NO MEU CAMPO

NO MEU CAMPO

 

No meu campo

cavei regos de esperança

para a água da vida neles passar,

mas a água neles era tanta,

que os regos levava

e eu atrás deles na torrente

à enxada me agarrava

a ver os tubérculos do sonho a resvalar

noite incendiada

tu que o dia apagas e a noite queimas

deixa-me a água nos olhos

para ver o cintilar das estrelas

não me roubes o escuro

só quero amar a lua

aquele rosto de menina

onde o fado descansa.

António da Cunha Duarte Justo

in “Poetas Lusófonos na Diáspora”, Oxalá Editora

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

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