4.000 processos nos USA contra Monsanto
António Justo
Um tribunal norte-americano de S. Francisco condenou a empresa agrícola Monsanto a pagar 253 milhões de euros, como indemnização a Dewayne Johnson com linfoma, que atribuiu o câncro aos herbicidas da Monsanto. O paciente, de 46 anos, encontra-se em estado terminal. Por isso o tribunal apressou-se no julgamento.
O tribunal argumentou que Monsanto não havia alertado suficientemente sobre os riscos de seu produto e por alegado disfarce dos perigos que o herbicida Roundup provoca com o ingrediente activo glifosato. Como reacção ao julgamento, os accionários já perderam alguns milhares de milhões de euros nas suas acções. Nos EUA, estão em via 4.000 processos semelhantes contra a Monsanto.
A empresa anunciou recurso.
Bayer e Monsanto argumentam contra com mais de 800 estudos científicos em que se afirma que o glifosato não causa cancro. No entanto, uma agência internacional de investigação do cancro diz que o glifosato “é provavelmente gerador de cancro”.
Quem se aproveita do momento é a BASF, grande concorrente da Bayer. Os custos dos processos e a perda de imagem terá consequências dolorosas para a empresa. Importante é que se investigue no sentido de encontrar novas alternativas.
Monsanto e Bayer são os produtores de glifosato (Roundup). Além de contaminarem, as plantas, os frutos, o solo e as águas, são a causa da morte dos insectos. Morrendo os insectos, morrem muitos pássaros e deixa de haver grande parte da polinização e deste modo se inicia a morte das espécies.
Há anos, quando ia à Alemanha de carro, ao passar pela França e também dentro da Alemanha, o parabrisas do meu carro ficavam todos sujos com os insectos que matava. Agora quando vou a Alemanha o parabrisas pouco se suja! Isto é um mau sinal. A vida implica dor mas o problema é quando esta se dá sem medida! A política tem de acordar!
O aumento das alergias, das doenças cancerosas e outras mais não vêm por acaso; falta um “glifosato” contra as ervas daninhas e contra as atrofias mentais do campo da política.
Num diálogo sobre o tema que postei no Facebook dizia um amigo: é importante acentuar o que cada um pode fazer (praticar), o que significa, por exemplo: não comprar produtos dessas empresas; não comprar produtos de empresas que usam esses produtos;não votar em políticos que apoiem o uso desses produtos; criar o seu próprio pomar e se possível criar as suas próprias abelhas; deixar de tratar os insectos como se fossem todos iguais e andar menos de carro.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo