BILINGUALIDADE – UM CAPITAL CULTURAL

Que língua falar em casa?

António Justo

Numa Europa cada vez mais inter-cultural, por razões económicas, políticas e demográficas, habituámo-nos a viver nas mais diversas situações de comunicação. Os grupos étnicos de menor relevância numérica encontram-se, muitas vezes, sujeitos às leis da inércia ou abandonados à lei do mais forte, deixando-se assimilar totalmente pela cultura dominante, enquanto que outros (turcos), por razões históricas, de religião e de cultura, reagem alergicamente a uma integração mesmo comedida, fechando-se por vezes em guetos impermeáveis.

Esta problemática é bastante crassa na Alemanha pelo facto da questão migrante não ser objecto da discussão intelectual e política sendo apenas mencionada à margem, no âmbito da assistência social ou nas cervejarias. Uma relação descomplexada e consciente, entre a cultura da maioria e as culturas minoritárias, traria mais proveito para todos.

Os portugueses terão que fazer esforços no sentido duma acção coordenada a nível de instituições, de associações e de multiplicadores para se afirmarem, sem se imporem, conscientes dum património cultural e vivencial rico que, a perder-se, constituiria um empobrecimento geral da sociedade de que fazem parte.

Seria de desejar que as crianças com raízes portuguesas continuassem a crescer num ambiente bilingue e, portanto, aprendessem a língua portuguesa e a língua alemã, francesa etc, conforme o país em que se encontrem. O mesmo se diga para o caso dos casamentos mistos. Destes é de esperar maior consciência da importância da transmissão de duas culturas, isto é, de uma maneira diferente de estar no mundo. A formação bilingue deve ser introduzida a partir do nascimento da criança, pelo facto da capacidade de aprendizagem duma língua ser inversa à idade.

É verdade que a criança, até aos dois anos reproduz palavras, misturando as duas línguas; com o tempo porém surge a diferenciação e a partir dos dois anos já separa os dois códigos e a partir dos três anos e meio passa a distinguir os dois mundos.

A aquisição das línguas acontece em diferentes situações, seja ela movida pela necessidade de comunicar com os companheiros de jogo ou com as famílias, obedecendo sempre a diferentes regras e pressupostos. Esta aprendizagem situacional variada é muito proveitosa para a aquisição de outras línguas.

A aprendizagem posterior duma língua (na escola) dá-se segundo o filtro inicial das primeiras línguas. O bebé aprende já no primeiro ano de vida a variedade de sons que facilitará a expressão futura. Facto é que quanto mais complexa for a língua mais possibilidades abre, mesmo até cerebralmente.

Personalidade enriquecida, aberta e reflectida: uma outra forma de ser e de estar

Para nos darmos conta da importância do assunto torna-se necessário reconhecer a dependência e a correlação que há entre pensamento, linguagem e estrutura social.

A personalidade do bilingue é diferente da do monolingue. Enquanto que as referências e estruturação do monolingue se processam duma forma mais estática e modelar, no bilingue é mais processual, mais dinâmica e diferenciada. O bilingue, mais que ter ou estar, ele acontece em relação.

Ser bilingue é ser-se processo, processo na mudança, não é ter duas línguas mas viver em duas línguas, em dois mundos, navegar noutros espaços; é ter vistas mais rasgadas, outras perspectivas do mundo, é participação mais livre, conhecimentos dinâmicos; é viver amando, aceitando o outro como ele é, aberto para comunicar, dar e receber… comunicar-se como forma de vida; é uma nova mundivisão onde não há modelos fixos em que instituições e valores passam a ser referenciados e portanto relativizados para mais se poder ser; é viver em mais que uma existência. Numa palavra, o bilingue tem uma personalidade multi-dialogal cuja forma de ver e sentir é multi-referencial, referencial, processual – dinâmica, já não é tão estática e “subordinada”como a do monolingue mais local.

O bilingue encontra-se, mais cedo que o monolingue, na necessidade duma relação de se tornar mais sujeito e menos objecto das tradições e sistemas que o vão forjando. De facto tem de superar a tensão sociedade da sociedade de envio e da sociedade de acolhimento. Uma sociedade de acolhimento que já é capaz de integrar e aceitar lésbicas e homossexuais tem que ser capaz de integrar o diferente, o estranho… Para isso, temos de nos tornar conscientes que a diferença é a lei mais verificada na natureza.

Problematização

Os cientistas têm escrito muito sobre a questão do bilinguismo, chegando por vezes a resultados contraditórios. Há cientistas que recomendam que se fale com a criança a língua que se domina; significando isto que nos casos de casamentos mistos (português – alemão) um cônjuge fale o português e o outro o alemão. Outros chegam mais além desproblematizando o processo de aprendizagem, defendendo mesmo a mistura segundo as situações.

Ao contrário os puristas/nacionalistas, principalmente no passado, apontavam para o problema de se originar uma língua mistura, chegando mesmo a falar de analfabetismo nas duas línguas ou da falta duma identidade étnica ou mesmo do perigo duma dupla personalidade da criança. Facto é que esta opinião nunca foi comprovada científicamente. Muitas vezes esta visão tem um carácter ideológico e remonta aos constructos nacionalistas do século dezanove.

Importância da aprendizagem da língua dos pais/avós nos primeiros anos

Nas famílias em que a língua falada é puramente portuguesa ou mesmo de mistura, a criança terá esta língua como materna e falá-la-á em casa até aos três anos. Com a entrada no Jardim Infantil o alemão passará a dominar e a acentuar-se cada vez mais socialmente, mesmo que os pais falem só português em casa.

Nos primeiros anos da infância a criança tem grande capacidade de absorção das duas ou mais línguas sem dificuldade.Com o desenvolver dos anos a dificuldade aumenta. Dadas as capacidades das crianças na primeira infância para aquisição de várias línguas (até aos 6 anos), seria um roubo à criança se esta fosse privada duma das línguas. É natural que a vida nem sempre permite fazer o que seria melhor; se pessoalmente nem sempre se tem a disposição para falar o português, as duas línguas, podemos socorrer-nos de estratégias supletivas, ligando mais os avós nas relações com a criança, criando mais encontros com famílias portuguesas, frequentando mais os centos portugueses, interferindo mais na programação das suas actividades e planeando mais férias em Portugal.

No caso de casamentos mistos penso ser de muita importância que cada um dos pais fale a sua língua materna deixando a oportunidade e liberdade à criança de se expressar na língua que quiser. O facto de um cônjuge falar sempre o português leva a criança a interiorizar o português, embora o não use no dia a dia como língua de expressão.

O português transmitido nos primeiros anos de vida, embora limitado a relações gregárias, tem imensa importância no desenvolvimento; é muito relevante para o desenvolvimento psicológico, intelectual e social da mesma. Constitui um capital cultural e uma herança muito rica com imensas consequências gratificantes para o futuro e para a personalidade da criança.

Ensino da Língua “materna”

A inscrição das crianças nos cursos de Língua e Cultura Portuguesas é essencial para o alargamento da competência comunicativa. Esta deve ser aprofundada e reflectida nos seus aspectos de competência sociolinguística, sócio-cultural, de competência estratégica, discursiva e de competência empática.

Conscientes da importância da língua e da cultura dos pais para as crianças, os Estados federados alemães instituíram, desde 1968, o Ensino da Língua Materna no seu currículo escolar com uma componente lectiva de 3 – 5 horas lectivas semanais. É reconhecida grande importância à aquisição da língua dos antepassados, por razões socio-pedagógicas, psicológicas e económicas.

Todos os bilingues deveriam ter a oportunidade de ter uma formação bilingue. Uma educação inter-cultural deveria ser possível em todas as escolas e para todos os alunos. Os bilingues serão os mais preparados para manter a relação e estabelecer pontes entre gerações e culturas. É preciso incentivar-se a motivação. É compreensível a relutância que muitas crianças apresentam perante a aprendizagem do português, atendendo à sobrecarga que significa e a concorrer com actividades imediatamente gratificantes.

A língua portuguesa, tal como outras línguas de culturas minoritárias em diáspora, está sujeita a preconceitos criados pela cultura dominante sendo, além disso, uma língua falada reduzida ao ambiente familiar o que contribui para preconceitos que poderiam ser desfeitos através da frequência da língua materna.

Por vezes os pais deixam-se impressionar pela pressão de professores alemães, que, em alguns casos, aconselham os alunos a não frequentarem o Ensino da Língua “Materna”, ou porque os pais não querem sobrecarregar os filhos com as aulas de português, ou ainda porque os filhos preferem ter a tarde livre tal como os colegas alemães.

Se é verdade que, muitas vezes, a criança não tem a mesma competência linguística nas duas línguas, apresentando problemas numa delas, isso não quer dizer que deva abandonar o português seja este a língua forte ou a língua fraca.

Pais desinformados não inscrevem os filhos na escola logo na primeira ou segunda classe tornando-se depois cada vez mais difícil inscrevê-los. Se é verdade que a criança no primeiro ano deve ser alfabetizada no alemão, também é verdade que ela, ao frequentar, simultaneamente, a escola portuguesa, começa logo a ter a experiência duma aprendizagem estruturada da língua, se bem que a princípio, apenas oralmente e através de jogos, imagens e de desenhos. Possibilita-se-lhe assim a experiência duma diferente forma de estar no mundo, ao comunicar e brincar com os companheiros da “escola portuguesa”, sendo isto muito importante para a socialização e aquisição de hábitos nos verdes anos.

Enquanto as elites estrangeiras, conscientes da importância da formação inter-cultural, (por exemplo: os japoneses) criam escolas privadas pagando bem para que a sua língua e cultura sejam transmitidas aos seus filhos, observam-se pais distraídos que, embora com ensino gratuito, não se preocupam com a escolarização dos filhos no português.

Para todos aqueles que podendo, sem grande esforço, usufruir do ensino do português gratuito não recorrem a ele, a não inscrição dos filhos na escola constitui um atestado de pobreza de espírito. Não se trata de elevar o português aos cornos da lua pelo facto dele ocupar o quinto lugar das línguas mais faladas do mundo mas de se cultivar, organizar e planear indirectamente o futuro proporcionando perspectivas à vida dos filhos.

Devo dizer que, nas zonas onde ensino o português, tenho deparado com grande interesse. Quase a totalidade dos pais portugueses envia os seus filhos às aulas de Língua Materna, ficando embora a escola, para muitos a 20 quilómetros de distância. Isto prova o interesse e consciência dos encarregados de educação em perfeito contraste com políticas de ensino tendentes a acabar com o ensino da Língua materna para o tornarem apenas acessível a alunos liceais (do Gymnasium) onde a concentração populacional escolar e a procura no respectivo liceu o permitir. (Esta é uma política ilusória desconhecedora da realidade alemã, tendente a acabar com o português pela raiz e abandonando infra estruturas que precisariam sim de revitalização).

Situação a evitar

É fatal adiar a inscrição das crianças nos Cursos de Português. A inscrição deve ser feita o mais cedo possível.

Há crianças cujo contacto com o português se processa pela negativa. Isto dá-se nos casos em que alguns pais, falando habitualmente o alemão em casa com os filhos, em casos conflituosos usam o português apenas para ralhar ou castigar. A criança passa assim a ter uma experiência muito parcial do português, associando-o à negatividade além de o não experimentar como veículo normal de comunicação. Nestas condições a criança não pode ter nenhuma motivação para aprender o português.

Há encarregados de educação que para aprenderem o alemão deixam de falar o português optando por um alemão macarrónico, habituando a criança a estruturas de língua não correctas.

Vantagens do bilinguismo

Uma plurilingualidade viva constitui um enriquecimento para a personalidade aos mais diversos níveis. De facto dá-se uma relação enriquecedora e mútua entre funções da língua e funções cerebrais. Uma pessoa, que desde a primeira infância fale várias línguas, activa, de maneira particular, os centros da língua no cérebro e interliga várias funções cerebrais, dado as acções da língua se armazenarem nos dois globos do cérebro.

O domínio de línguas facilita também a aquisição dos outros idiomas; além de alargar a riqueza fonética específica e a melodia das línguas, capacita a pessoa para novas visões da realidade, para a diferenciação e reconhecimento da diferença. Também se potencializa o aproveitamento escolar da criança.

Crianças bilingues orientam-se de maneira diferente das crianças monolingues. As bilingues aprendem cedo a diferenciar situações e a posicionar-se situacionalmente. Elas têm de desenvolver mais estratégias de expressão adquirindo assim competências contextuais, de conexão bem como competências meta-línguísticas (que vão mais longe do que a língua, como aspectos neuro-psicológicos etc.). A bilingualidade promove, além do mais, o desenvolvimento de competências de interacção cultural

Os pais não podem abdicar da sua missão caindo num laissez faire irreflectido. Para o desenvolvimento posterior da língua é responsável a escola. A semente tem porém de ser lançada pelos pais/avós. É urgente capacitar os jovens a poderem viver e expressar-se nos dois mundos. Deste modo capacitamos os nossos educandos a maior reflexão e o refúgio em vários mundos. O bilinguismo, o trilinguismo serão realidade numa Europa do futuro. Numa Europa multi-étnica, o domínio de línguas abre muitas chances culturais e económicas.

É preciso criar-se o espaço da Língua Portuguesa como o espaço de existência de formas e experiências vitais diferentes com muito espaço para a liberdade e criatividade onde se aprende o afecto na relação autêntica e verdadeira. Neste sentido têm que se empenhar pais, associações, estado, multiplicadores, RTPi etc. A RTPi tem que repensar os seus programas que normalmente “espantam” a criança bem como pessoas de espírito jovem ao serem confrontadas com programas de conversa ou melo-saudosistas /futebolísticos voltados apenas para um tipo especial de emigrantes.

António Justo

(Professor de Língua e Cultura Portuguesas na zona de Kassel e docente de Português na Universidade de Kassel), Maio de 2001

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Publicado por

António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

Um comentário em “BILINGUALIDADE – UM CAPITAL CULTURAL”

  1. Português, lengua de la Globalizacion!
    … titulo que gostaria de ver publicado, no jornal independente espanhol, El País.

    Nasci na cidade de São Paulo (Brasil) neto de espanhol e italiano, nunca tive dificuldade em compreender estas duas línguas. Cresci sonhando, falando e escrevendo em português do Brasil. Já adulto, percebi que o privilégio de entender o espanhol, também é dos mais de 220 milhões de pessoas que se comunicam em português, situados nas terras mais ricas e estrategicamente localizadas no planeta, e, isto é um facto! Alem de, ser o português uma língua de cultura aberta e que dá acesso a outras literaturas e civilizações originais e variadas, nos quatro cantos do mundo.

    Português, a língua mais solidária do mundo.

    Foi em 1214 que surgiu o primeiro documento oficial na língua portuguesa, o testamento de D. Afonso II, que até então era o galaico-português, uma solidariedade natural entre duas línguas irmãs. No século XVI, a língua portuguesa começou a se espalhar e enriquecer-se, tomando dos outros povos não só expressões linguísticas novas como também formas de estar e pensar, dando inicio ao multiculturalismo Era o início da Globalização, via Comunicação, e não como é hoje, somente pela via política-económica.

    Como se sabe, entre as línguas românicas, o português e o espanhol são as que mantém maior afinidade entre si. Tidas como irmãs da mesma família linguística, possuem um tronco comum, o latim, e uma história evolutiva paralela, a da popularização diaspórica do idioma latino na península ibérica e de lá para a América, África e Ásia. Entretanto, é bom salientar que é mais fácil para um “lusófono” comunicar-se em “Portunhol” do que para um hispânico comunicar-se em “Hispanês”.

    A razão para este facto é que há algo muito especial na língua portuguesa, o elemento descodificador do espanhol, do italiano e do francês. A nossa língua possui um sistema fonético vocálico de 12 entidades, composto de sete fonemas orais e cinco nasais. O espanhol tem apenas cinco fonemas orais o AEIOU. Eis o porquê de entre as cinco línguas latinas, o português ser o “Ferrari” deste comboio linguístico.

    É importante divulgar o quanto se pode ganhar com a aprendizagem da língua portuguesa.
    Por exemplo: – Grande promoção da Língua Portuguesa, pague uma, leve duas e meia! – Dado que ganhamos 90% do espanhol e 50% do italiano, e até, uns 20% do francês. É um valor acrescentado que a nossa língua possui e que nunca foi publicitado. Daí a importância de uma aliança entre os países Iberófonos, que tire partido do facto de conseguirem se entender nas suas línguas maternas. Lembrando que, o Brasil equivale a metade da população e território da América Latina, sendo que, neste século, o centro de gravidade do desenvolvimento económico mundial será transferido para a China, Rússia, Índia e Brasil, ao invés da América do Norte e Europa.

    Visto que, os países de língua portuguesa e espanhola somam 700 milhões de pessoas em metade do mundo, geograficamente falando, e que não possuem problemas de comunicação entre si, deve-se com urgência, elaborar um plano de marketing estratégico para a língua portuguesa! Diante dos FACTOS já descritos, propõe-se promover a auto-estima pela língua e a cultura nos 30 países que compõem a Comunidade Iberófona através de variadas acções concertadas, por exemplo, nas áreas da Educação, Saúde e Segurança, além de fomentar o português como 2ª língua nos países hispânicos e também nos seguintes países, geo-estratégicos, por acréscimo:

    França, onde há cerca de um milhão de “lusófonos”, sendo o português a segunda língua mais falada, alem de que, poderá ser usada como arremesso ao bilinguismo;

    Itália, pelo facto de entendermos 50% do italiano e por ser o Brasil a maior colónia de italianos do mundo, sendo, após o espanhol, a língua italiana a mais próxima da nossa;

    EUA, onde há cerca de 50 milhões de Iberófonos e por factores geo-politico, económico e estratégico. A ALCA (Aliança de Livre Comércio das Américas), por exemplo, é inviável sem o Brasil e caso os EUA adoptem o português como 2ª língua, o poder de comunicação de um cidadão Anglo-Iberófono alargar-se-á para 1 bilhão de pessoas. (… é a “Super ALCA”, trabalhando pela via do diálogo na língua do cliente)

    China, pelo facto do Mandarim estar restrito ao próprio país e, se cada chinês tiver o português como 2ª língua, serão 2.300.000 milhões de Sino-Anglo-Iberófonos, e ainda pela sua aproximação ao Brasil, que em conjunto com a Rússia e a Índia, representam, no aspecto comercial, científico e geopolítico, a nova «Ordem Mundial»;

    Índia, onde há 23 línguas correntes e 1.000 dialectos, a maior industria de audiovisual e informática do mundo. Os Hindi-Sino-Anglo-Iberófonos serão 3.400.000 milhões;

    Indonésia, por razões semelhantes às referidas para a China e para a Índia, pelo facto de fazer fronteira com Timor-Leste, e pela promoção de uma verdadeira, saudável e frutífera democracia de cultos e religiões, através do DIALOGO que assim se estabeleceria entre o maior país muçulmano do mundo e o mundo católico.

    Sendo os Sino-Hindi-Anglo-Iberófonos, bilingues, (mantendo a sua língua materna, mais o português como 2ª língua) a comunicação entre os mesmos exclui o monolíngüismo.

    Visto que, o “lusófono” é naturalmente bilingue (característica única no mundo) e sendo o português a 2ª língua para os hispânicos, a comunicação entre os mesmos exclui o monolíngüismo. Portanto deveremos promover este “Segredo” guardado desde o ano 1214 em Portugraal. É o “Quinto Império”, da espiritualidade e comunicação. É o GEO-Código! (… antes de Da Vinci, ter existido)

    Outro facto é: no âmbito da política linguistica do Mercosul, os países hispânicos já estão assumindo o português como 2ª língua, visto que o Brasil já oficializou o espanhol como segunda língua, praticando a reciprocidade e fortalecendo a Iberofonia. Recentemente, num Colóquio realizado em Paris – «Três Espaços Linguísticos Perante os Desafios da Mundialização» – o Sr. Boutros Ghali, demonstrou-se totalmente favorável à Franco-Iberofonia.

    Língua oficial de oito estados em quatro continentes, o Português é também língua de comunicação de doze organizações internacionais, nomeadamente na União Europeia, UNESCO, MERCOSUL, Organização dos Estados Americanos (OEA), União Latina, Aliança Latino-Americana de Comércio Livre (ALALC), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), Organização de Unidade Africana (OUA), União Económica e Monetária da África Ocidental, idioma obrigatório nos países do Mercosul e língua oficial da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), organização que integra a maioria dos países africanos do hemisfério sul.

    A língua portuguesa é como o software Linux, pois pode ser usada e praticada a custo zero, basta assistir a uma telenovela brasileira na sua língua original. É fiável, visto não ser uma língua artificial e sim natural, existe a 800 anos. É uma língua que não depende da moda e não se impõe à força, com praticas etnolinguísticas, psicológicas e financeiras. Está disponível, pela sua presença alargada no mundo e o seu desempenho é confirmado cientificamente por linguistas que endossam a mais valia na aquisição desta língua/software e, que corre em qualquer sistema e hardware!

    Lembremos que, por exemplo, actualmente a TV Globo é a maior produtora de programas próprios de televisão do mundo. O seu acervo de telenovelas e mini-séries é distribuído em diversos idiomas, levando hoje a cultura “lusófona” a espectadores de cerca de 130 países em todos os continentes.

    Aproveitando-se dos altos índices de audiências, que uma telenovela possui, poderá se promover a aprendizagem do português como segunda língua de comunicação e como justificativa teórica e pratica, divulgar a importância de se aprender a língua que une 700 milhões de pessoas. É a Globalização Democrática, 1 cidadão 2 línguas! É a única língua candidata a ser a preferida da Globalização e que preenche os cinco pré-requisitos necessários para que tal aconteça:

    O aspecto Quantitativo, Qualitativo, Geopolítico, Geoeconómico e o quinto é o facto desta língua entender uma outra língua. Ora, o Brasil preenche todos estes cinco requisitos, além de, possuir 30% da água renovável do planeta, a matéria prima para a industria química e farmacêutica, (graças ao Amazonas e a sua biodiversidade), o petróleo e energias alternativas, a agricultura e, os seus 190 milhões de habitantes não possuem problema de comunicação – matéria-prima da informação.

    Actualmente, a Fundação Geolingua está a organizar um novo tratado, simbólico e de promoção de auto-estima, o “Tratado de Tordesilhas II”, cujo objectivo é ressuscitar a maior e mais antiga comunidade dos últimos 500 anos, a CPLP&E – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa & Espanhola.
    São os iberófonos a unir-se, lembrando a importância que já tiveram, têm, e continuarão a ter, estes dois idiomas. Não esquecendo que a Península Ibérica, os Países Africanos Iberófonos e a América Latina (99% Iberófona) ficam “separados” e claramente identificados da outra metade do mundo por uma linha imaginária. A America Latina e a Comunidade Ibero-Americana não deverão, portanto, deixar de fora os países africanos de expressão portuguesa e espanhola, mais Timor-Leste. Que se crie, portanto, uma GEO-Comunidade Iberófona, onde a base passe a ser a língua, a maior ponte para o diálogo de todos os tempos.

    A titulo de exemplo pode-se citar que o Banco Santander demonstrou-se plenamente favorável ao conceito da Iberofonia ao anunciar publicamente que a língua portuguesa passa a ser, em paralelo com o espanhol, a língua oficial nos 42 países onde o banco se encontra presente.

    E, para o xeque-mate final, além de tudo o que aqui já foi dito para se aprender
    a língua portuguesa, o maior de todos os motivos é, sem duvida:

    O FACTO DE A LÍNGUA PORTUGUESA ENTENDER O ESPANHOL
    Um mercado de 700 milhões de pessoas presentes na metade do mundo!
    ______________________________

    Breve explicação sobre a Geofonia

    • Iberofonia, é: Lusofonia + Hispanofonia. (Península Ibérica, como um todo)

    • Geofonia, é: o respeito pelos sons das várias línguas! (na Península Ibérica e no mundo)

    A Fundação Geolíngua, propõe a inclusão da Geofonia nos 30 países de língua oficial portuguesa e espanhola. Desta forma a Geofonia poderá ser, no futuro, uma espécie de “Esperantofonia”. É o respeito às fonias dos 8 países de língua portuguesa, dos 21 de língua hispânica e, dos quase 50 milhões de Iberófonos que vivem nos EUA. É uma fonia democrata, pois respeita o som das palavras. – (fonia vem da fonética que é o ramo da Linguística que estuda os sons da fala humana)

    GEO-Comunidade – 1 cidadão, 2 línguas! Uma realidade, para breve.

    Só os Iberófonos, hoje, representam 700 milhões de pessoas, nas terras mais ricas do planeta!

    Para maiores informações contactar – (351) 966054441 – Skype: geolingua – geo@geolingua.orghttp://www.geopress.org

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