O exército afegão foi treinado e equipado pelos EUA e parceiros da OTAN com muitos biliões de euros, durante 20 anos, para que o Afeganistão tomasse o seu destino nas próprias mãos; bastou chegar um bando de guerreiros de Alá, com Kalashnikovs às costas, montados em motorizadas, para tomarem o poder do Estado sem resistência e isto em poucos dias!
Os ocupantes negligenciaram a paz e fortaleceram em vão e contra produtivamente os militares e os chefes.
“O governo dos EUA tomou decisões que encorajaram a corrupção e reduziram a eficácia dos programas de reconstrução”, disse o Inspector-Geral do Congresso dos EUA para a Reconstrução do Afeganistão.
Nomeadamente, os EUA tinham depositado nas mãos de autoridades regionais corruptas a responsabilidade de administrarem a ajuda à reconstrução do país, em vez de distribuí-la directamente.
Conforme a “Integrity Watch”, cerca de 2,25 mil milhões de dólares foram gastos em subornos de funcionários do governo afegão (um quarto do produto interno bruto).
Uma triste observação que corria entre muito do povo afegão: “pelo menos, os Talibãs não eram corruptos”.
Os cépticos do regime talibã fogem para o aeroporto na procura de refúgio no estrangeiro. As mulheres, essas ficam em casa!
Assim o regime talibã fica mais à vontade e ao povo afegão, desejoso de liberdade, falta-lhes depois pessoal corajoso que se poderia opor ao regime e empenhar esforços no sentido de construir um novo Afeganistão e um islão de rosto mais humano.
Um dilema: O Ocidente empenha-se em medidas de humanidade tentando trazer os refugiados para o Ocidente e por outro impede, assim, o desenvolvimento normal social e político do país.
António CD Justo
Pegadas do Tempo