Quanto ganha um Deputado da minha Cidade alemã (Câmara Municipal)

A Câmara Municipal de Kassel, na Alemanha, tem 200.000 habitantes. A administração é formada pelo presidente da Câmara assistido pela Administração que é actualmente composta por cinco magistrados a tempo inteiro e 13 magistrados voluntários, eleitos por um parlamento com 71 deputados pertencentes a 6 fracções (partidos) e com assento proporcional em 12 Comissões.

O trabalho dos deputados é honorífico. Um deputado recebe, por mês, 350 euros acrescidos de 50 euros para os custos de deslocações. Um deputado chefe de fracção recebe 600 euros por mês (cf. HNA 12.09).

Os deputados, além das sessões no parlamento, trabalham em várias comissões, em conselhos fiscais, além do trabalho partidário. O deputado mandatado para o conselho fiscal GWG (empresa concessionária para a habitação de serviço público da cidade, dirigida pelo tesoureiro da cidade) recebe 500 euros por ano de compensação.

Kassel tem 23 conselhos consultivos locais (bairros) que se reúnem pelo menos de dois em dois meses para tratarem dos assuntos relativos ao bairro.

António da Cunha Duarte Justo

Burkini contra Bikini

Tribunal alemão não desobriga Alunas muçulmanas de frequentar as Aulas de Natação

 

António Justo

Na Alemanha, há meninas muçulmanas que se recusam a participar nas aulas mistas de natação, por razões religiosas. O Tribunal Administrativo Federal deliberou, em última instância, que as meninas não podem fugir ao dever de frequentar as aulas de ginástica, porque, para corresponderem às exigências do Corão, podiam usar na natação um burkini (traje completo).

 

Uma jovem de 13 anos pretendia, com a queixa, a dispensa das aulas para muçulmanos por motivos de liberdade religiosa. Argumentou que não se queria expor aos olhares dos jovens nem usar o burkini e que o Corão proíbe ver jovens seminus. Para o tribunal a liberdade religiosa choca aqui com a missão educativa do Estado (Constituição), sendo de opinião que uma sociedade pluralista não pode considerar todas as preocupações religiosas.

 

A maioria da sociedade vê nesta atitude muçulmana o perigo dos alunos muçulmanos se segregarem dos colegas alemães e se habituarem a viver no incómodo de se afirmarem pela oposição.

 

Em todo o caso, aqui a vítima é a criança entre a interpretação do Corão e a interpretação do estado laico.

 

Entre muçulmanos tradicionalistas corre a voz de que à mulher que não tape o corpo, quando morrer, o fogo infernal queimará as partes do corpo, que durante a vida andavam publicamente descobertas. O medo impera onde a razão dorme.

 

António da Cunha Duarte Justo

www.antonio-justo.eu

Clínica para Mulheres mutiladas no Sexo

Uma Esperança no Desespero

António Justo

Foi inaugurada em Berlim (dia12.09) uma clínica para mulheres genitalmente mutiladas. É o primeiro hospital na Europa dedicado a mulheres a quem foi decepado o clítoris (ablação).

Na Europa há milhares de mulheres vítimas desta conduta desumana. São mulheres oriundas de África e de países islâmicos. A criação da clínica deve-se à iniciativa “Desert Flower Center” da activista dos direitos humanos Waris Dirie, a quem, aos cinco anos, extirpam o clitóris e os pequenos lábios da vagina. Waris Dirie ficou internacionalmente conhecida devido ao seu famoso livro “Flor do Deserto”.

Foi nomeada Embaixadora da ONU contra a mutilação genital feminina. Já conseguiu que 15 países africanos penalizassem a mutilação feminina.

Waris Dirie sente-se a “defensora das seis mil meninas que, dia a dia são mutiladas. Nada é pior que urinar e menstruar por uma abertura do tamanho de uma ervilha.” Oriunda da Somália, com 13 anos fugiu através do deserto para escapar ao casamento com um homem de 60 anos, com quem o pai a queria obrigar a casar como quarta esposa, em troca de 5 camelos.  

Em nome dos costumes culturais, a opressão da mulhercontinua a ser aceite. Os homens querem-na submissa e pura! Costumes, como o da ablação, são usados como preventivo contra qualquer possível tentação. Opta-se por ter sexo com mulheres a sofrer do que lhes permitir a liberdade do gozo. As mulheres são transformadas em terra cativa à disposição do homem, preparadas para serem vitimadas no altar da liberdade masculina. Parece poder constatar-se que na barbaridade sadista a honra do homem brilha mais quando polida pela dor da mulher.

O desamparo a que o mundo secular e religioso continua a votar a mulher conduz todo o ser consciente ao abandono, a um estado de angústia. Necessitamos uma ética humanista que coloque a mulher e o homem no centro do humano sem privilegiar nenhum dos seus polos.

António da Cunha Duarte Justo

www.antonio-justo.eu