Dar os parabéns, desejar felicidades e abençoar é a coisa mais natural do mundo entre pessoas de bem.
A Igreja, na tradição de Abraão, Isaac, Jacob e de Jesus tem como missão transmitir a bênção recebida indiscriminadamente. Ela já o faz nas mais diferentes ocasiões, na bênção de pessoas, coisas e animais.
Há momentos especiais da vida em que a bênção também tem um sentido especial. A Igreja e os seus representantes devem estar sempre perto das pessoas, tanto em momentos de entusiasmo como em momentos de crise. Assim se um par de homens homossexuais ou de mulheres lésbicas solicitarem a bênção da Igreja para a sua união é natural que esta lha não deva negar.
O mesmo se diga em crises de casamento, como no divórcio ou para o caso de pessoas que tenham abortado. Um ritual apropriado ajuda no processo de libertação e de salvação.
Naturalmente que um ritual de bênção duma união lésbica / homossexual não tem o mesmo carácter que o sacramento do matrimónio. O dia de São Valentim, dia dos amantes, poderia proporcionar uma oportunidade para a organização de para-liturgias específicas para todos os amantes.
Uma ligação de amor autêntica é uma prenda de Deus. Importante é que o homossexual, tal como o heterossexual sigam o chamamento divino e assumam a própria missão a realizar na vida. A vontade da criação é multifacetada. Quem abençoa é Deus.
A Igreja Católica tem uma vocação universal. Embora se encontre encardinada nas diferentes culturas, ela transcende-as. A sua preocupação é, na fidelidade a Deus, dar resposta adequada às necessidades humanas no tempo e no espaço.
António Justo