Portugal entre o Labirinto do Socialismo e o Campo de Touros

CAMPANHA ELEITORAL LIVRE DE CONTEÚDOS

António Justo
Temos tido uma campanha de rostos sem discussão de temas de fundo nem de interesse nacional. Muitos cartazes de fachada que não dizem nada de concreto e nada trazem. Dum lado a retórico e a vantagem do partido de governo e do outro a falta de eloquência e juventude. As armas da democracia são as palavras e estas revelam-se muito fracas de conteúdo. Este é o tempo dos partidos e não do Estado nem do Povo. O que o PS tem a mais de empolamento e retórica falta ao PSD. As máquinas da opinião funcionam, mesmo à custa da verdade. Esta desmotivaria o povo a votar em governos que se servem em vez de servir.

A verdade será dita ao povo depois das eleições. Então falar-se-á mais seriamente da dívida externa portuguesa que consta de 32,6 milhoes de euros por dia, ou seja, cada hora que passa os portugueses devem mais 1,4 milhoes de euros. Portugal caminha, a passos largos, para a anarquia tal como aconteceu na República, a toque de caixa de políticos irresponsáveis que sacrificam o futuro dos portugueses ocultando-lhe a realidade e o estado do Estado. O PM Sócrates, com a sua ideologia e actuar, parece seguir as pegadas dos seus modelos republicanos que conduziram Portugal à falência na República, o que veio a legitimar o golpe militar de 1926 que instaurou a ditadura militar e vem a dar origem ao surgir do Estado Novo como restabelecedor da dignidade de país a nível internacional.

O sucesso imediato dá razão à mentira mas esta tem pernas curtas. A Portugal falta-lhe a consciência duma política civil da verdade por isso aposta num futurismo agnóstico do oportuno. Por isso o país não consegue chegar longe. A pobreza do povo, que temos, não é compatível com ordenados e pensões de senhores parasitários, alimentados à custa dum estado a caminho da banca rota. Em nome da democracia se afirma a tirania dos homens bem, hedonistas, irresponsáveis de fachada alegre e festiva.

Não se assiste a um debate sério sobre a formação (escola) como chave do sucesso e do futuro, pelo contrário vêem-se programas de formação subsidiados pela União Europeia mais dirigidos a dar emprego aos formandos do que em transmitir uma formação séria aferida às necessidades da nação. Estes são dinheiros desviados para interesses individuais e ideológicos à margem dos interesses e das necessidades do país. O governo continua a adiar o país, a desfazer Portugal.

Não há protecção de dados do cidadão; a Constituição nacional, é mais partidária que nacional.

Não se discute a sério o sentido do empenho militar no estrangeiro. Que interesses de Portugal se defendem no Afeganistão?

Que política se desenvolve no sentido de evitar o Dióxido de Carbono e de produção de energias limpas, para se venderem ao estrangeiro. A energia fotovoltaica é reservada para as grandes multinacionais, quando os tetos das casas portuguesas poderiam tornar-se todos em fonte de riqueza nacional e de investimentos rendosos para os particulares que em vez de investirem em cimento e casas poderiam investir na energia limpa.

Quem se empenha pela transformação do sistema de medicina de classes que brada aos céus para a transformar num sistema de medicina solidário. Pacientes encontram-se mais de meio ano e até anos à espera de operacoes fáceis… Médicos importados e outros que se vão formar ao estrangeiro porque o sistema de escola português tem muito de ideologia e pouco de adaptação às necessidades reais do país.

Uma política económica que se limita a atirar cimento e alcatrão parta o cidadão é contra o ambiente e contra os mais fracos e retrógrada. Desperdiça-se o capital da nação em acções duvidosas.

Onde se encontra a discussão sobre a necessidade de regionalização do país contra a centralização desenfreada que só tem servido políticos e elites económicas à sombra dum estado que pretende ser português num país de terra queimada, para lá de certos centros.

Um estado com uma filosofia parasita só poderá continuar a asfixiar o resto da classe média com impostos insuportáveis. Para o futuro não haverá fundos de meneio que possibilitem o estado tornar-se livre. As gerações novas terão de fazer revoluções para poderem recomeçar a construir um país para todos.

O horizonte de Portugal e da democracia não pode ser configurado ao horizonte míope dos partidos nem de arrogâncias de popularidades.

Os revolucionários do 25 de Abril, nas pegadas dos revolucionários do 5 de Outubro, têm feito tudo para que Portugal se tenha de ajoelhar à Espanha ou de dar lugar a novos Gomes da Costa!

Em país habituado a construir e fundamentar a sua identidade em datas revolucionárias sem personalidades à altura não pode ir muito avante.

António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@google.com

CAMPANHA ELEITORAL NO GRAMADO PORTUGUÊS


Povo fora de Jogo e Atletas perdidos nas Fintas
António Justo
Vazia de contudo com figuras de barões de rostos polidos. A horizontalidade socialista afirma-se contra a verticalidade conservadora. Faltam respostas convincentes aos problemas a resolver na próxima legislatura: endividamento do estado, desemprego, envelhecimento da sociedade, emigração, energia alternativa, escola e saúde, ocupações precárias com salários de judas, tudo problemas adiados.
Fora de jogo
O povo não aguenta conceitos para resolução da crise e os partidos, para evitarem uma maior erosão do eleitorado contentam-se com perfis de imagens. Não falam das obrigações e encargos futuros que pesarão dolorosamente sobre todos nem da maneira de resolver a crise.

Esta é a hora dos partidos pequenos que podem criticar e fazer ofertas de benefícios na certeza de não serem chamados à responsabilidade governamental para os poder cumprir. Os partidos grandes que façam promessa só poderão mentir ou fazê-las a favor da ideologia contra o país.
“Benfica” contra o “Porto”
Apesar de tudo há uma cera polarização, atendendo a que, na liga, o líder campeão tem metido golos na própria baliza, não ligando aos colegas de equipa nem à natureza do relvado que tem. Isto, num país do futebol, é grave mas não ameaçador. Os adeptos têm grandes reservas na capacidade de frustração quanto ao “Benfica” e ao “Porto”; relativamente aos outros clubes não passam de tambores da festa eleitoral que se aproveitarão dos erros do maioral. Quanto a técnicas e metas a atingir, os adeptos contentam-se com o olhar para os capitães de equipa num desejo imenso de levantar as mãos para os poder aplaudir. Os restantes, os espectadores televisivos, desconhecedores das regras do jogo, esses não lhes resta senão dar asas ao sentimento e lançar umas carvalhadas contra uma ou outra jogada dalgum jogador.

O “Benfica”, macho e galaroz, com o seu avançado Sócrates, tem até força para colocar jogadores fora de jogo como no caso da TVI. Tem muitas bandeiras e bandeirinhas além dos seus fiscais no gramado português, não lhe faltando também o cacarejar das galinhas mais interessadas nas suas penas do que no seu jogo. Alguns pretendentes a galo da equipa sofrem, sabendo que só poderão mostrar a sua voz quando o galaroz se encontrar distraído no poleiro ou no caso de perder muitas penas no despique.

O “Porto”, com a sua avançada Manuela, mais preocupada com a sorte do galinheiro, encontra-se um pouco apreensiva das caneladas e rasteiras que a equipa adversária lhe tem passado, apesar de algum árbitro distraído com o aplauso das claques das bancadas da esquerda. Aposta no rejuvenescer de energias depois do intervalo! Não parece convencida numa vitória, seja ela de quem for, e que trará grandes surpresas negativas para a liga, dado só então ser aberto o jogo e serem postas as cartas na mesa. Por outro lado, mesmo que a adversária do campeão da liga soubesse o estado mísero da mesma, não o poderia apresentar, porque, como antigamente, os anunciadores de más notícias são sacrificados. O povo não aguenta a verdade. Por isso, só quem promete ganha.

Na falta de jogo (programa) a opinião pública ocupa-se das escorregadelas dos jogadores em terreno, de escândalos inocentes provocados pela chuva e do que poderia estar por detrás do terreno escorregadio.

Com o andar do jogo, a situação não parece fácil para os que se encontram na tribuna. O craque das bancadas já não soa tão ritmado. Na falta de maiorias absolutas, sempre perigosas para a democracia, os partidos têm que manter sempre uma janela aberta para o vizinho da Direita e da Esquerda.

Se pensarmos nos interesses de Portugal e não no dos partidos a próxima legislatura precisaria duma coligação PSD – PS. Só assim, longe de interesses de clientelas poderia Portugal arregaçar as mangas e fazer algo pelo país e pelo povo.
António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com

A ORAÇÃO DO CÃO

Por António Justo

Tenho um amigo padre, o Carlos, que tinha um cão Fiel e o respeitava tanto que lhe cedia um lugar nobre na igreja, ao lado dos acólitos.

Sempre que o Carlos celebrava missa, lá estava o cão, de patas juntas, juntinho ao altar. Em atitude recolhida juntava a prece animal à dos humanos. Da mesma igreja, da mesma comunidade, os mesmos louvores e preocupações pareciam elevar-se juntos ao céu com o incenso.

Era de admirar tanta sintonia e solidariedade numa natureza não afeita a comungar da inocência animal. Naquela freguesia, mais habituada à rotina e ao folclore das festas litúrgicas, aquela atitude de solidariedade já presente no presépio e recordada no Natal, foi considerada inteiramente fora de estação. A atitude do padre, que não a do Fiel, provocara o sentimento de alguns fiéis, fazendo erguer aos ares a voz dalguns cães de guarda da ordem e do pensar correcto. Um uivar canino de timbre acirrado se ergue aos céus na praça pública.

“Um atrevimento”, “uma provocação “, “uma falta de respeito”, – murmurava o adro da sociedade. O gesto do padre provocara o sentir de parte daquela paróquia a Sul do Tejo. Com o tempo já se não distinguia entre paróquia e freguesia!

Ao Carlos, tão inocente como o “Fiel”, não lhe entrava na cabeça o porquê de tanta indignação nem da tal “Falta de respeito”. E lá, na parte que o distinguia do cão, o sacerdote questionava-se: “Falta de respeito?” De quem e do quê?”… Não tinha o JC resgatado e irmanado toda a criação?…

Ele que não acreditava numa sociedade de trelas nem de coleiras, ele que estava habituado a alertar os fiéis para os embondeiros da sociedade que não deixam crescer erva nem arbusto debaixo da sua sombra, não podia entender o sentido dos latidos dalguns irmãos contra os mais pequeninos ali presentes no Fiel.

O motivo de todo aquele desentendimento estaria na falta de sensibilidade, na falta de compreensão do evangelho por aquele rebanho alérgico a cães, o que, no entender de Carlos, se resumiria numa alergia a humanidade, numa ingratidão e falta de solidariedade para com os irmãos mais fracos da criação! “O que fizerdes ao mais pequenino a Mim o fareis…” lembra o Evangelho e o Carlos também.

Enfim, mais um atraso na realização da Boa Nova…, mais um sinal vermelho colocado pelos “embondeiros” do poder e da comunidade, no currículo duma pessoa honesta que apenas cometera o erro de ouvir a voz de uma espécie vítima e descontente com a sua vida de cão. Afinal só lhe restava rezar e pedir a Deus que desagrave tanta descrença e desrespeito entre as criaturas… Sozinho e só como o cão, o amigo Carlos só encontrava consolo nas palavras que repetia em atitude meditativa: “Venha a nós o Vosso Reino…”

Também o Fiel, na sua postura recolhida, tinha pedido ao mesmo Criador pelos irmãos que viviam sob o jugo dum destino preso a um cadeado. Também ele, no momento da oração dos fiéis, lançara um olhar para a cruz do altar, numa súplica, já não pelo pão, mas pelo restabelecimento da dignidade animal e da íntegra solidariedade, a todos comum, antes da queda do pecado original. Humilde, também ele pedia pelos senhores, pelos donos da trela para que Deus os ilumine.

“Que o coração una o que a razão desuniu!” – repetia o Fiel depois de cada prece, numa ladainha de pedidos, que mais faria lembrar um exame de consciência do que uma acusação dos pecados do irmão Homem contra a natureza, contra animais e plantas. Ele que, como o Carlos, se entrega todo inteiro ao dono, ao Senhor, em estado meditativo, já não ergue os olhos para o senhor mas para o Criador; que acabe com tanta ingratidão e falta de respeito entre as criaturas. “O justo conhece as necessidades do animal mas o interior do ímpio é cruel”, já dizia o povo antigo no livro dos Provérbios 12, 10.

Um mundo sem donos nem senhores, uma sociedade de cães sem coleira seria o princípio dum mundo novo, justo e digno…um mundo de todos para todos, na perspectiva divina da complementação de todas coisas criadas, feitas, sentidas e pensadas!

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Espírito no Tempo

MAIS ALEMANHA! E PORQUE NÃO MAIS PORTUGAL?


O TRIBUNAL CONSTITUCIONAL ALEMÃO QUER A EUROPA MAIS DEMOCRÁTICA
António Justo
Em democracia o executivo tem de ser controlada com eficácia. A política da EU não pode continuar só nas mãos do Governo e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, decidiu o Tribunal Constitucional Alemão em Karlsruhe. O Parlamento nacional além do papel de legitimador das disposições da EU tem de ser envolvido também na sua feitura. O Tratado de Lisboa (espécie de Constituição da EU) não pode ser aplicado sem mais.

Pela terceira vez os políticos são admoestados por decisões do Tribunal, que exige maior legitimação democrática na aplicação do Tratado de Lisboa. Como na Alemanha não houve plebiscito nacional para legitimação do Tratado de Lisboa, o Tribunal põe-se ao lado do povo exigindo mais poder de participação e intervenção dos deputados federais em questões da EU e de outras.

A política europeia não pode continuar reservada aos governos. Estes fazem passar decisões importantes na vida dos povos à margem do parlamento reduzindo-o a um mero papel de legitimador no fim do processo.

Em países de consciência menos democrática a política da EU ainda continua a ser considerada matéria reservada ao Governo e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, que sem grande dificuldade marginalizam o Parlamento. O Tribunal Constitucional Alemão diz não a esta situação. Admoesta os deputados para assumirem mais responsabilidade. Critica o facto de a Assembleia da República ter abdicado levianamente do seu direito de intervenção delegando sem mais competências em Bruxelas. O legislativo tem de se ocupar de novo com o Tratado de Lisboa, para o submeter às rédias do povo e assim o disciplinar. O Parlamento não pode continuar a dar-se por satisfeito com informações vagas do Governo nem aceitar a mania sistemática dos segredos. O grande aliado da Assembleia Nacional é o Tribunal constitucional.

Os políticos, depois do puxão de orelhas do Tribunal, parecem ter aprendido a lição. Convencionaram considerar o Parlamento como parceiro nobre em questões de EU e não só. A parceria deverá relacionar-se a tudo o que tenha a ver com política interna e externa da EU e com convenções económicas internacionais.

Muitos assuntos europeus terão de passar a ser discutidos na Assembleia da República da Alemanha antes de saírem de Bruxelas. Até agora Bruxelas fez praticamente o que quis sob a vontade dos governos.

O melhor modelo de comparticipação popular em questões de EU é o dinamarquês. Aqui o Governo, nas suas conversações, está dependente das indicações do Parlamento.

Em Portugal o governo continua a actuar sem necessidade de se justificar. Os interesses do governo podem passar à margem dos interesses do povo.

Temos mais Alemanha e menos Portugal porque a Alemanha é mais povo, mais nação enquanto Portugal é mais governo, a pretexto de povo e de nação.
António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com

CRÍTICA DA TOLERÂNCIA PURA


A Tolerância da Intolerância um Sinal da Decadência?

António Justo
Afinal, a frase evangélica, “no caso de te darem uma bofetada na face poe a outra face à disposição do inimigo”, só parece ser própria para afirmar o rosto dos outros! A dinâmica e relevância dos grupos mais fortes da História têm dado razão aos militantes sociais e não aos pacíficos.

O autor Henriyk M. Broder no seu novo livro “Kritik der reinen Toleranz” (Crítica da Tolerância pura), censura a política da tolerância perante imigrantes intolerantes. Broder é conhecido também pela crítica da violência de motivação islâmica e doutros males sociais. Critica o abuso de certos grupos que abusam do recurso à assistência social à custa dos trabalhadores. Entre muitos casos de abuso, relata o exemplo dum islamista de origem egípcia que nunca trabalhou, adquiriu a nacionalidade alemã, vive em Berlim e recebe pelos os seus 7 filhos 2300 euros por mês, além da complementação da renda de casa e outros apoios. Até aqui nada de especial, o problema é que ele conseguiu impor o nome de Dschiad (Guerra Santa) para o filho, através do tribunal. O processo que ganhou em segunda instância foi subsidiado pela assistência social.

Broder não consegue compreender que haja alemães com trabalhos precários e por outro lado muita gente a servir-se descarada e arrogantemente dos impostos dos trabalhadores. Para ele constitui problema o facto de muçulmanos se encontrarem sempre no centro dos acontecimentos. Enquanto que Hindus não se queixam da Alemanha pelo facto da comida de carne de vaca; em Berlim muçulmanos “queixam-se que a grelha dum recinto de encontros para grelhar está contaminada pela carne de porco e exigem a colocação dum grelha só para muçulmanos. Tal coisa ainda não ouviu dizer de Hindus que não comem carne de vaca nem de Judeus que têm nojo de carne de porco”. Os turcos e muçulmanos têm uma grande lóbi e os cidadãos nativos são abandonados a si mesmos pela política. Até já chegam a exigir um espaço nas escolas para rezarem.

O jornalista sente-se inquieto porque “onde hoje há conflitos sociais, quase sempre se encontra lá uma minoria muçulmana activa. Quando se fala de problemas de cidadãos de fundo migrante, trata-se sempre dum grupo determinado. São sempre turcos ou cidadãos muçulmanos de países árabes”.

Broder tem uma explicação para o facto: “… são grupos socialmente problemáticos e que dão nas vistas…isto deve-se a diferenças culturais, de que não queremos tomar conhecimento”. Na Alemanha, segundo estatísticas, 34% dos jovens turcos já cometeram um acto criminal e 30% das mulheres turcas apanham porrada dos seus maridos.

Até ao atentado de 11de Setembro de 2001 tinham “liberdade de loucos” porque a sociedade não se preocupava com os seus verdadeiros problemas no sentido duma “capitulação preventiva”.

Para o jornalista existe na sociedade um medo real sob os bastidores da ameaça, tal como aconteceu no caso de Salman Rushdi e das caricaturas dinamarquesas de Maomé. Os bastidores da ameaça “funcionam até no caso de não serem activados”.

Broder interpreta o fenómeno da sociedade apática e medrosa a um sentimento de sociedade do bem-estar, que se quer esquecer e se odeia a si mesma. Uma sociedade que já não conhece exigências existenciais. Vive-se numa sociedade farta refugiada na fartura e que “no caso de ser confrontada com desafios autênticos, já os não pode confrontar e procura a culpa sempre em si mesma”.

O problema da Alemanha e da Europa não está em ter imigrantes a mais mas sim em ter perdido a sua ética, a sua integridade e a sua responsabilidade individual e colectiva. O problema não está na tolerância a mais mas na falta de personalidade cívica e cultural dos cidadãos ocidentais.

António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com