Resultado das Eleições na Alemanha – Ângela Merkel um Fenómeno

Consequências para a União Europeia

António Justo

A Alemanha elegeu e Ângela Merkel venceu. A CDU/CSU (União dos cristãos sociais-democratas) venceu com 41,5% dos votos, seguida do SPD com 25,7%, Die Linke 8,6%, Verdes 8,4%, a FDP 4,8%,  AfD 4,8%, Piratas 2,2% e restantes 4,1% . A união recebe 311 assentos no parlamento, o SPD 192, o Die Linke 64 e os Verdes 63. 

Surpresas: a chanceler é indomável, a União é o único partido popular, o FDP que tinha 5 ministros no governo de coligação de Merkel não chega a entrar sequer no parlamento e o AfD (“Alternativa para a Alemanha” – partido contra o euro), conseguiu em seis meses, depois da sua fundação, um resultado de 4,7% dos votantes, advindos sobretudo da antiga Alemanha socialista. O AfD não conseguiu porém superar a barreira dos 5% que lhe possibilitaria o salto no parlamento, preparará porém muitas dores de cabeça à União. Uma coligação da esquerda (SPD, Verdes e Linke), embora matematicamente possível, torna-se irrealizável, também pelo facto do SPD e dos Verdes não aceitarem fazer coligação com Die Linke (comunistas).

Merkel terá de fazer coligação com o SPD ou com os Verdes. Um e outro partido têm medo de Merkel embora ela seja uma técnica do poder, de estilo presidencial, mas muito exigente na disciplina. O mais viável será uma grande coligação com o SPD. Este, teria a oportunidade de, no meio da legislatura, provocar uma crise governamental, mas Merkel poderia socorrer-se então dos Verdes como parceiros de governo. O socialista francês Hollande desejaria uma grande coligação de Merkel/SPD porque poderia, deste modo, ganhar mais influência nas redes socialistas da EU, por outro lado teria de aguentar com a pressão dos companheiros alemães no sentido de forçarem os socialistas franceses a fazerem as reformas que a Alemanha fez há dez anos e que a colocou na avançada do jogo económico europeu!

Governar na Alemanha não é fácil porque há um contrapeso regional dos Länder que no Bundesrat (Conselho Federal) podem bloquear ou aferir leis provindas do parlamento, devido ao contrapeso partidário a níveis de estados federais. Dos 16 Estados federais só 6 são regidos pela União (CDU/CSU).

Apesar de todas estas barreiras, o povo alemão possui uma vantagem em relação a outros Estados, tem um sistema partidário que, sem ser nacionalista, pensa primeiro no bem da nação e só depois no bem do partido. Esta é uma razão, entre outras, porque os partidos alemães não aceitam fazer coligação com Die Linke. Esta é também uma razão do sucesso alemão, usando um mínimo de ideologia e um máximo de especialização.

O povo está contente com a política da Chanceler, conhecem-na desde há oito anos como chanceler e não quer experimentações. Com excepção do SPD que conseguiu melhorar o resultado em 2,7% em relação à última legislatura, todos os outros partidos perderam.

A Europa aprenderá a gostar de Ângela Merkel

Isto terá consequências para o trabalho na EU. Os alemães estão descontentes com o trabalho da Comissão Europeia; o instrumentário burocrático da EU tem-se revelado ineficiente com as medidas desenvolvidas nos últimos 5 anos no sentido de sair da crise. A Alemanha ficou chocada com os 150 mil milhões de Euros que perdeu com a crise dos bancos, que continuam a criar problemas. Ângela Merkel tem medo que o dinheiro investido na salvação de países em crise tenha um paradeiro semelhante ao da crise dos bancos e em que os credores/contribuintes e Estados terão de pagar a factura. Reconhece porém que é preciso fazer mais no sentido de investimento nos países com maior crise económica. Tem por outro lado dentro do país uma força popular crescente contra o Euro.

Tudo isto complica as decisões políticas de futuro numa EU em que cada país, continua a orientar a sua visão para o umbigo do próprio país (talvez Portugal esteja a fazer uma dolorosa excepção, o que torna injusta a situação em relação aos portugueses).

 A Alemanha continuará com uma política orientada para a economia real, isto é, em favor do curso de poupança. Neste sentido, a política irá favorecer, na EU, a fortificação das decisões a nível de chefes do governo, mais à margem do parlamento europeu; isto porque se prevê nas próximas eleições para o parlamento europeu (próximo ano), uma maior quantidade de deputados críticos da EU, o que complicaria decisões de compromisso. Dado a Alemanha e a França se encontrarem descontentes com a EU e a Inglaterra descontentíssima, a política irá no sentido de menos Europa e mais núcleos de Estados.

A Alemanha sente-se com responsabilidade pela Europa e certamente exigirá mais pessoal importante e da sua confiança na ocupação de postos na EU e na Nato. Merkel também não conseguirá continuar a adiar o desejo de estados europeus, como Inglaterra e França,  que querem da EU uma política de segurança semelhante à americana. Não será fácil para Merkel conseguir uma política que consiga unir conservadores e progressistas, a nível europeu na feitura de leis, no sentido de se nivelarem lucros e défices na competição entre os países.

A força da opinião pública alemã é muito forte perante o governo e ela exige da política consolidação e poupança no orçamento. A economia alemã, em quarto lugar a nível mundial, determinará o futuro da Europa. O presidente francês reconhece que a miséria financeira em que se encontra o obriga a encostar-se à Alemanha. A Europa terá de se encostar à Alemanha por convicção ou por oportunismo. A Alemanha sozinha tornar-se-ia um perigo económico para os outros países europeus e a Europa sem a Alemanha seria economicamente uma desgraça.

António da Cunha Duarte Justo

www.antonio-justo.eu

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

23 comentários em “Resultado das Eleições na Alemanha – Ângela Merkel um Fenómeno”

  1. : que querem da EU uma política de segurança semelhante à americana.

    Gott bewahre Europa vor der Politik des Kriegstreibers in Washington. Aber ich würde meine Hoffnungen auch nicht auf diesen Abschaum in Brüssel setzten.

    : A Europa terá de se encostar à Alemanha…

    Deutschland kann Europa nicht retten und das “Anlehnen” zögert das Unvermeidliche nur unnötig hinaus. Deutschland hat durch die Einführung des Euro in ungehöriger Weise profitiert: der im Verhältnis zur Wirtschaftskraft schwache Euro hat den Export angekurbelt und die Zurückhaltung bei den Löhnen tat das Übrige. Für die wirtschaftlich schwachen Länder ist der Euro aber viel zu stark. Sie werden die angehäuften Schulden nie zurück zahlen können und der im Verhältnis zu starke Euro verhindert den Export. Die Folge? Ich rate Jeden mal in einen Supermarkt in Portugal zu gehen und dort nach portugiesischen Produkten zu suchen.

    Sollte Portugal noch viel Länger im Euro Raum bleiben wird es den Rest seiner Souveränität verlieren. Ich will nicht behaupten, dass der Übergang einfach werden wird. Aber lieber ein Ende mit Schrecken als ein Schrecken ohne Ende.

  2. Saudações aos participantes, em especial ao sr. Antonio Justo.
    O que mais me chamou a atenção neste texto é a narrativa feita constatando que na Alemanha consegue-se um sistema político em que os interesses nacionais prevalecem sobre os partidários.
    Ora, isso por sí é um fenomenal avanço. É o sonho de qualquer cidadão minimamente consciente. Não é a toa que a Alemanha desponta no mundo. Tambem serve de parâmetro para os demais países, para mostrar-lhes quanto estes ainda tem que avançar.
    Acredito que não haja realmente a necessidade de geração de muita riqueza, bastaria para termos um mundo melhor que um salto de qualidade ocorresse na representação dos interesses dos bilhões de homens e mulheres deste nosso mundo em suas representações governamentais. É melhor, ao meu ver, pouco dinheiro bem empregado do que muito, mal utilizado.
    Assim como o lado bom de homens e mulheres se mostram quando há condições, boas representações governamentais logo direcionariam à celere consecução de um mundo mais solidário, justo, harmonioso.
    O sr. Justo em outros textos já descreveu muito do perfil mediano de um cidadão alemão. Também sobre seu sistema de educação e trabalho. O mais notável é que alí há um conhecimento interno tácito e respeitado que funciona. São aspectos realmente culturais.
    Abraços aos participantes,
    Vilson
    In Diálogos Lusófonos 23 de setembro de 2013 17:59,

  3. Prezado senhor Vilson,
    Sou como o senhor do parecer que as diferenças se fundamentam em “aspectos realmente culturais”. Importante será os povos procurarem o melhor meio de desenvolvimento compatível com todas as camadas sociais dum povo que permita uma permeabilidade entre camadas sociais e vontades sem barreiras na construção da personalidade e do cidadão. Neste sentido está muito presente na Alemanha, não tanto as ideologias afectivas mais próprias dos latinos e culturas do sul mas a racionalidade e um certo pragmatismo de matriz cristã aberta com um sistema de formação dual. O Brasil e os países da lusofonia estariam bem recomendados se no seu sistema de formação profissional adaptassem o sistema de formação dual alemã. Este seria um passo importante na construção dum fundamento sólido na construção dos muros da casa cultural e da formação dum país!
    Abraço
    António Justo

    António da Cunha Duarte Justo
    http://www.antonio-justo.eu
    http://www.quinta-portugal.de
    http://www.arcadia-portugal.com

  4. Estou de acordo com o engenheiro Elias da Silva,
    No meu artigo alertei para as coisas escondidas que se cozinham na Europa. Infelizmente toda a EU se encontra bastante condicionada pelos interesses da Inglaterra que mais que europeus são americanos.
    A problemaática referida ao encosto à Alemanha não tem a ver com idealismos nem com preferências mas com a minha análise do sistema alemão em relação aos vizinhos.
    Apenas descrevo um “ist Zustand” e deste modo quero contribuir para um abrir os olhos e estar atento ao que está realmente a acontecer.
    O grande problema é de consciência e de estilo de vida. Os portugueses não estão dispostos a mudar o seu estilo de vida e consequentemente não mudarão tão depressa a sua consciência e deste modo continuará a ser puxado à carroça dos outros. A Lusofonia seria um verdadeira plataforma para uma nova reflexão no sentido de se desenvolver uma nova consciência.

  5. : Os portugueses não estão dispostos a mudar o seu estilo de vida

    Vollkommen richtig… die Portugiesen werden sich so schnell nicht ändern. Aber sollte Portugal seinen Kurs in der EU und EURO nicht bald ändern, dann wird dies in ein paar Jahren unweigerlich in einem Bürgerkrieg enden.

    Der Grund dafür, dass Deutschland die Finanzkrise bisher anscheinend gut überstanden hat liegt beispielsweise am dualen Bildungssystem. 40% der Exporte Deutschlands gehen in die EU… also an Staaten, die eigentlich Bankrott sind. Diese Staaten haben sich weiter verschuldet, um die deutschen Produkte kaufen zu können. 700 Mrd. EURO dieser Schulden sind allein im Zahlungssystem der EU (Target2) versteckt. Sollte dieser Absatzmarkt also zukünftig ausfallen, dann wird es auch für Deutschland zu Verwerfungen kommen.

  6. Korrektur:

    Der Grund dafür, dass Deutschland die Finanzkrise bisher anscheinend gut überstanden hat liegt beispielsweise _nicht_ am dualen Bildungssystem…

  7. Portugal und Griechenland haben keinen Grund, sich über dieses “Sieg” zu freuen (nicht, dass ich den anderen etablierten Parteien den Sieg eher gegönnt hätte). Abgesehen davon wird es für Frau Merkel nicht einfach sein, einen geeigneten Koalitionspartner zu finden.

  8. O que a Grécia tem ou não que fazer, não sei e estou-me um bocado «nas tintas» para isso. O que me interessa é o que nós, Portugal, temos que fazer. E isso teria que ser (e está a ser) feito por nós, independentemente do que se passe na Alemanha, no Vietname ou no Paraguai: a transformação dum modelo despesista e consumista num outro que seja produtivo e auto-sustentado. Portanto, aqui deixo uma mensagem a todos os que não estão a «engolir» a vitória da Senhora Merkel: olhem cá para dentro e vejam como ontem, 23 de Setembro de 2013, Portugal reduziu em cerca de 3,5% o rácio da dívida pública relativamente ao PIB amortizando o empréstimo a 15 anos feito pelo Governo do Eng. Guterres de que o Dr. Seguroi era membro. A guerra que os despesistas fizeram aos austeritários está a ser transformada numa luta entre quem quer continuar dependente dos banqueiros e quem deles se quer livrar.
    Com quem vai Merkel coligar-se? Ich weiß es nicht. Und keine Zeit zu erraten.

  9. @Henrique Salles da Fonseca. Keine Ahnung, was der Vergleich mit Vietnam oder Paraguay hier zu suchen hat. Ich darf daran erinnern, dass Portugal keine eigene Währung mehr hat und so völlig abhängig von Deutschland und deren Einfluss bei der EZB ist. Ein Blick auf Griechenland lohnt sich ferner allemal, da die Griechen den Portugiesen bei dem Bankrott einige Jahre voraus sind. Wer glaubt, dass Portugal jemals seine Schulden zurück zahlen wird glaubt bestimmt auch an Weihnachtsmann und den Osterhasen. Als Gegenmedizin empfehle ich beispielsweise den folgenden Artikel: http://deutsche-wirtschafts-nachrichten.de/…/ Finanzderivate, die die Schulden verschleiern sollen… wo habe ich das schon mal gesehen?
    Hat Portugal über seine tatsächlichen Schulden gelogen?
    deutsche-wirtschafts-nachrichten.de
    Pais Jorge muss nach nur fünf Wochen von seinem Amt als Staatssekretär in Portugal zurücktreten. Der ehemalige Citigroup-Banker versuchte, der Regierung riskante Derivate-Papiere zu verkaufen. Dadurch wurde die offizielle Verschuldung Portugals verschleiert. Der Fall erinnert fatal an die Manipulati…

  10. Caro Elias da Silva.
    Portugal deu as calças e a camisa, a troco de auto-estradas e quejandas. Penso entretanto que nehum país chegará a pagar o que deve. Antes disso dar-se-á a bancarrota do sistema da economia financeira mundial. Então, com a remodelação do Euro e do Dolar, agora com pés de barro, depois com uma orientação para a economia real, talvez seja possível um recomeço. Sem dúvida que o Escudo manteria senão a independência a honra nacional. O problema é que estamos nas mãos duma economia de casino por trás da qual só se encontram gambosinos. Enquanto os grandes não sofrerem nada se muda.

  11. Lieber António , leider kann ich kann einen Neuanfang nirgends sehen. Weiterhin kann ich mit ” orientação para a economia real” nichts anfangen… Du kannst kein wackeliges Haus retten, welches auf Sand gebaut worden ist. Die Einführung einer nationalen Währung hat auch nichts mit Ehre zu tun sonder damit, dass dies neben einem Schuldenschnitt und weiterer Maßnahmen (dazu gerne mehr) zu den Grundvoraussetzungen für einen Neustart für Portugal gehört. Du hast selbst geschrieben, dass die Portugiesen sich so schnell nicht ändern werden. Dann kannst du aber diesem Land keine Währung aufdrücken, der diesen Mangel nicht kompensieren kann… dies führt unweigerlich in die Katastrophe! Seit Jahrzehnten haben Politiker versucht den Menschen einzureden, dass der Staat die Probleme lösen wird und sich um die Menschen kümmern wird. Mittlerweile sollten auch die letzten erkannt haben, dass dies nicht der Fall ist und das Individuum für sich selbst verantwortlich ist. Und wenn er selbst in der Verantwortung ist, dann braucht er auch keinen Beamtenapparat zu finanzieren, der beispielsweise im Verhältnis zur Bevölkerungszahl drei mal größer ist als in Deutschland. Der EURO ist nichts anderes als ein Schuldschein… und wie jeder Schuldschein kann dieser Wertlos werden. Diese “Kasino-Wirtschaft” wurde erst durch den Staat und dessen Regelungen und Gesetzgebung möglich. In allen anderen Fällen würde nämlich der Verlierer sein Geld verlieren. Wenn in Europa oder USA eine Bank Geld verspielt, dann verliert der Steuerzahler und die zukünftigen Generationen.

  12. Sim, a nossa economia tal como se desenvolveu a partir principalmente dos anos 90 ao desprender-se da economia real e na continuação de um estado paternalista, cada vez se desvirtua mais. Naturalmente que sou do parecer que para Portugal o escudo, no momento actual lhe daria maior oprtunidade para desenvolver as próprias energias. Penso porém que os países que mais se aproveitam do Euro terão de colocar ops países da periferia ao nível de competibilidades auf Augenhöhe.A História ensina-nos que não é a razão nem a justiça que se impõe mas as razões dos mais fortes. A manutenção duma moeda mundial monopolista sem outras que lhe façam concorrência só beneficiaria o Dólar. É uma realidade que o crescimento orgânico pressupõe o desenvolvimento de nação para uma supraestrutura imediata. O mundo encontra-se na luta intercultural e isso também implica risco para a pequenada! O sistema mental socialistocomunista em que vivemos não fomenta cidadãos independentes com autoconsciência, isto é com responsabilidade e por isso apostará sempre numa maioria anónima destruidora das consciências soberanas. Por outro lado não tem poder; até o grande Obama não passa de um comerciante entre os grupos de interesses. O problema é que hoje quem perde o dinheiro não é o Estado nem os que o adquiriram por meios curvos mas o povo. Hoje o trabalho popular é a riqueza que temos, garantia de tudo o resto. Temos uma sociedade de estados sem cobertura em que o contribuinte é o fiador! No caso da bancarota quem perde é quem poupou! A mim, o que mais preocupa não é o económico mas a desvalorizaç1bo ética cultural em que nos encontramos.

  13. Já temos uma Balança de Bens e Serviços (transaccionáveis) com saldos positivos há alguns trimestres. A fase seguinte é passarmos a ter um saldo primário público (antes de juros dos empréstimos) positivo. Ninguém acreditava que a Balança acima referida pudesse ser positiva; poucos (eu, por exemplo) acreditam que o saldo primário possa ser positivo a prazo relativamente curto

  14. Acredito não só na esperteza mas também na inteligência dos portugueses. A subida da balança de Bens e Serviços está no facto dos bravos portugueses se estarem a esforçar muito sem a ajuda de ninguém; e se a Europa não investir massivamente em Portugal, então os portugueses cintinuarão a trabalhar injustamente para o boneco só para aquecer.Por vezes penso, porque se não faz um corte de dívidas também para Portugal? Doutro modo passaremos a trabalhar só para pagar as dívidas que continuarão eternas até uma derrocada da moeda. O problema que verifico quando estou em Portugal é que os produtos vendidos pelos alemães (Lidel) ainda são mais baratos do que os da concorrência e os portugueses foram na fita de venderem as maçãs segundo a medida e interesses da EU para depois importar dela o sumo das maças que não tinham rosto para enfeitarem uma mesa farta. Portugal tem de deixar de obedecer, na gastronomia, pescas, agricultura, às leis euopeias que só beneficiam os grandes vendedores da Europa. Verdade é também que vejo por Portugal fora muita fruta abandonada pelas árvores, o que quer dizer que se fomenta o estar quieto… Não vale a pena trabalhar!

  15. @Henrique Salles da Fonseca. Frage… wer ist “Wir”? Und jetzt nur mal kurz zum mitdenken… eine Wirtschaft, deren Transportaktivität seit Anfang des Jahres um 40% eingebrochen ist soll auf einmal ein positives Außenhandelsergebnis erwirtschaftet haben? Entweder hat Portugal die Importe drastisch zurückgefahren oder an dieser Erhebung ist etwas faul. Und bei einer um 40% geringeren Transportaktivität bleiben höhere Exporte oder ein ausgeglichner Haushalt eher Wunschdenken. Ich hätte gerne ein Kommentar zu dem Link erhalten, aus dem hervorgeht, dass Portugal den Weg Griechenlands beschreitet… d.h. Lügen und mit Hilfe korrupter Banken tricksen und den Schein zu waren bis dann die nächste Regierung “plötzlich” feststellt, dass ja alles viel schlimmer ist als angenommen. Auch der Griff in die Pensionskassen und anderer Diebstähle von Seiten der Regierung wäre erwähnenswert.

  16. “fruta abandonada pelas árvores”? Sobald das Obst reif ist, verschwindet es von den Bäumen, bevor meine Eltern die Chance haben es auf Ihrem eigenen Grund und Boden zu ernten Aber davon Abgesehen António… bei den aktuellen Preisen für Landwirtschaftliche Produkte lohnt der Anbau nicht. Die Agrarsubventionen in der EU sollen ja gerade diejenigen aus dem Markt halten, die keine Subventionen erhalten. In der perversen EU werden also Steuern erhoben die dann als Subventionen an die Bauern usw. verteilt werden damit wir dann wiederum Landwirtschaftliche Produkte unter den Herstellkosten kaufen können. Natürlich versickert bei diesem Treiben ein Teil der Steuergelder im System. Juhu..

  17. Sorry, dass ich die Vorlage mit dem Obst nicht auslassen konnte um die wachsende Unmoral und Kriminalität in Portugal anzusprechen Aber jetzt nochmals zu deiner Position… die habe ich nämlich nicht genau verstanden: Bist Du jetzt für den Verbleib Portugals in der EU und/oder der weiteren Verwendung des EUROs in Portugal oder nicht? Denn es sollte doch klar sein, dass das Gesetzgebungsverfahren in der EU natürlich die großen Firmen und Länder bevorzugt, da diese über die “bessere” Loby-Arbeit verfügt. Nimm dazu das korrupte und gierige Gesindel in Brüssel, die sich nur allzu gerne kaufen lässt und am Liebsten das ganze Volk Europas bevormundet… was genau hast Du erwartet?

  18. Não me apetece escrever alemão. Estou muito esquecido e tenho mais que fazer do que voltar agora a isso. Quem diria que já fui bilingue português-alemão…

  19. Tens razão, Elias. Eu porém vejo a questão muito complicada e a complexidade da realidade política não se deixa reduzir a um pró ou a um contra. A saída do Euro viria naturalmente beneficiar a classe mais necessitada em Portugal e talvez a longo prazo a classe média. O problema é que a saída do Euro deveria ser equacionada numa união política e económica dos países lusófonos. Aqui ainda há muito a fazer. Eu escrevo muito nesse sentido porque vejo a resolução dos problemas do futuro não na simples solução nacional mas as nações enquadradas em supraestruturas culturais: a mais natural, a mais humanista, a mais universalista e colorida a construir-se seria a união dos países da lusofonia.Elias, passei o diálogo que tivemos no Face para a minha página porque o acho digno de ser mantido para um público mais largo!

  20. Natürlich wird die Lösung für Portugal auch nach meiner Ansicht nicht einfach aus ein paar Einzelaktionen bestehen können. Trotzdem bin ich der Ansicht, dass es prinzipielle Gründe gibt, die uns in diese missliche Lage geführt haben. Und ohne, dass diese grundsätzlichen Dinge angesprochen und entschieden werden lohnt ein herumdoktern natürlich wenig.

    Einer dieser Gründe besteht beispielsweise in der weit verbreiteten Ansicht, dass uns eine Regierung oder eine Staatenübergreifende Organisation auf “magische” Weise aus der Miesere befreien wird. Das Gegenteil ist der Fall! Schon in der Schule werden wir zur Anpassung und zur Gleichförmigkeit erzogen. Dabei werden es eher die Individuen mit kreativen Ideen sein, die uns nach Vorne bringen werden.

  21. Sim, nos últimos anos a política europeia tem-se limitado a tratar o doente sem se importar das causas da doença. O tratamento do doente tem sido de caracter homeopático, isto é, tem tratado o virus com o mesmo virus. O grande problema europeu está num socialismo só braços sem cabeça e num capitalismo só ventre com pernas para andar mas também ele sem cabeça própria para se orientar e a culmatar uma política de dançarinos que dançam ao ritmo do cantar.

  22. Ich werfe diesen Parasiten in Brüssel nicht (mehr) vor, dass sie grandios gescheitert sind und die Europäische Idee gegen die Wand gefahren haben. Ich werfe mir und den Bürgern vor, dass wir geglaubt haben, dass diese Damen und Herren schon das Richtige tun würden! Wie viele Beispiele des Versagens müssen wir noch sehen, wie viele selbst herbeigeführte Katastrophen müssen wir noch erleben bis auch der letzte “Gläubige” einsieht: Wir haben diese “Kommissäre” in Brüssel mit viele Macht und Ressourcen ausgestattet, damit diese im Interesse der Bürger für ein Umfeld sorgen, in dem Jeder nach seinen Fähigkeiten und Möglichkeiten sich entwickeln kann und damit dabei hilft, die Gemeinschaft der europäischen Völker auf die nächste Evolutionsstufe der Menschheit zu heben. Statt dessen hat die Machtfülle lediglich dafür gesorgt, dass ein Regulierungsfeuerwerk entfacht worden ist, in dem die Bürger bevormundet und drangsaliert werden, in dem der Bürger als unmündiger Sklave den Richtlinien zu gehorchen hat. Eigene Gesetze, die eigentlich die Bevölkerung vor den schlimmsten Auswirkungen der Machtfülle aus Brüssel schützen sollten werden nach Gutdünken umgangen oder übertreten ohne irgendwelche Folgen. Diese Regulierungswut führt zwangsläufig dazu, dass irgendwann nur noch die großen Firmen überleben, da diese a). Einfluß auf die Gesetzgebung ausüben können und b). da sie sich die Bürokraten leisten können, um diesen Unsinn umzusetzen. Und da dieses Konstrukt nicht funktioniert hat und auch nicht funktionieren kann (siehe Geschichte) kann die Konsequenz daraus nur lauten, dass wir diesen Abschaum entmachten und uns selbst die verliehenen Rechte und Pflichten zurückholen. Je mehr “Staat” und Bürokratie ein Volk ausgesetzt ist, desto unselbstständiger werden die Bürger darin… entweder sie können dann nicht oder sie dürfen nicht.

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