Corão. Mais importante que a justiça e a misericórdia é o amor, o amago do que é vida, relação, o único suporte de tudo o resto.

O Islão tornar-se-á cada vez mais anacrónico se não se orientar mais no sentido da espiritualidade e não permitir a análise histórico-crítica das suas fontes.

© António da Cunha Duarte Justo
Teólogo e Pedagogo
Pegadas do Espírito no Tempo,

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DO QUE SE FALA E DO QUE NÃO SE DEVE FALAR

Trump decretou o impedimento temporário de muçulmanos da Líbia, Iémen, Somália, Irão, Iraque e Síria, o que é certamente de contestar. O que também causa admiração é o facto de haver 16 países árabes que impedem a entrada de israelitas e ninguém protestar!
A lógica humana tem caminhos insondáveis! Também a razão tem dois pesos e duas medidas!
António da Cunha Duarte Justo

ALGUMAS ANEDOTAS PARA AJUDAR A DISTRAIR!…
ANEDOTAS
INFORMÁTICA…
O Zé , 71 anos, na Escola de Informática para reformados.
Primeiro dia:
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Zé : Zé
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O ENGINHEIRO BURRO
Um alentejano do monte vai observar um engenheiro que está a trabalhar na construção de uma estrada ali nos arredores de Mértola, para os lados da Mina. O técnico está a fazer medições do terreno com um teodolito.
– Botardeee! – botou faladura, apoiando-se no cajado. – Vomecê é que veio fazer essa estrada?
– Sim. Nós temos a mais alta tecnologia para construção de estradas e estamos aqui para dar uma mãozinha aos alentejanos, pra ver se isto vai prá frente!
– E pra que tá usando essa coisa aí, que mais parece uma panela com buracos?
– Estou a medir terreno – responde o engenheiro.
– Ó ca porra… e vomecê precisa dessa coisa pra fazer uma estradita?
– Sim, é necessário. Porquê? O senhor não entenderia… Mas este aparelho é dos mais simples, vocês aqui nunca usaram?
– Homem! A gente nã precisa dessa moenga. Quando a gente quer fazer uma estrada, soltamos um burro e vamos atrás dele. Por onde ele passar, é o caminho mais fácil pra fazer a estrada…
– Muito inteligente esse método – diz o engenheiro em tom de gozo. – Então, e como é que fazem se não tiverem um burro?
– Bom, quando é assim, atão a gente chama um enginhero.

O MÉDICO E O MECÂNICO
Um mecânico está desmontando o cabeçote de um motor quando vê na oficina um cirurgião cardiologista muito conhecido.
Ele está a olhar para o mecânico trabalhar.
Então o mecânico pára e pergunta:
“- Doutor, posso-lhe fazer uma pergunta?”

O cirurgião, um tanto surpreso, concorda e vai até ao pé do motor no qual o mecânico está a trabalhar.·
O mecânico levanta-se e diz:
“- Doutor, olhe este motor. Eu abro o seu coração, tiro válvulas, conserto-as, ponho-as de volta e, quando termino ele volta a trabalhar como se fosse novo. Como é então que eu ganho tão pouco e o senhor tanto, quando nosso trabalho é praticamente o mesmo?”
Então o cirurgião dá um sorriso, inclina-se e diz baixinho para o mecânico:
” – Tente fazer isso, com o motor a funcionar! ”

ENTRE JUDEUS
Isaac está em pé na porta da sinagoga, com a mão estendida, pedindo:

“Tsedaká (caridade) por favor”

Chega o rabino da sinagoga e pergunta:

– Isaac, o que estás a fazer?

Isaac responde:

– Rabino, eu estou a juntar dinheiro para uma mulher viúva com filhos pequenos, que está a dever três meses de renda e se ela não pagar 3000 € até hoje o proprietário vai despejá-la.

-Isaac, quanto é que já recolheste?

– 2500 €, rabino.

– Bem, para uma missão tão importante de ajudar uma viúva, vou dar-te os 500 € que faltam.

– Agradeço muito em nome da viúva, rabino.

– Isaac, tens um bom coração! A viúva é tua parente?

– Não, rabino. É minha inquilina!!

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ANIVERSÁRIO DO ASSASSÍNIO DO REI DE PORTUGAL – UM CRIME REPUBLICANO E MAÇÃO SEM PROCESSAMENTO JURÍDICO NEM HISTÓRICO

O regicídio de 1 de Fevereiro de 1908 com o assassínio do rei D. Carlos e do seu filho e herdeiro, D. Luís Filipe de Bragança, foi praticado por jacobinos republicanos de influência francesa e auxiliados por elementos da Carbonária (maçonaria).

Os assassinos directos Alfredo Costa e Manuel Buíça foram imediatamente apanhados pela polícia e logo depois mortos para impedir uma investigação séria e não descobrir os cúmplices. As armas usadas no regicídio foram levantadas do armeiro Gonçalo Heitor Freire (republicano e maçon).

Em 1910, o governo republicano liderado pelo primeiro-ministro Afonso Costa impediu a investigação judicial do regicídio terminando o caso sem condenação nem conclusão.

“En 2008, el gobierno socialista de la Tercera República Portuguesa rechazó conmemorar el centenario del regicidio de Lisboa, prohibiendo cualquier participación oficial por personal militar o funcionarios del gobierno.”

A memória teria de ser apagada para que não houvesse a ideia de que a República foi filha do crime e de uma classe jacobina que desde as invasões Francesas influenciou e influencia determinantemente os destinos de Portugal.

A República não quer ter memória porque mostraria o feitio da têmpera de parte da sua classe que determina hoje os destinos de Portugal. A república esconde bem as suas vítimas nas caves da nação. Esquece porém que, deste modo, manipula o pensar da colectividade portuguesa, ao baralhar e e omitir a verdade sobre este período decisivo para Portugal. Este procedimento ajuda amelhor entender o pensar coado de grande parte da população portuguesa. A infraestrutura ideológica da nação não permite o processamento nem a digestão das partes negativas praticadas em nome do Estado e por isso vomita-as logo, de princípio.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

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TRÊS PRESIDENTES AMERICANOS NO PARAÍSO

Quando, George Bush, Barack Obama e Donald Trump morreram apresentaram-se a Deus para serem interrogados.
Deus pergunta a Bush: “Tu, em que crês?”
Bush respondeu: “Creio numa economia livre, numa América forte.
Deus ficou impressionado com Bush e disse: “Muito bem! Senta-te na cadeira à minha direita”
Depois Deus dirigiu-se a Obama e perguntou-lhe: “Obama, em que crês?”
Obama respondeu: “Creio em mim e creio que conseguimos tudo!
Deus ficou realmente impressionado com as palavras de Obama e disse, ‘Ok, senta-te na cadeira à minha esquerda ”
Finalmente Deus encontra-se com Trump e pergunta: “E tu Trump, em que crês?”
Trump respondeu: “Eu creio que você está sentado na minha cadeira.”

Para desenfastiar coloco aqui esta anedota que vi em francês e mudei um pouco.

António Justo

O ENGINHEIRO BURRO
Um alentejano do monte vai observar um engenheiro que está a trabalhar na construção de uma estrada ali nos arredores de Mértola, para os lados da Mina. O técnico está a fazer medições do terreno com um teodolito.
– Botardeee! – botou faladura, apoiando-se no cajado. – Vomecê é que veio fazer essa estrada?
– Sim. Nós temos a mais alta tecnologia para construção de estradas e estamos aqui para dar uma mãozinha aos alentejanos, pra ver se isto vai prá frente!
– E pra que tá usando essa coisa aí, que mais parece uma panela com buracos?
– Estou a medir terreno – responde o engenheiro.
– Ó ca porra… e vomecê precisa dessa coisa pra fazer uma estradita?
– Sim, é necessário. Porquê? O senhor não entenderia… Mas este aparelho é dos mais simples, vocês aqui nunca usaram?
– Homem! A gente nã precisa dessa moenga. Quando a gente quer fazer uma estrada, soltamos um burro e vamos atrás dele. Por onde ele passar, é o caminho mais fácil pra fazer a estrada…
– Muito inteligente esse método – diz o engenheiro em tom de gozo. – Então, e como é que fazem se não tiverem um burro?
– Bom, quando é assim, atão a gente chama um enginhero.

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O Zé , 71 anos, na Escola de Informática para reformados.
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O ESTADO ALEMÃO NÃO HONROU AS VÍTIMAS DO ATENTADO DE BERLIM

O factor medo na política de informação pública e na atitude política

António Justo
Só um mês depois do ataque terrorista islâmico perpetrado em 2016/12/19 junto à Igreja da Memória num Mercado de Natal de Berlim, o Parlamento Federal conseguiu comemorar os mortos e outras vítimas do atentado e isto devido ao incentivo das muitas críticas na imprensa e nas redes sociais. O Estado alemão não honrou oficialmente as vítimas do atentado islâmico: um atentado cheio de simbologia contra o Estado e contra o cristianismo.

O medo encontra-se enraizado na coluna vertebral

A classe política alemã tem medo de dar demasiado espaço público a assuntos como a criminalidade porque desbeneficiariam a imagem pública dos estrangeiros e em especial a dos muçulmanos que se salientam pelas suas exigências à sociedade acolhedora e também pela organização de extremistas em torno de mesquitas e de clãs árabes em Berlim e noutras cidades. Uma censura camuflada da informação revela-se de resultados positivos a nível social; assim a Alemanha não se tem visto confrontada com o nacionalismo como acontece em França que segue uma política de informação mais liberal, neste sector.

A Ministra do Trabalho prometeu compensação às vítimas que seriam pagas pelo fundo para vítimas de acidentes rodoviários. Deste modo relega a questão para “acidente de trânsito”.

O presidente do Bundestag, Lamert, no discurso proferido no parlamento, referiu que um Estado, que garante a liberdade religiosa como um direito humano, “pode e deve exigir dos muçulmanos uma discussão com a sua religião e a conexão fatal entre fé e violência fanática, de forma vigorosa“, disse ele.

Com o atentado terrorista de Berlim a classe política revelou uma atitude cobarde para com as vítimas. A Alemanha é o único país que depois de um atentado terrorista evitou celebrações públicas.
A gravidade desta omissão assenta no facto de um atentado terrorista com fundamentação política ser politicamente ignorado pela classe política. Estamos em ano de eleições na Alemanha e a classe política quer evitar tudo o que faça lembrar os seus erros. O medo do medo chegou à política legitimando o ataque de certos grupos que dizem que ela apenas reage e não age. Há razões objectivas para se ter medo de se viver em cidades que habitamos que levam muitos cidadãos a sentirem-se estrangeiros no próprio país. Não se trata de tomar opções drásticas como faz talvez levianamente Trump mas de convencer os muçulmanos a serem mais moderados e contidos na sociedade que lhes permite elaborar um futuro mais digno do que teriam na própria sociedade.

Hoje a opinião do mainstream autocensura-se evitando ou banindo perguntas críticas com o argumento de poderem fomentar a xenofobia e o populismo. Falta a coragem de argumentar em público com sinceridade e parte-se da consideração de uma sociedade imatura em que não se pode confiar a verdade em vez de a preparar para a multiplicidade e para o dever da interculturalidade.

O medo tem as suas origens sobretudo numa desigualdade social que cresce. A sociedade média encontra-se cada vez mais instável; poucos sobem na sociedade isolando-se em elites e outros vêem que seus filhos, embora nas mesmas condições de formação, estão condenados à depravação.

Muita da camada social decadente sente-se injustiçada e desfavorecida em relação aos refugiados que, por vezes, recebem maior apoio do Estado do que os necessitados nacionais.
Os terroristas combatem o modelo de sociedade ocidental e esta limita-se a construir fossos de combate entre si ou a meter a cabeça na areia. Estabilidade interna e liberalidade encontram-se em tensão alta.

O luto recusado

As vítimas de Berlim encontram carinho e empatia cordial por parte dos cidadãos mas não na sociedade política donde seria de esperar um gesto público de respeito do Estado pelas suas vítimas.

Familiares das vítimas queixaram-se do “luto excluído” e da falta de cultura do luto. De facto não houve imagens das vítimas.
Tal é o medo dos partidos e de um Estado perante um povo que, em parte, os responsabiliza pelo acontecido e por um Estado que perdeu o controlo sobre os refugiados que albergou em 2015 (cerca de um milhão). O culto da culpa praticado na Alemanha não parece conveniente nem oportuno para vítimas alemãs. “Vítimas alemãs não se enquadram no conceito do culto da culpa – em que só pode haver delinquentes alemães e não há vítimas alemãs”, relata um desiludido. Uma certa benevolência de tratar pública e politicamente os muçulmanos na Alemanha fomenta em muitos a inveja de serem desfavorecidos.

A república mudou a partir dos acontecimentos de Colónia

Os cidadãos das potências europeias e, por empatia, também os dos países pequenos encontram-se movidos por uma onda dos sentimentos que em certos meios toma a expressão de uma guerra civil de moral contra moral.

O poder da emoção pública aumenta e mete medo também aos políticos que, em tempos de eleições, se deixam determinar mais pelo medo. Em vez dos factos surge o poder das emoções e das ideologias que determinam um espírito irritado e irritadiço na sociedade.
Nas conversas domina a preocupação e a falta de orientação. O eu individual e o eu social não se encontram em harmonia.

Na passagem do ano de 2015 Colónia e outras cidades alemãs congregaram grupos de refugiados principalmente do norte de áfrica com a finalidade de apalpar, roubar e abusar de centenas de mulheres alemãs reunidas em torno da Catedral para saudar 2016. Este fenómeno repetiu-se na mesma noite noutras cidades. A informação sobre o assunto foi, em parte, manipulada e adiada para não causar aversão contra os muçulmanos. A partir daí a sociedade deixou de ser a mesma; a desconfiança tem vindo ocupando os espaços da confiança. Diminuiu imenso a confiança na imprensa e nos políticos. A ideia que a sociedade tinha em surdina, já desde há muitos anos, de que as informações relativas a abusos e criminalidade de pessoas de cultura árabe eram branqueadas, viu-se confirmada na manipuladora política de informação dessa noite e nas hesitações dos dias seguintes. Depois de Colónia essa preocupação encontra-se mais velada na prática de se procurar justificar a maior criminalidade árabe com problemas de meio social e de precaridade económica como se nas mesmas cidades não vivessem outros tantos ou mais alemães nas mesmas condições sociais. Às vezes a explicação de um fenómeno ainda o agrava mais por substituir a tomada de apoios para os grupos sociais concorrentes.

O medo na Alemanha tem uma certa legitimação, dado o povo estar atento e reagir aos acontecimentos. Era tabu ter medo de expressar o medo ou crítica a uma sociedade hóspede que se comporta, por vezes como se fosse senhora da casa. A sociedade aberta não é consequente ao evitar uma cultura de conversação aberta.

A sociedade ocidental, de uma maneira geral, tem uma atitude complacente para com o delinquente (mesmo a nível de tribunal) e uma atitude indiferente para com a vítima, independentemente de ela ser nacional ou estrangeira. Talvez esta atitude corresponda a uma projecção da própria sombra recalcada no sentimento inconsciente de que o próprio bom viver se deve à exploração.
© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

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