Portugal vai pedir “entre 75 e 100 mil milhões de Euros” ao Fundo Europeu


Governo Português apanhado a fazer Batota

António Justo

Bruxelas está com insónias. Portugal tem branqueado as suas estatísticas orçamentais; os bancos irlandeses precisam de 24 mil milhões mais do que se esperava, embora parte desse dinheiro esteja já incluído nos 85 mil milhões do fundo de salvação cedido à Irlanda;  a Grécia revela que não chegam os 110 mil milhões até agora disponibilizados, e precisa de mais uma injecção de 35 mil milhões.

Bruxelas conta como inevitável que Portugal recorra ao Fundo de Salvação ainda antes das eleições em Portugal. O chefe do Grupo Euro, Jean Claude Juncker conta com uma soma entre 75 e 100 mil milhões para Portugal.

Sexta-feira (1 de Abril), dia dos enganos, Portugal teve que corrigir os seus dados sobre o Orçamento de Estado 2010. As autoridades europeias de estatística Eurostat notaram, segundo refere a imprensa internacional, que o Governo de Sócrates tinha ocultado no orçamento mil milhões de euros de apoio ao Banco Português de Negócios e transferências para outros fins.

“Que Portugal tenha sido apanhado a fazer batota com números do Orçamento e a Grécia se aproxima cada vez mais da declaração ajuramentada de insolvência já não surpreende ninguém” (HNA 2.1.2011).

Portugal não incluiu na contabilidade orçamental os gastos das empresas públicas. A Comissão Europeia não quis ser indelicada com Portugal e referiu simplesmente para os anjinhos “Não, Portugal não mentiu nas suas estatísticas” mas, para os que sabem ler e estimam a verdade, acrescentou “o instituto de estatística de Portugal está simplesmente a implementar os métodos contabilísticos europeus”. Quer isto dizer: o governo português faz contas mas não sabe que é preciso saber tirar a prova dos nove! Assim o senhor José Sócrates poderá continuar a enganar portugueses analfabetos com as suas brilhantes interpretações. Típico é que em Portugal se fale que Portugal não mentiu quando no estrangeiro há já muito se sabe que faz batota. Desde 2007 o Governo branqueava os dados estatísticos, enganando os portugueses e a Europa. A questão é tão vergonhosa que faz corar o rosto aos portugueses que vivem, como eu, no estrangeiro.  Já há muito se fala dum Portugal coitadinho quanto coitadinhos são os nossos governantes. Portugal tem é bons boys nas instituições europeias, como se diz também fora.

Negócios online diz que “As alterações impostas pelo Eurostat resultaram num agravamento do défice, de três mil milhões de euros, equivalente a 1,8% do PIB”. Esta correcção, a fazer, aumenta o défice orçamental de 2010 de 7,3% para 8,6%, e tem consequências para 2011 e não só.

O senhor Mário Soares ao afirmar que a Alemanha é “a dona da Europa” e que “ quem manda é a senhora Merkel e um pouco o senhor Srkozy” mostra-se pobre e mal-agradecido, além de querer com isto, indirectamente, desviar a responsabilidade da má administração do governo português para o estrangeiro. Uma mente corrupta portuguesa procura enganar para se safar partidariamente. O povo português é ingénuo e deixa-se enganar sistematicamente com um discurso meramente político transmitido por grande parte dos Media que tem uma costela partidária, ou melhor, abrilista!

A megalomania dos grandes investimentos e a má administração do Estado deve-se a governantes narcisistas que se julgam históricos e heróicos, fazendo as leis para si e não para o povo. Empenhamos o país em obras, como os Estádios, em parte às moscas!

Não nos podemos queixar alto! Sócrates mente descaradamente e o povo português acredita de boa mente!

António da Cunha Duarte Justo

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História do Povo africano sempre adiada


A Falta de Colonização interna entre as Tribos poderia ser uma Oportunidade


António Justo

Na África há ainda muitos estados criados artificialmente e, como tais, em perigo de falharem. Além disso, a cultura árabe, com grande preponderância em África, tem um substrato nómada, muito embora a geografia climática africana seja muito diversificada.


Muitos Estados africanos vão-se afirmando, sem se reatarem ao desenvolvimento que lhes foi, em parte, interrompido. Fica-lhes a oportunidade de, através de auto-análise e da análise de outros povos, interiorizar processos e evitar erros que outras sociedades cometeram no seu desenvolvimento. Para isso há que ultrapassar os limites da família, do clã, da tribo e mesmo do Estado. Muitos Estados africanos têm mantido a sua unidade, pelo facto do Ocidente precisar da sua estabilidade e, para o efeito, apoiar regimes ditatoriais e assim submeter e “apaziguar” regiões que, doutro modo, seriam dominadas por atentados e revoltas internas contínuas.


Os Estados árabes, correspondem ao ambiente geográfico que os envolve; são politicamente ditaduras, mais ou menos rígidas, surgidas e mantidas pela ditadura da fé. Sociedades como a Líbia têm como fundamento uma estrutura religiosa prepotente. Uma mudança séria no Norte de África só será possível depois duma reforma do islão. Só uma nova matriz religiosa possibilitará uma antropologia e uma sociologia aberta e libertadora. O contexto em que se encontra o Norte de África é de tal ordem que, muito provavelmente, a surgir uma nova elite governativa, esta embrenhará pela ditadura religiosa islâmica que é pior que outras ditaduras, por ligar e comprometer o Homem todo no corpo e na alma. A Política ainda se não diferenciou da religião. Quanto às declarações da Liga Árabe e de outros estadistas há que distinguir entre o que pensam, o que dizem e o que fazem.  O terreno é propício a miragens!


O sistema colonialista, enquanto esteve vigente, impediu a colonização interna, isto é, as guerras civis (entre as diferentes tribos) nas colónias, obstando a que as forças mais fortes da região assimilassem as mais fracas. As fronteiras dos Estados africanos foram feitas com a régua. Foram criados Estados sem respeito por etnias, línguas nem religiões; foram, concebidos estados sem a consciência de nação; temos assim Estados com população mas sem povo unido. Em vez da ideia de nação e povo une-os apenas a religião. Consequentemente esta assume um carácter fascista.


Os povos nómadas têm dificuldade em reconciliar-se com a natureza porque esta lhes é agreste. Por isso penso que o conceito de nação, de democracia, de direitos humanos, como os entende o Ocidente, lhes é geralmente estranho. É-lhes mais natural o conceito de grupo unido debaixo duma tenda com um chefe de caravana à frente e um Deus cogitado na contemplação das estrelas. Nestas terras tornou-se mais natural ao biótopo social um Deus abstracto da lei e não tanto um Deus pessoal do amor! A terra agreste exige medidas duras para que o grupo possa subsistir como grupo, já que o indivíduo não teria chances fora da tenda. Este será um privilégio das terras férteis favoráveis à individuação.


Ao contrário da Europa, as nações africanas não surgiram de biótopos sociais e naturais. Estes surgem, normalmente, da adaptação do povo à terra e da sua colonização interna na luta dos grupos mais fortes sobre os mais fracos.


Espera-se, agora, destas populações, especialmente das nómadas, que dêem um salto no desenvolvimento sociológico-político natural para que possam passar da consciência do biótopo tribo para o biótopo nação. Isso pressupõe a criação duma nova matriz religiosa. Daí surgiria a oportunidade de criarem uma terceira via para lá da própria e da ocidental.


Os interesses do Ocidente em manter estabilidade na África para poder explorar o petróleo e minerais, arrastam consigo uma política de apoio a ditadores capazes de manter os grupos reprimidos, garantindo assim estabilidade, uma paz de cemitérios. Assim se adiam artificialmente os conflitos tribais e de clãs; assim se adia a História do desenvolvimento nacional de povos africanos.


No caso da Líbia, os interesses Europeus precipitaram os acontecimentos ao apoiar-se os grupos rebeldes mais fracos, na esperança de democracia. A impossibilidade de se criarem confederações estatais implica a previsão de guerras civis e da subdivisão de territórios, no futuro. A Somália falhou, o Congo não tem, sequer, uma ordem de poder capaz de controlar o território, a Líbia corre o risco de não se aguentar como Estado unitário, na Tunísia apenas a raiva venceu o medo, etc.


No Norte de África não acontecerá como aconteceu com a queda do socialismo no bloco de Leste. Nos Estados muçulmanos é totalitário não só o regime mas também o sistema. Consequentemente, enquanto se não der uma reforma do ideário, suceder-se-ão elites corruptas a elites corruptas, num sistema corrupto. Este está predestinado à exploração por líderes de dentro e interessados de fora.


A maior parte dos Estados africanos, foi criada artificialmente, continuando dependentes da exportação mais que nunca. Não conseguem ter o monopólio do poder porque investem apenas na polícia e nos militares desprezando as infra-estruturas de apoio à população (escolas, justiça, serviço de saúde, administração, electricidade, saneamento, etc.). Sistemas repressivos e sociedades tribais não podem ser transformados, de repente, em sociedades democráticas. Não chega comprar-se os chefes!…


Apoiar ditaduras não leva longe. O papel do Ocidente seria fomentar a formação do povo, investir o dinheiro na região, fomentar uma sociedade civil para esta poder legitimar um Estado de direito; doutro modo, muitos povos continuarão a ser nómadas do futuro, reduzidos a populações à deriva, andando de dependência em dependência, prostrados na direcção duma terra (Meca) que não possuem e com o sentido na emigração. O sucesso dum projecto depende duma estrutura coerente a ele subjacente. De grande relevo seria o fomento da agricultura familiar e criar um sistema que favoreça a África no intercâmbio de mercadorias com a Europa. Do amor à terra surgirá o amor à pátria.


Na zona Sahel está projectada a plantação duma floresta de 7.000Km de comprido por 15 Km de largo para impedir o alargamento do deserto. O Senegal foi o único a aplicar o acordado e pode já colher frutos de tal iniciativa vendo, ao mesmo tempo, subir o nível da água.


O povo tem de aprender a amar a terra, a sentir-se parte dela, como acontece na harmonia dos biótopos naturais. Enquanto isso não se der continuará a ser população indefesa sem capacidade para formar nação. Continuará a identificar a vontade dum clã ou partido com a vontade dum povo-nação, impedindo assim a formação duma consciência de povo livre e consciente com diferentes estratos naturais. O princípio democrático expresso na vontade dos partidos, é uma oportunidade moderna para se chegar a ser um povo de cidadãos adultos.


No Ocidente, como em toda a parte, ainda estamos muito longe de ser adultos. Para isso, governantes e governados teriam de tornar-se Homens. As elites têm medo de cidadãos adultos e conscientes. Para conduzir o rebanho chegam cães.


António da Cunha Duarte Justo

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A Alemanha dá Exemplo de bom Aprendiz da História


Intervenção na Líbia – Mais Descrédito para o Ocidente


António Justo

O Conselho de Segurança da ONU possibilitou, com os votos da França, Inglaterra, Portugal, USA e mais 6 países, a intervenção na Líbia.


Com a sua abstenção a Alemanha colocou-se ao lado da China, Rússia e Brasil. As potências, no emaranhado dos interesses, sentem-se inseguras e são contraditórias entre si.


O argumento de que a Alemanha se isolou é falacioso. Aquando da intervenção no Iraque, a Alemanha também se opôs, sendo então criticada. Facto é que a História lhe deu razão e a lição vai-se repetir.

Lançar bombas, de longe, é fácil. É como atirar pedras e esconder a mão. A superioridade das armas não implica vitória nem heroísmo. Neste caso revela miopia de interesses e desconhecimento do processo de desenvolvimento e evolução das sociedades e nações. As tribos árabes e berberes são ciosas da sua honra e não se deixam atemorizar de longe. Naturalmente que só têm a oportunidade de imporem e de escolherem entre cólera e peste mas vão dando passos que um dia poderão frutificar.


A chanceler alemã, Ângela Merkel, ao abster-se no Conselho de Segurança não traiu a União Europeia (EU), como alguns querem fazer querer. A posição alemã ornou a EU mais diferenciada e reflectida. A chanceler vê as coisas já a partir do fim e este implica, depois da intervenção aérea, entrar em guerra com tropas em terra. Um caso semelhante ao que aconteceu na intervenção na antiga Jugoslávia.


A Alemanha é por uma política de sanções mas não de intervenção. Ela já participa com 7.000 soldados em acções no estrangeiro e reforça as suas actividades no Afeganistão para aliviar os aliados. O povo alemão é também contra a guerra no Afeganistão. Fá-lo por interesses óbvios e por solidariedade com a União Europeia e com a USA.


A Europa não aprendeu as lições do passado e perdeu agora uma oportunidade de corrigir as suas posições e seguir o exemplo da Alemanha.


As guerras não podem continuar a ser revestidas de eufemismos e rotuladas de “intervenção humanitária”. Humanitária para quem; desumana para quem? A ideia de que a intervenção apoia a democracia é, pelo menos, equívoca e falha de fundamento. Se há alguém predestinado a intervir na Líbia, seria a Liga Árabe. Esta poderia então pedir apoio. A responsabilidade diz respeito aos estados da região. No caso dos conflitos em Bahrain, uma sociedade xiita governada pela minoria sunita já o Ocidente apregoa a necessidade do diálogo nacional e que o estrangeiro se não deve intrometer. Hipocrisia pura!



A população líbia lá estaria para aceitar ou rejeitar o ditador. Nesta guerra civil o Ocidente apoia o movimento contra o ditador Kadhafi. Quem esfrega as mãos, no meio de tudo isto, é o Irão e Al Qaida. A um ditador seguir-se-á outro e o Ocidente continuará a limpar o rosto na toalha da democracia.


Até agora e em futuro próximo, estes povos só poderão ser governados por regimes autoritários. O surgir de democracias pressupõe um parto com muitas dores e sangue. O Homem não aprende e, em certos aspectos, continua pior que o Homem da idade da pedra lascada. Tornou-se no lobo de si mesmo.


Naturalmente que, os possessos do poder sabem que, quem vai à guerra tem direito aos espólios!


O grande papel a desenvolver nestes povos será apoiar económica e tecnicamente sociedades civis de base.


António da Cunha Duarte Justo

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Guerra política injusta contra a Líbia


O Ocidente perde a Intervenção e quem se ri é a Liga Árabe

António Justo

A EU e a NATO já perderam a preparação estratégica para a ingerência e perderão também a intervenção na Líbia. Quem se mete com árabes apanha!

A Alemanha não tem vontade de guerrear e a França, não respeitando a USA, adiantou-se no ataque à Líbia. A Rússia, a China são contra. Os árabes reservam-se o direito de no fim se sentirem ofendidos pelo exterior. A Liga Árabe diz sim à intervenção mas segue uma táctica de, no fim, poder lavar as mãos perante a população.

Quem são aqui “os bons e os maus?”,- pergunta o jornal alemão DIE ZEIT. Quem são aqui os defensores da democracia? As tribos certamente que não e a população é formada de tribos rivais incapazes de diálogo. Na região só há população falta o povo!…

Parte da comunidade internacional quer que Kadhafi saia do país sabendo, muito embora, que se este o fizesse trairia as tribos que representa. Então continuaria  a guerra civil das tribos do Leste contra as do Oeste.

O Direito dos povos não legitima tomada de partido por um grupo ou por outro. Dum lado e doutro são civis. Aqui não se trata de salvar clientes nem cidadãos trata-se de salvar crentes; mas crentes são todos eles, dum lado e do outro, num território sem nação!…

O almirante Mullen resume a confusão da situação em que se meteram dizendo: “Não sei ao certo, como isto acabará.” Penso que acabará na divisão da Líbia!…

Bombardear não chega porque os seguidores de Kadhafi permanecerão em terra e na terra é que se decide o decorrer da guerra.

Ao Ocidente só resta o papel ridículo de ter de aguentar com os refugiados e de beneficiar os que fazem o negócio com a indústria da guerra. Os políticos europeus já sabem onde ir buscar o dinheiro para a sua tolice: à bolsa do contribuinte.

A guerra é sempre suja, por isso mesmo não pode ser legitimada com motivos nobres!

Os europeus e os americanos têm uma ordem social que corresponde às antípodas da ordem social árabe, apesar disso continuam a agir como se todo o mundo tivesse a mesma mentalidade.

O Ocidente já perdeu a guerra na Somália, no Líbano, no Iraque e no Afeganistão. A próxima a perder será a da Líbia e quem se ri no meio de tudo isto é a Liga Árabe. Ou será desta vez mais um pretexto para que os europeus esqueçam os próprios problemas e paguem mais nas bombas da gasolina?

Será que os cidadãos europeus estão chamados a ter de fornecer e pagar contingentes de soldados e de polícias para manter nações/estados que, sem estarem preparadas para tal, chegaram formalmente a sê-lo por imposição do mundo ocidental? A Europa já paga milhões para a sua presença no Kosovo!

Estudiosos da cultura árabe, sociólogos, antropólogos e teólogos já há muito que deveriam saber que islão e Democracia ocidental continuam a ser incompatíveis. A palavra liberdade e revolução podem ter sentidos contrários em biótopos diferentes!

O problema do Ocidente está em ter um coração que bate à esquerda e uma cabeça que pensa à direita! Para a guerra, além da razão, falta o consenso, a legitimação e o mandato.

António da Cunha Duarte Justo

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Nova Orientação política na Alemanha terá Consequências na Europa


Resultados das Eleições nos Estados Baden-Vurtemberga e Renânia do Palatinado

António Justo

O Tremor de terra no Japão provocou um tremor político na Alemanha: subida abrupta do partido dos Verdes e grande descida do FDP.

A lição da Catástrofe atómica no Japão deu Razão aos Verdes. Estes, ajudados pelos acontecimentos no Japão, colhem muito tendo semeado pouco. SPD (Sociais Democratas), CDU (Cristãos Democratas) e FDP (Liberais) são os perdedores das eleições, realizadas a 27.03.

O FDP, que antes era parceiro nato da CDU e por necessidade do SPD, passará a ceder o lugar de terceira força no país e de alternativa de coligação governativa aos Verdes. Estes reúnem em si valores conservadores e progressistas, defendendo um estado social equilibrado.

No Estado de Baden-Vurtemberga, a CDU (39% dos votos) que há 60 anos governava o Estado sozinha cede o lugar aos Verdes (24,2%) e ao SPD (23,1%) que, apesar de ter perdido votos, coligará com os Verdes. O FDP conseguiu ficar no parlamento com 5,3% dos votos. Os Verdes com o SPD conseguem 71 deputados enquanto CDU e FDP conseguem 67.

Na Renânia do Palatinado a CDU conseguiu melhorar a posição para 35,2% (41 deputados), os Verdes subiram subitamente para 15,4% (18 deputados) e o SPD perdeu a maioria absoluta descendo para 35% (42 deputados). Agora fará coligação com Os Verdes. Estes, que ficaram em segundo lugar depois da CDU, formarão o governo com um SPD enfraquecido. Este teve o pior resultado nos dois estados desde há dezenas de anos.

Depois da derrota no Baden-Vurtemberga, em que a função do Presidente do Estado passa da CDU para os Verdes, Merkel quer corrigir o seu curso na política atómica. Ela que há pouco tinha, com o FDP, prolongado o prazo para extinção de algumas centrais atómicas vê-se obrigada a rever a posição. De resto tem fomentado uma política externa pacífica, tem preservado o Estado social e apoiado a salvação do Euro. O governo federal, desde 2010, não tem maioria no Conselho Federal, perdendo nele agora mais um Estado. Isto significa que determinadas leis federais terão de ser aprovadas pelo dito Conselho; na prática muitas dessas leis para serem aprovadas pelo CF terão de passar e ser frisadas pela Comissão Mediadora.

A chanceler tem administrado bastante bem a nação sobretudo com a sua táctica política que chega a chatear tanto amigo como inimigo. Consegue assim reunir na sua maneira de governar uma espécie de coligação de todos os partidos, submetendo muitas das suas decisões à Comissão de Mediação (constituída por partidos do governo e da oposição) que frisa as decisões a um nível consensual, suportável para governantes e oposição. Assim a Alemanha consegue inteligentemente progredir sem convulsões internas.

Como consequência das eleições do Baden-Vurtemberga quer uma saída rápida da energia atómica. Com esta atitude a Chanceler abre perspectivas para uma próxima coligação com os Verdes em Berlim, dado os liberais (FDP) se encontrarem em queda e representarem os interesses do grande capital e este se encontrar em descrédito desde a crise financeira ocidental.

A política ecológica e das energias limpas terão novo impulso. As acções de empresas do sector subiram logo a seguir às eleições.

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com

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