Vem amigo, vem já ver
Pedrógão a sofrer
E nas sombras do apagão
Cinzas de vidas a divagar
Meu povo não notas
Os montes a fumegar,
a política a arder
e o braseiro da Geringonça
de pernas a gingar
Um horizonte se afigura
Sem amanhãs floridos
Numa pólis de escuro vestido
Entre o fumo e as labaredas
Do paleio a crepitar!
No meu luso sem tempero
A voragem da política
Apaga a modéstia
“Quem manda pode”
o resto abicha.
© António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Espírito no Tempo
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