PORTUGAL VOTOU REVELANDO QUE QUER MAIOR DIFERENCIAÇÃO E MENOS INGERÊNCIA DA UE

Explicação remota para o resultado das eleições em Portugal 

Os conservadores perderam a maioria absoluta, o que causará grande dificuldade na formação do próximo governo e na implementação a 100% da política económica da UE durante a próxima legislatura. Se observarmos o espectro dos partidos e não contarmos com a gorda abstenção a maioria parlamentar é de esquerda. Pedro Passos Coelho teve uma vitória relativa mas terá dificuldades em continuar com o programa de poupança porque pelo resultado das eleições o povo mostrou que não quer continuar a política de poupança. A esquerda teria a possibilidade de formar governo dado ter a maioria no parlamento. Se pensarmos na Grécia e na maneira como a UE a está a favorecer em relação aos países com dificuldades económicas, pelo facto de o governo grego não querer cumprir as regras da UE, Bruxelas está a dar razão indirectamente às forças de esquerda que lutam contra a política de poupança. A lógica a seguir: desobedecer às regras de estabilidade europeia. Neste sentido a predominância da esquerda tem o seu sentido.
Para quem quer ter uma visão mais alargada das causas tradicionais dos resultados das votações pode clicar o seguinte Link que é muito enriquecedor também a nível sociológico.
http://www.europepolycentrique.org/carte.htm
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo www.antonio-justo.eu

CONTENDAS EM CASAS DE ACOLHIMENTO DE REFUGIADOS NA ALEMANHA

Polícia toca Alarme – Quem é Agressivo tem Vantagens

António Justo
Só no mês de Setembro entraram na Alemanha mais de 270.000 refugiados. Mais de metade dos refugiados tem idade inferior a 25 anos. Devido à “política de bem-vindos” de Merkel, aumenta o borborinho na sociedade alemã; o grau de popularidade da chanceler Merkel já desceu 9 pontos passando para o 4° lugar quando antes mantinha sempre o 1° lugar (Conta agora, apenas com 54% de cidadãos que aprovam a sua política, Wolfgang Schäuble passou para 1° lugar). Reformados e grupos carentes vêem cada vez menos dinheiro no orçamento alemão e contam já no próximo ano com pioramento da sua situação. O interesse e o medo tendem a desequilibrar-se. Em vários centros de acolhimento de refugiados há pancadarias entre grupos de refugiados; há médicos que já só querem entrar em centros de refugiados se acompanhados pela polícia. O sofrimento cria sofrimento.

Custa à imprensa alemã informar sobre tais casos para não fomentar sentimentos de agressão contra os refugiados mas atendendo à frequência das acções violentas entre estes, vê-se obrigada a deixar passar alguma informação em primeiro plano.

Em muitos casos, refugiados já traumatizados trazem os conflitos consigo, acrescentados por situações que não correspondem ao que tinham sonhado quando se puseram a caminho da Europa. A potencialidade dos conflitos é grande, se atendermos aos traumas da guerra, à longa caminhada até cá e que nos mesmos alojamentos se encontram muçulmanos sunitas e xiitas em guerra entre si, etnias e nações com interesses e costumes diferentes, cristãos que tiveram de fugir dos países devido à perseguição muçulmana, sofrendo agora a continuação da violência nos alojamentos, além do mais também os refugiados do Leste Europeu sem direito a asilo que esperam da sua estadia uma mesada superior à que recebem no emprego nas suas terras. Por estas e por outras o governo já determinou medidas tendentes a apressar o processo de asilo e em determinados casos optou por distribuir géneros em vez de dinheiro.

Para ajudar os estados federados e os municípios, o governo federal reembolsa-os em 670 euros por mês e por cada refugiado, comparticipando assim nos elevados custos dos estados federados e dos municípios. O apoio é concedido até que termine o processo de asilo de cada um. Uma vez reconhecido o direito a asilo, os asilados entram no sistema geral alemão de apoio social Hartz IV, tal como qualquer alemão necessitado.

Nalgumas casas de acolhimento de refugiados as contendas têm escalado. No alojamento de Calden-Kassel que foi concebido para 1.000 refugiados, agora com 1.750 refugiados de 20 nações, deu-se agora, depois de outras querelas, uma pancadaria com paus e gás de pimenta em que participaram 370 refugiados (albaneses e paquistaneses) e a que acorreram 50 polícias; 14 refugiados e três polícias foram feridos (http://zu.hna.de/calden2909). Polícias queixam-se que para acorrerem aos alojamentos já lhes falta o tempo para observarem os meios da droga e outros sectores de observação.

Nas palavras de Rainer Wendt chefe do sindicato da polícia, no “Passauer Neue Presse”, revela-se muita experiência recalcada e frustração acumulada, partilhada pelos colegas polícias nas suas intervenções em casas de alojamento de refugiados: “Temos experimentado essa violência durante semanas e meses. Juntam-se em grupos de acordo com etnias, religião ou com estruturas de clã e vão uns contra os outros com facas e armas caseiras”. “Islamitas querem impor lá os seus valores e a sua ordem”. A minoria dos cristãos deveria, ser colocada, nas casas de alojamento de refugiados “sob protecção especial” porque é, muitas vezes, perseguida de forma maciça.

Muitos não se comportam como hóspedes e muitos refugiados alemães que depois da segunda guerra mundial vieram para a Alemanha (11 milhões) e viveram durante anos em alojamentos muito precários para refugiados, custa-lhes a compreender o comportamento e exigências de muitos refugiados de hoje.

Com a miséria e despovoamento da Síria, a longo prazo ganham os que querem lá a guerra. A Alemanha com tanta imigração rejuvenesce-se e cria maior concorrência no mercado de trabalho e deste modo disciplina o próprio operariado na concorrência europeia e globalista que quer uma precaridade comum aos diversos Estados. Assim evita uma flutuação de carentes entre os vários sistemas de apoio social da União Europeia.

Porque não se dá o mesmo direito aos que solicitam asilo nas embaixadas como aos que são transportados por quadrilhas que rebocam fugitivos que tiveram de pagar entre 4.000 e 8.000 euros aos que organizaram o seu transporte?

Que se faz contra os bandos de candongueiros ou traficantes? A proposta de lei do governo contempla um mínimo de três meses de cadeia para tais delitos. Porque é que alguns partidos de esquerda se opõem a medidas concretas contra os traficantes?

A crise dos refugiados continuará enquanto as potências continuarem a lucrar e ganhar créditos com a desestabilização dos países através da guerrilha e da morte.

O problema dos refugiados sírios resolve-se quando os governos dos USA, Rússia, Arábia Saudita e Irão se juntarem a uma mesma mesa; para isso a elite europeia terá de deixar de jogar com eles o jogo sujo e disser à população o que verdadeiramente se passa e os motivos que a levam a actuar assim. Os responsáveis conduzem lá fora a guerra sangrenta de que os países e os refugiados são vítima e cá dentro na Europa conduz-se a guerra mediática de que somos nós as vítimas. Na realidade, a política internacional conflituosa e de rivalidade entre os USA e a Rússia, entre os xiitas e sunitas, são os responsáveis por uma situação de destruição de nações e por uma nova situação na sociedade europeia de consequências futuras imprevisíveis. O vice-presidente do Parlamento Federal, Singhammer solicita a limitação do direito dos refugiados ao reagrupamento familiar. Refere que os 200.000 refugiados da síria na Alemanha trariam consigo um “potencial de reagrupamento ” para a Alemanha de 600.000 familiares.

A Liga dos Direitos Humanos IGFM em Frankfurt expressou que a proteção do direito de asilo exige um não ao abuso. A maioria dos migrantes vem de países seguros onde não há perseguição política. Há dias em que entram na Alemanha 10 000 refugiados.

O político dos Verdes Jürgen Trittin acaba de afirmar: “A Alemanha está a desaparecer a cada dia que passa”. Claudia Roth, do mesmo partido, comentou: “Alemães são Não Migrantes. Nada mais.” A sociedade europeia, devido à irresponsabilidade política cada vez se radicalizará mais.
António da Cunha Duarte Justo
“Pegadas do Tempo” www.antonio-justo.eu

REFUGIADOS E ALMA POPULAR A AQUECER EM BANHO-MARIA

O Discurso sobre Refugiados parece esgotar-se no “a Favor” e “no Contra” a sua Admissão

António Justo
A Europa é um continente aberto às culturas, à mudança e até à improvisação. Perante a imigração em curso, os excessivos desejos e pretensões de muitos refugiados colidem com o medo popular; muitos detalhes passam à margem dos feitores da opinião pública que, com a tesoura na cabeça a nível de apresentação dos factos, procuram evitar que surja no povo mais medo e uma atitude contra estranhos. Os políticos e as autoridades religiosas cristãs e de outras confissões assumem, publicamente e na prática uma atitude de defesa e empenho pelos refugiados. Nos meios sociais mais “livres” e nos comentários particulares da internet depara-se, por toda a parte, com uma opinião pública determinada mas indiferenciada: de um lado os bonzinhos desprendidos que têm tudo para dar e do outro os mauzinhos sempre prontos a defenderem os direitos adquiridos e o que julgam seu. Explicações simples, como “capitalismo desumano” e “islão agressor”, encontram-se subjacentes a muitas opiniões.

De resto, no que toca ao tema refugiados confrontamo-nos com o medo domado e com uma sociedade desorientada e sobrecarregada que se sente castigada por “invasão„ tal que só parece poder ter explicação nalgum pecado algures cometido ou por outrem perpetrado.

Alemanha – um País privilegiado por e para Refugiados

É confortador constatar como a sociedade alemã, a imprensa, as instituições religiosas e políticas reagem tão positivamente à nova imigração. A nível popular observam-se imensas iniciativas de ajuda e a nível de autoridades todas as comunas se empenham imensamente no sentido de receberem os hóspedes com dignidade humana. Nota-se a preocupação de reagendar dinheiros públicos e de se criarem enquadramentos que sirvam e ao mesmo tempo comprometam os hóspedes com os valores desta sociedade que motivou a sua escolha como centro da sua vida.

Para o fenómeno não há respostas simples. A difícil situação dos refugiados vem acrescentar-se à pobreza de muitos cidadãos e ao medo suposto ou real da perda de identidade.

Na Alemanha esperava-se, no princípio do ano, a entrada de 400.00 refugiados, depois corrigiu-se a perspectiva para 800.000 e agora, a realidade leva membros do governo a prever a entrada de um milhão durante 2015.

O governo federal, os estados federados e os municípios já começaram a reestruturar o seu orçamento de milhares de milhões de euros no sentido de elaborar programas de construção de casas, de criação de novos lugares na administração, professores, assistentes sociais, tradutores, educadores de infância, etc. Além dos desafios que os recém-chegados colocam a nível de aprendizagem da língua, de mercado de trabalho e de integração vêm os problemas culturais e de mentalidade. A sociedade alemã é minuciosa e pensa em pormenor: consciente de que a Europa, ao contrário dos “árabes”, tem uma orientação individualista, emancipadora e de igualdade entre os sexos, já se preocupa também com a criação de cursos de formação para imigrantes masculinos para que estes adquiram competência neste sector, doutro modo não aceitarão instruções de mulheres chefes no seu lugar de trabalho. Um grande problema para a administração está também nas exigências de muitos refugiados que só querem ser albergados nas grandes cidades e por terem reivindicações irreais incutidas por traficantes em relação à sociedade acolhedora, o que os pode desencorajar dado a realidade que encontram não corresponder aos seus sonhos.

A Europa precisa de gente nova para equilibrar o seu défice de nascimentos mas devido à maioria de emigrantes masculinos está a criar-se uma desproporção e um excesso masculino, observam alguns. Por outro lado os recém-chegados não poderão preencher o buraco demográfico da sociedade que terá de lhes dar formação profissional e trabalho, pensam as autoridades. A Alemanha precisa de trabalhadores especializados e em especial artesãos, pensam os industriais. Os recém-chegados vêm de países não industrializados e por isso não podem solucionar, para já o problema do emprego, é preciso primeiro formá-los, pensam políticos.

Na Alemanha, muitas das pessoas no desemprego (quota de desemprego 6,7% e de pobres 15,5%) ou com fraca qualificação profissional e aqueles que têm o emprego em perigo e os que ocupam os lugares do “resto” temem a chegada dos novos imigrantes que serão os seus directos concorrentes no mercado de trabalho. Por isso o sindicato apela para que não haja uma concorrência desleal entre pessoas alemãs e estrangeiras em situação precária e para que o salário mínimo bruto à hora passe de 8,5 € para 10 €.

O comércio, advogados, médicos, assistentes sociais, professores e educadores alegram-se com a chegada dos novos clientes.

Pessoas talvez mais levadas pelo pensamento que pelo sentimento perguntam-se do porquê de, países islâmicos ricos como a Arábia Saudita, Oman e kuweit, não abrirem as portas aos refugiados. Outros, talvez mais levados pelo sentimento do que pelo pensamento advertem no sentido do Daily Mail que cita um islâmico da mesquita de Jerusalém: “o líder islâmico pede aos migrantes sírios que “aproveitem” a oportunidade para “procriar”. Sheikh Muhammad Ayed diz: “Nós dar-lhe-emos a fertilidade. Procriem com eles e nós conquistaremos os seus países, como sempre foi a vontade de Alá”. Como se vê híper-reacções de pessoas complexadas e de uma sociedade doente que não encontra solução para os seus cidadãos apesar das riquezas naturais que possui. Se não fosse o militantismo islâmico, a imigração em via seria menos controversa e um grande bem para a Europa que envelhece a olhos vistos (com os inerentes problemas anexos à produtividade para pagar as reformas); só a Alemanha para contrariar o défice de natalidade teria de ter uma imigração de 600.000 estrangeiros por ano, segundo as contas feitas por especialistas. A Alemanha do pós-guerra com grande deficiência de homens conseguiu integrar 11 milhões de deslocados alemães que tinham a mesma cultura e a possibilidade imediata de trabalho dado a Alemanha precisar de ser totalmente reconstruída.

Outros questionam-se pelo facto de ainda não ter sido possível integrar a massa dos trabalhadores migrantes vindos a partir dos anos 60 e que vivem aqui já na terceira geração; para estes, o máximo que se poderá alcançar e já não será mau, é uma coexistência pacífica de uns ao lado dos outros, pensam muitos. Mutos receiam que se formem sociedades paralelas ou zonas em que a polícia já não entre, como já se vai observando em grandes cidades; outros fazem comparação com a antiga Alemanha socialista que já custou um trilhão de euros e continua a custar muito dinheiro para vie a conseguir atingir o nível da Alemanha capitalista. Outros têm medo dos guerreiros islâmicos do Estado Islâmico que poderão remodelar a democracia em seu favor.

Outros questionam-se sobre o que acontecerá quando as receitas fiscais diminuírem. Quem pagará os benefícios sociais de que dependem. Outros ainda reconhecem os refugiados como consequência da má política europeia como no caso da Síria e do Iraque mas não estão de acordo em receber refugiados doutras zonas africanas e dos Balcãs.

O mais importante é que os que encontram acolhimento na Europa se devem comprometer com a Constituição e com os princípios que orientam as regras de vida europeias. Todo o receio de uns e outros seria descabido se hospedeiros e hóspedes se deixassem orientar por princípios humanitários. Vítimas de fome, guerras e ideologias chegam até nós na procura de felicidade e nós que de maneira mais ténue nos guerreamos ditando sentenças que substituem as antigas armas, já não em nome de Deus mas dos nossos interesses, dos nossos enfraquecidos valores e da nossa opinião/verdade.

Muitos têm medo do islão mas creio que exageram nas suas prognoses porque a História do futuro não seguirá os mesmos critérios da do passado que se afirmava pela violência, pela espada. O bem-estar adquirido e a formação cultural das pessoas provocarão uma nova consciência e uma nova forma de convívio e de estar que levará as pessoas a ser menos influenciáveis por ideologias sejam elas de caracter religioso ou político.

Mais provável é o que diz o cientista muçulmano Hamed Abdel Samad que prognostica, no livro “Der Untergang der islamischen Welt”, a queda do mundo islâmico e vê nas reacções exasperadas do mundo islâmico o sintoma de uma sociedade a disparar os últimos cartuxos antes de ruir. De facto o que não serve o Homem está condenado a desaparecer e por outro lado a formação ajudará o cidadão a integrar fé e razão e a respeitar a opinião individual de cada qual. O mesmo autor já tinha “profetizado” o êxodo massivo de povos muçulmanos para a Europa.

Haja o que houver, ao sol da economia e da ponderação, o povo tudo solucionará. Vivemos em tempos em que o pensar realista se torna cada vez mais difícil, atendendo à informação pública publicada. Uma Europa ateia e sistematicamente crítica em relação ao cristianismo, com o surgir do islão na Europa, verá reduzida a sua posição secularista em relação às forças religiosas. Poder-se-á dar como que uma vingança da História: um secularismo militante, filho da cristandade, verá diminuída a sua influência por não compreender o fenómeno religioso e os espíritos subjacentes que este fomenta e devido à sua adversidade religiosa em relação ao cristianismo. As sociedades encontram-se doentes e continuam atadas aos males do passado que se renovam no mundo islâmico e aos males da modernidade que culminou, sob a perspectiva europeia, nos socialismos de Estaline e Hitler e num capitalismo avassalador. A sociedade e o ser humano trazem o bem e o mal em si mas vai evoluindo, pouco a pouco. O sol deita-se todas as tardes mas também se levanta todas as manhãs para dar continuidade à vida!
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

Moral das Eleições gregas: Portugal terá de formar uma grande Coligação de Direita e Esquerda

A GRÉCIA REPENSOU CALCULOU E ELEGEU ESQUERDA

António Justo
Tsypras recebeu mandato para continuar a reforma da Grécia e do Estado grego. Terá de corrigir o nepotismo e a corrupção do sistema socialista e conservador. A principal tarefa será reformar o mercado de trabalho e o sistema social tal como fez o governo alemão de esquerda em 2003 com a Agenda 2010 na Alemanha, no seguimento das decisões dos líderes da UE em 2000, na cimeira especial da UE em Portugal sob o signo: “Estratégia de Lisboa” para “a economia mais competitiva e dinâmica baseada no conhecimento do mundo”. A Alemanha foi a primeira nação a aplicar tal estratégia conseguindo com isso a dianteira no mundo.

Alex Tsipras tem o povo consigo. 56,6% dos eleitores gregos acorreram às urnas (eleições de 20.09) dando a maioria à aliança esquerda “Syriza” com 35,5% (145 assentos no parlamento) e 7% (10) aos populistas de direita “Gregos Independentes” (formando os dois a coligação governamental). Os conservadores “Nea Dimokratia” conseguiram 75 mandatos, a extrema-direita “Aurora Dourada” 18, a pró-europeia “O Rio” 11, a comunista “KKE” 15, os socialistas “Alliance passok + Dimar” 17 e a “União do Centro” 9 lugares. O parlamento grego tem 300 deputados. A diminuta participação nas eleições tem a ver com a desorientação e desilusão do povo grego dos partidos.

Eleições na Grécia um aviso para Portugal formar uma coligação de maiorias de direita e esquerda se quer ousar menos corrupção e mais reformas

Para lá dos abusos e da falta de iniciativa, o governo de Tsipras terá de recuperar o país e tornar o Estado eficiente. Para se manter no sistema europeu terá de criar medidas desagradáveis para salvar o país. Estas medidas só poderiam ser tomadas por um governo de esquerda ou por um governo de coligação das forças parlamentares mais fortes. Só elas conseguem comprometer os sindicatos no sentido de uma salvação nacional. Portugal para se poder renovar terá de, nas próximas eleições, formar um governo de coligação dos partidos que alcancem o maior número de votos. Só assim terão força para combater a corrupção e poderão tomar medidas que transcendam os interesses de clientelas.

A Grécia recebe da União Europeia subvenções anuais no valor de 10 até 12 mil milhões de euros e do “Pacote de estímulo económico de Juncker” 35 mil milhões de euros.

O governo grego é uma grande chance para o país e poderá tornar-se num exemplo para a Europa dado um governo de esquerda ser obrigado a dar respostas económicas para o país. Com a eleição de Tsypras, a Grécia confirmou o programa de poupança que Tsypras tinha assinado antes da sua demissão e consequentes eleições antecipadas. Tsypras iniciará um governo de poupança tal como fizeram o SPD e OS VERDES com Schröder na Alemanha com a “Agenda 2010” que reformou o sistema social e do mercado de trabalho; o lado escuro do seu rosto: castigará as classes menos favorecidas. Será surpreendente verificar como partidos mais habituados a adquirir pontos, com ideologia e o falar mal dos outros, irão aplicar medidas dolorosas que os outros não se atreveriam a aplicar.

António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

CRIANÇAS POBRES NA ALEMANHA – DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

Segundo a Agência Federal Alemã de Emprego, em Abril deste ano havia 1,67 milhões de crianças dependentes da segurança básica do estado. A quota de crianças necessitadas subiu de 15% em 2012 para 15,7% em 2015. Em relação a 2014 houve um aumento de 23.000. Entre cada seis crianças, do grupo etário dos 0 aos 15 anos, uma precisa de auxílios estatais para poder atingir o mínimo de subsistência.
Crianças com pais pobres sofrem as consequências de uma sociedade que não coloca a criança no centro das suas preocupações.
A pobreza é desigual de uns estados federados para os outros. Enquanto a quota de pobreza atinge em Berlim os 33,5%, em Bremen atinge os 32,9%, em Hamburgo os 21,7% e na Baviera atinge os 7,3% e no Baden Vurtemberga os 8,5%.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu