A BUROCRACIA AMEAÇA TORNAR-SE NA GRANDE PEIA DA ECONOMIA E DA LIBERDADE

Na Alemanha, a economia queixa-se de que “a burocracia constitui a maior desvantagem competitiva, ainda à frente da escassez de mão-de-obra e dos custos de energia” (de acordo com a Dra. Giesela Meister-Scheufelen (1).

“Os custos da burocracia para a economia devidos às leis federais ascendem agora a 65 mil milhões de euros”.

Também a UE tem aumentado o fardo da burocracia produzindo leis e regulamentações a torto e a direito. A instituição de Bruxelas tornou-se num monstro burocrático que por vezes produz regulamentações que se tornam num exagero, que mais parecem sair de um programa de ocupação dada aos seus burocratas!

A burocracia que cria regulamentos sem sentido continua a manter a sua validade sem análise nem controlo. Por detrás disto está o desejo dos políticos de controlar tudo. Os cidadãos estão lentamente a ter a impressão de que estão a ter uma vida supervisionada como no socialismo, que não confia na responsabilidade dos cidadãos. A economia social de mercado, o sistema económico que melhor se adapta a uma democracia, deve ser caracterizada pela confiança.

No estado do Hesse já há um ministro para a desburocratização.

O motivo que me levou a escrever este texto foi o facto de ter verificado de em Portugal, pessoal burocrático ir dar “formação” a empresas tendo elas de pagar os custos.

Exagerada burocracia aumenta o peso ineficiente do Estado quando a formação deveria ser da iniciativa das empresas e seus empregados interessadas em formações e especializações que poderão dar mais rendimento e contribuir para e inovação; frequência de cursos de formação pode então servir de factor de promoção do pessoal dentro da empresa. Só a empresa sabe dos ramos de inovação que precisa. Por outro lado, demasiado emprego dependente do Estado pode impedir desenvolvimento e iniciativa e fomentar a estabilização partidária no sistema baseada em favoritismo ou peso de voto de eleição nos partidos do arco do poder.

A falta de confiança do Estado para com os cidadãos vem a reflectir-se na desconfiança dos cidadãos para com o Estado.

Naturalmente um liberalismo sem regras no sentido do globalismo também não beneficia os Estados e menos ainda o povo e as pequenas e médias empresas.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) in Espelho das Autoridades /dezembro de 2024) (Editado em alemão para a Alemanha)

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Publicado por

António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

16 comentários em “A BUROCRACIA AMEAÇA TORNAR-SE NA GRANDE PEIA DA ECONOMIA E DA LIBERDADE”

  1. Bem- visto… Parabéns caro amigo.
    O Estado criou um pesado fardo no desenvolvimento económico do país.!.
    A criação do I.E.F.P., veio a substituir a formação profissional mais eficiente e
    adequada ao tecido empresarial.
    Daí tal instituição ter sido “um poço roto”do pacote financiado pela U.E., a verba do dito Programa do Fundo Social Europeu …
    Aquilo que dá maior promiscuidade a todo o desenvolvimento económico do país.!.
    Pudera.!!!. A falta de Inovação na política do Estado, bem como, da União Europeia bem visível está na substituição do P.I.B. , por um aferidor económico justo e válido a toda a economia. Lembramos o grande Líder da Economia mundial : John Maynard Keynes, já nos anos 1946, pretendia tal substituição
    Afim de evitar o alargamento dos BRIC’S., e poder haver paz a nível mundial, bem longe
    di que está acontecer…

  2. Manuel Saraiva Borges , exactamente, obrigado pelo comentário enriquecedor; esse “poço roto”está ao serviço de uma visão socialista de Estado controlador e espiador! Quanto aos BRICS passaram a ser indirectamente ainda mais implementados com o bloqueio económico à Rússia e a confiscação de riquezas russas. A europa serra no seu próprio galho!

  3. Vítor Lopes ,a tua referência a Kafka é mais que oportuna não só pela crítica de Kafka à burocracia, mas também pela conexão que se pode fazer com o seu livro “Metamorfose”. Aqui revela-se “visionário” pois no que se poderia referir à Europa com os trauliteiros de Bruxelas, temos uma EU muito empolada que ao tomar o caminho unilateral anglo-saxónico pôs-se a caminho da insignificância não só a nível geopolítico, mas sobretudo no próprio meio social que cada vez se sente mais depauperado e menos coeso pois consomem-lhe a alma e constroem castelos absurdos de burocracia no equívoco que criando muitos tachos para arrivistas dos Estados membros conseguem erguer uma Europa com futuro!.

  4. António José Santamaria , no texto falo do capitalismo social de mercado e não do capitalismo liberal. Quanto aos sistemas de poder sejam eles capitalista ou socialista afirmam-se à margem e à custa do povo. Basta-nos dar uma olhadela pelo mundo para os diferentes modelos de poder em acpara termos uma ideia da realidade. O capitalismo social do mercado, surgido da cloaboração de Igreja e sindicatos encontrou na doutrina social da igreja as suas bases. Naturalmente foi um projecto de pouca dura dado a ferocidade do poder e da injustiça terem o seu pé na dianteira. A solução só poderia tornar-se realista se para isso se iniciasse social e politicamente uma cultura humana da paz!

  5. “Burocracia supervisionada como no socialismo”. Eu vivi 12 anos em socialismo na República Popular da Bulgária e na República Democrática da Alemanha e nunca senti, que a minha vida tenha sido condicionada pela burocracia. Que esses políticos, que dizem defender a liberdade do mercados assumam a responsabilidade de fazer mais pela justiça social. Então haverá menos entraves à sua própria acção e poderá ser muito mais fácil explicar o seu papel ao mundo e às pessoas.

  6. Arménio Fortunato, agradeço por compartilhar a sua experiência pessoal e a perspectiva sobre a vida sob regimes socialistas. Testemunhos diretos de quem viveu em contextos históricos específicos é sempre valioso e enriquecedor ouvir. Concordo que as experiências com burocracia variam enormemente de acordo com o sistema e o tempo, e é interessante notar que o impacto da burocracia pode ser percebido de maneira diferente em contextos como o socialismo e as democracias liberais atuais.
    O ponto que levantei no artigo refere-se a um fenómeno contemporâneo, especialmente na União Europeia, onde a burocracia muitas vezes vai além de um instrumento técnico de gestão e se transforma num mecanismo de controlo que afeta a autonomia individual e empresarial. No caso da UE, isso pode ser visto, por exemplo, em regulamentações que, embora bem-intencionadas, acabam impondo restrições desnecessárias à inovação ou criando barreiras desproporcionais às pequenas empresas.
    O que parece estar no centro da sua mensagem – e concordo plenamente – é que a burocracia em si não é o problema principal. Quando há maior justiça social e melhores condições para todos, a necessidade de burocracias extensivas como mecanismos de controlo pode ser reduzida. No entanto, quando existe um desequilíbrio social, seja em regimes capitalistas ou socialistas, a burocracia muitas vezes é usada para consolidar poder e perpetuar desigualdades, ainda que indiretamente, como digo no artigo.
    Talvez a questão que todos devamos explorar seja como alcançar um equilíbrio: assegurar justiça social sem sacrificar liberdade ou eficiência. E, sobretudo, responsabilizar líderes políticos para que a burocracia sirva aos cidadãos e não o contrário. Encontramo-nos numa época da democracia em que políticos parecem mais alheios a ela no seu actuar. A burocracia aliada ao controlo já em via nas grandes redes sociais parecem iniciar uma época alérgica ao espírito crítico e por isso fomentará mais carneirismo e a mentalidade de “Maria vai com as outras”.

  7. Pois, pois, Alguns críticos argumentam que a burocracia excessiva pode levar a atrasos na implementação de políticas e a uma falta de flexibilidade para responder a crises de maneira eficaz.
    A burocracia da União Europeia, é um tema complexo e muitas vezes controverso.

  8. Sousa Chantre , é verdade que haja questões controversas, mas o problema é que não são discutidas abertamente e a burocracia excessiva pode comprometer tanto a eficiência quanto a adaptabilidade. A União Europeia deve equilibrar rigor administrativo com agilidade nas respostas.

  9. António Cunha Duarte, Em 1973 os anti germânicos diziam que era o fim do milagre alemão, derivado à crise do petróleo.,etc. Claro, quem alinha com sanções está sujeito a estas contradições, porque lá diz ditado: ordens vindas de Washington são para cumprir. Esta União Europeia, é comandada por políticos medíocres. Um abraço desde o Gerês!

  10. Manuel Adaes, desta vez a Alemanha, deixa de ter o encosto económico da Rússia e passará a ter de subsidiar mais a economia dos EUA para estes se dedicarem mais às suas actividades militares no Índico e no Pacífico. A Alemanha ao tornar-se o braço direito da geopolítica dos EUA atraiçou a mensagem geopolítica que uma Europa consciente de si poderia ter no mundo. Os EUA seguem uma política de dividir para imperar mesmo à custa dos seus aliados, como dizia já Salazar!

  11. Uma sociedade forjada no seguidismo não está preparda para aguentar contradições e menos ainda entrar numa cultura de controvérsia que possibilite o diálogo críitico entre as diferentes facções. Cada um prefere fazer do seu dogma da opinião a verdade universal; por isso não consegue aceitar entrar num discurso mesmo que seja, por vezes doloroso. Pensar faz doer e quando não dói torna-se em ópio para adormecer!

  12. António Cunha Duarte Justo … Uma manada de búfalos obediente que vive atrelada ao sistema e que é incapaz de se revoltar.. uma sociedade que clamava por menos Estado no passado mas que hoje está toda agarrada à teta do estado/sistema e como tal segue as suas pautas com medo de ser excluído!

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