AS IMAGENS DO HORROR DA MILÍCIA “EI” SÃO DESANIMADORAS

A queimação do piloto Al-Kasaba dentro de uma jaula choca o mundo.
Os extremistas pretendem, com os vídeos da crueldade demonstrar o poder da vingança como um exemplo para os seus adeptos seguirem. Por outro lado servem de intimidação para os adversários (os Emirados Árabes Unidos deixaram de participar nos ataques aéreos). Por outro lado apostam no efeito da propaganda, na esperança de tais vídeos do horror motivar e inspirar a vontade de radicais da mesma opinião.
Os assassinos bestiais do estado Islâmico acompanharão o mundo árabe e o mundo ocidental por muitos anos.
A sua nova tática passou a ser o assassinato de crianças.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

Economia Social de Mercado como Resposta às novas Exigências económicas e sociais

Da Conexão do Princípio individual protestante com o Princípio social católico bem como do Capitalismo com o Socialismo

António Justo
A Europa precisa de um sistema económico próprio. O que a Alemanha conseguiu e outros países não conseguiram, no pós-guerra, deve-se à sua capacidade de integração do princípio individual protestante e do princípio social católico. De uma luta cultural secular entre católicos e protestantes, da experiência das duas grandes guerras mundiais e da experiência dos dois sistemas políticos antagónicos, que vigoraram nas Alemanhas, surgiu uma cultura integral alemã do compromisso e consequentemente um novo projecto económico que se expressou na Economia Social de Mercado (ESM) e num exemplo para a Europa e para o mundo. O milagre alemão, fruto desta teoria económica demonstrou os benefícios da nova via da economia social ao integrar nela a visão económica socialista e capitalista de forma moderada.

Com a queda da União Soviética e a fundação da UE e com o consequente acentuar-se do globalismo capitalista liberal, a economia social de mercado tem sido destruída por um sistema económico anglo-saxónico que dá prevalência ao princípio individualista e à razão do mais forte sobre o princípio social e comunitário.

Alfred Müller-Armack, pai da Economia Social de Mercado, definiu-a como a “combinação do princípio da liberdade no mercado com o princípio da igualdade social”. Assim a economia social de mercado traz nela a fórmula de pacificação social ao tentar um equilíbrio razoável nos “ideais de justiça, liberdade e crescimento económico”.

O Chanceler Ludwig Erhard, executor da economia social de mercado, vê nela o meio de alcançar o “Bem-estar para todos”. Assenta na base de uma economia competitiva de empresas livres que, através do seu sucesso económico conectado com a comunidade, possibilitarão o progresso social.

A ESM possibilitou o milagre económico alemão. Era uma espécie de terceira via entre a economia de mercado puramente liberal (EUA) e a economia de mercado dirigista sob o controlo do Estado (União Soviética, mais concretamente, Alemanha socialista – DDR). Esta nova teoria económica quer encetar um caminho novo entre o capitalismo puro e o socialismo puro. Em 1949, o partido CDU sai à rua com o novo slogan da política económica “economia social de mercado” que aponta para uma regulamentação económica moderada, em oposição ao dirigismo “economia estatal planificada anti-social”.

Em 1959, o SPD que até então seguia uma ideologia socialista semelhante à dos partidos irmãos latinos, tornou-se mais pragmático devido à amarga experiência com o socialismo real da Alemanha socialista que o levou a elaborar o seu “Programa de Godesberg”, onde assume, também ele a (ESM) na sua política (saber de experiência feito) e abdica do seu slogan pelo “socialismo democrático” até então seguido.

A (ESM) tornou-se desde 1950, de facto, na ordem económica da República Federal da Alemanha.

Surge a designação de “capitalismo renano “ em contraposição ao “capitalismo anglo-saxónico”, procurando integrar nele a ESM. A Alemanha, sociedade metade católica e metade protestante, integra, assim, a política protestante centrada no indivíduo e a política católica mais centrada no comunitarismo. Deste modo a RFA conseguiu conectar a economia livre com o estado social. O estado intervém na economia com medidas reguladoras, de política social, política económica e de políticas do mercado de trabalho reguladoras, no sentido de corrigir excessos e defender o equilíbrio do bem-comum.

Na concorrência mundial, tem sido contestada uma certa política social paternalista da Alemanha e de outros estados. Facto é que a Alemanha se tornou, com a UE, num símbolo de desenvolvimento e num íman de trabalhadores e de pessoas aventuradas de todo o mundo.

Entretanto a economia, ao não levar consigo o Homem, degradou-se. A sua política, pragmatista e meramente mercantilista, tem-se desviado dos princípios cristãos. O sistema económico anglo-saxónico passa a ocupar todas as áreas da sociedade. A filosofia liberal do pragmatismo e do utilitarismo (modelo inglês e americano) afirma-se contra a Economia Social de Mercado de caracter mais europeu, baseado no modelo sociopolítico de princípios cristãos (igualdade de oportunidades e responsabilidade social que se expressa na solidariedade, subsidiariedade e justiça social) que a Alemanha adoptara (cf. Encíclicas sociais).

A doutrina social da igreja pretende que, ao lado de uma visão individualista liberal da pessoa humana, se afirme também a imagem de pessoa ligada socialmente. Muita da tradição sindical tem as raízes nela.

Nos tempos actuais, torna-se preocupante observar como o capitalismo (filho do protestantismo) tem vindo a dominar a sociedade europeia numa aliança tácita com o socialismo. Mais revelante ainda, o facto de o socialismo, por natureza filosófica mais perto do catolicismo, combater este sistematicamente. Vai sendo tempo de constituintes diferentes da filosofia cristã (protestantismo, catolicismo, capitalismo e socialismo) reflectirem mais sobre as suas raízes comuns e a mensagem cristã de servir o Homem e a sociedade. Precisam-se todas as forças irmanadas porque a tarefa é global, exigindo uma estratégia comum consciente da complementaridade das partes. A inclusão a nível de teorias e práticas levarão a uma orto-praxia crítica e construtora de paz.

A economia de cunho protestante inglês e americano não teve tanto a influência da doutrina social católica, ao contrário do que aconteceu na Alemanha e na Áustria, daí a diferente maneira de estar política e social dos EUA e da Europa.

A liberdade económica para ser justa tem de andar de braço dado com a liberdade política. A política encontra-se, de momento, sob o ditado económico desenfreado, devido ao apadrinhamento do liberalismo capitalista incontrolado que se afirmará ainda mais com os tratados TISA e TTIP. Segundo os economistas Dieter Cassel e Siegfried Rauhut a economia social de mercado foi “muito desacreditada e degenerou numa fórmula vazia”.

Grécia: Sintoma dos exageros económicos e ideológicos da UE

O povo grego disse não a um programa, um não ao empobrecimento social. A Grécia disse não a uma política europeia que desfoca e turva os pontos de encontro entre criminalidade organizada e sistemas económico-financeiros, também eles, organizados criminosamente. O povo grita porque quer pão e moral; o povo quer que se cure a democracia para se poder preservar a paz. A europa está doente, porque, contra a ESM, protege os Bancos e os super-ricos e manda o povo pagar os custos sociais.

Para uma reflexão séria e a reorganização económica urgente, resta à Europa tirar das prateleiras a doutrina social da igreja que orientou a política financeira da economia renana e integrar a experiência prática dos sistemas políticos capitalista e socialista.

Será de conseguir o que a Alemanha pós-guerra conseguiu: integrar o religioso e o secular, integrar a consciência moral individual e a consciência moral social na vida nacional, integrar o capitalismo e o socialismo. Seria de tentar desviar energias que se perdem nas lutas ideológicas e partidárias, para uma luta cultural europeia séria que produziu diferentes maneiras de ver e de ser. Não revelaria inteligência sadia continuar a contentar-se em viver nas trincheiras capitalistas e socialistas, repetindo posições jacobinas da revolução francesa em repúblicas que se pretendem modernas.

António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
www.antonio-justo.eu

A TROIKA TEM OS DIAS CONTADOS

A Grécia deu-lhe o xeque-mate! A Barragem do Euro começa a ter rasgos grandes.
A Troika passou a ser o símbolo da crise e da desdemocratização! As conversações passarão a dar-se em Brussel a nível político.
Não será fácil porque nas conversações em torno da crise todos os países terão de ser incluídos. O mero perdão das dívidas à Grécia significaria que Portugal perderia mais de um milhar de milhões de euros, que emprestou à Grécia. Portugal e os vários países com problemas de dívidas seriam injustamente tratados se não fossem também contemplados e não recebessem subvenções especiais para investimentos como terá de acontecer com a Grécia no caso de ela não abandonar o euro.
A opção do uso da dracma a nível interno, e do euro a nível externo, beneficiaria a Grécia mas prejudicaria a concorrência entre os países da zona euro com economias fracas. Esperemos que os nossos políticos não se limitem a fazer cara bonita mas que consigam benefícios também para os investimentos em Portugal.
Devido ao contencioso da ocupação do Chipre pela Turquia, a Grécia poderá estar mais interessada em jogar a cartada russa (Ucrânia) virando-se também para a Rússia. Dado a Turquia ser membro da NATO o novo governo poderá criar bastantes dores de cabeça à União Europeia. A UE tem muito que digerir! A Rússia é demasiado importante também para a EU e terá de ser tomada mais a sério.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

Morreu a Voz alta da Consciência alemã

Richard von Weizsäcker: Presidente de todos os cidadãos

António Justo
Na idade de 94 anos, morreu o ex-presidente Richard von Weizsäcker (nasceu a 15.04. 1920 em Stuttgart; † 31.01. 2015 em Berlim). . Grande personalidade, um exemplo de patriota e estadista de cunho internacional. Foi uma figura de Estado e da Igreja, um presidente de todos os alemães e uma autoridade moral tanto para a esquerda como para a direita. Era independente e não partidário embora pertencesse ao partido CDU. Amado por todo o povo, foi a voz da consciência do povo alemão.

O seu mandato coincidiu com o final da Guerra Fria e a reunificação da Alemanha. Empenhou-se na conciliação e reconciliação com os vizinhos na Europa e Israel. Foi presidente da Alemanha ocidental e da Alemanha reunificada. Filho de família nobre foi também um nobre do povo. De 1967-1984, foi membro do Sínodo e do Conselho da Igreja Evangélica na Alemanha e também durante dois anos presidente da Congresso da Igreja protestante.

Ele, que tinha sido soldado durante a guerra e viu morrer o irmão a seu lado, no final da guerra contactou o grupo de resistência liderado por Claus Schenk Graf von Stauffenberg.

Na celebração do 40.º da capitulação alemã da Segunda Guerra Mundial, disse que o final da guerra, para a Alemanha, “não foi o dia de uma derrota, mas o dia da libertação do sistema desumano da tirania nazista”. Assim se encerra um capítulo da História alemã com uma clareza reconciliadora que impede qualquer revisionismo da história e tapa a boca a revanchistas: a capitulação não foi um acto da humilhação mas da libertação, foi a capitulação do regime nazi perante as nações e perante o povo (nação) alemão.

A frase ganhou raízes na consciência coletiva da história dos alemães. Segundo, Gabriel, chefe do SPD, as declarações de Weizsäcker determinaram “o ponto de viragem nos livros de história”.

Angela Merkel acrescentou: “A maneira como exerceu 1984-1994 o cargo de Presidente, estabeleceu novos padrões.” Weizsäcker manteve sempre o seu espírito livre e crítico em relação ao próprio partido e aos partidos em geral, que criticava pela sua “obsessão do poder”. Foi uma voz incómoda para o seu partido, defendendo, por vezes, posições da oposição que eram desagradáveis ao partido. Weizsäcker colocava o bem da nação à frente dos interesses que um partido representa. O partido, porém, mostrou hombridade ao disponibilizar-lhe cargos de grande responsabilidade.

O que a Alemanha consegue e outros países não

A inteligência alemã consegue o que a latina não tem conseguido: integrar o religioso e o secular, integrar a consciência moral individual e a consciência moral social na vida nacional; esta tem sido uma realidade que se expressa em grandes personalidades seculares e da Igreja se tornarem presidentes da República e chefes do governo. Outros países europeus têm tido como presidentes e primeiros-ministros grandes expoentes partidários mas não produzem estadistas desta têmpera pelo facto de se identificarem em demasia com a própria ideologia partidária.

António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
www.antonio-justo.eu

 

Asilo de Refugiados em Igrejas alemãs

Mais de 350 refugiados ameaçados de deportação da Alemanha desfrutam de asilo em Igrejas. Segundo a revista alemã SPIEGEL, o ministro do Interior de Maizière está aborrecido. Numa reunião como os bispos católicos alemães, terá criticado a prática de asilo nas igrejas. Estas têm concedido asilo a refugiados sob ameaça de extradição e que constituem casos especiais de humanidade.
Actualmente encontram-se 359 refugiados, incluindo 109 crianças em 200 igrejas.

António Justo