O vento outonal, à hora do cair das folhas,
no seu bulício, traz um fragor de mar!
Na costa, do meu ser, surge então,
uma ressonância de ondas
(onde se ergue) um delírio de dança de despedida.
Nela as cores do sol poente,
bramam folhas de lembranças,
a cair, nos caminhos, que outros limpam!
Antes do Inverno, o mar chama,
a apontar para a noite
que engendra novos sonhos…
em saudades que ficam,
nas cores que se vão
num olhar preso
pendurado no horizonte.
© António da Cunha Duarte Justo
In Pegadas do Espírito, , http://poesiajusto.blogspot.com/2019/10/outono-acenar.html?view=sidebar