REPENSAR A DEMOCRACIA E REMODELAR O ESTADO

Portugal é o Rosto da Europa

A Democracia partidária tornou-se antiquada e atrasa o Futuro

António Justo

Portugal, no século XV, foi a expressão da pujança vital da Europa, dando início à sua expansão pelo mundo. Na era actual, Portugal deixou de testemunhar a sua exuberância para se tornar o rosto do seu declínio. Portugal é a radiografia e o rosto da Europa.

 

Hoje fala-se de crise mas o que se está a dar é uma mudança radical da sociedade e de parâmetros duma época privilegiada que praticamente já passou. A efervescência cultural culminada na geração 68 e especialmente os acontecimentos de 1989 alteraram a sociedade totalmente (ideário, economia. EU) iniciando uma mudança social radical. As consequências da mudança em curso fazem-se sentir especialmente na crise económica que conduz à perda da dignidade nacional sob a pressão da ditadura financeira global que abala as nações nos seus fundamentos e ridiculariza os regimes democráticos parlamentares, iniciando, ao mesmo tempo, uma cultura da preocupação. (Ensina-nos a História que os problemas e a decadência só se reconhecem a posteriori e que, quem alerta para o perigo dela, é considerado desmancha-prazeres!). Portugal inicia o fim do apogeu da cultura ocidental. A consistência ou insegurança de um núcleo começa por se expressar e notar nas suas bordas.

 

O sistema democrático borbulha. Os órgãos do estado encontram-se ao serviço dum regime político partidário, numa democracia já não convencida de si mesma.

 

O estado do país é instável com uma democracia instável. As instituições funcionam mal e a economia encontra-se num beco sem saída porque as forças que a geram são indomáveis. Espalha-se, entre o povo, o desengano da política, de partidos e políticos. A raiva engolida leva o povo à depressão e à nostalgia. Expressa-se socialmente, de forma bordaline e rotineira em manifestações organizadas por sindicatos, por vezes, tão irresponsáveis e comprometidos como a política de mãos atadas.

 

Num estado assim o povo pressente que não há remédio, que será melhor ir à bruxa. A classe política não tem soluções, é vítima e criminosa ao mesmo tempo; ela e a EU tornaram-se parte do problema num horizonte sombrio sem utopias ao alcance. Os tempos da democracia ocidental com uma economia séria já passaram; a economia já não se encontra em função do bem-comum e a Europa vê chegar a ela os pobres do mundo e os produtos fracos de fracas economias. O Estado social cada vez se torna mais num estado bombeiro a apagar os fogos da miséria com dinheiros do contribuinte numa sociedade cada vez mais precária. Os atropelos da indústria financeira internacional são distribuídos pela classe indefesa e pelos países menos fortes. Os países fortes ainda vão vivendo bem da implosão dos países da borda.

 

A política tornou-se muito complexa. Tornou-se impossível governar com independência e justeza. O povo deixou de acreditar e de ter poder de influência, este é exercido pela classe superior. Os negócios públicos tal como socialismo e capitalismo vivem em promiscuidade.

A sociedade Ocidental ao integrar nela, irreflectidamente, a ideologia marxista-leninista iniciou definitivamente a decadência e o seu próprio fim. É um veneno que mata lentamente mas mantendo a boa-disposição até final. O pensar correcto hodierno faz parte das suas flatulências!

 

Os negócios da nação são feitos em prejuízo do povo e do Estado. Quem beneficia deles é a classe superior, são os políticos e os magnates da banca e de consórcios internacionais.

 

Na Era da Informação e dos Lóbis monopolistas

 

A classe baixa e parte da classe média não vê nem entende o que está a acontecer. A classe média privilegiada encontra-se insegura porque os modelos de economia apresentados já ultrapassam o nível da compreensão, movimentando-se mais no âmbito virtual que real. Há uma dissociação entre informação e modelos.

 

Os debates públicos refugiam-se nos ataques aos partidos; estes, sem soluções nem modelos, escondem atrás duma retórica vazia. Ninguém entende a avalanche de políticas ditadas pela oligarquia da EU. O seu ditado põe em perigo actuais formas de Estado e democracias. A EU para conseguir os seus objectivos de poder suprarregional encostou-se à ideia do globalismo económico liberal. Deste modo tanto cientistas, ecónomos como povo encontram-se abandonados a forças de que não podem ter a supervisão. Tudo comenta e atira a sua opinião que se revela apenas erudita mas tão competente como a opinião simplória do povo.

 

No meio desta confusão, para salvar a democracia, não ajudam consultas plebiscitárias nem análises científicas porque o desenvolvimento é de tal modo desregulado que não tem controlo possível porque lhe faltam as pistas e os dados reais. (Recorde-se no meio disto a discussão sobre espionagem desmascarada por Edward Snowden).

 

A política não tem hipótese de elaborar programas objectivos dado encontrar-se a um nível inferior ao dos poderes e sistemas supranacionais em acção. As nações e os governos encontram-se num andar abaixo do dos magnates do capital internacional e dos feitores das crenças actuais. Isto questiona a formação de qualquer vontade democrática e conduz ao desespero de quem pensa.

 

No Sentido de uma Democracia participativa/burocrática Uma Proposta interactiva e de Inovação no Sentido da Inclusão

 

Por toda a Europa se fala da necessidade de maior participação do cidadão nas decisões dos governos, da necessidade de melhorar a democracia. Fala-se no modelo suíço, na necessidade de “Avaliações dos Cidadãos “,”células de planeamento”(Peter C. Dienel), etc.

 

A discussão sobre a maior participação política do povo é conversa de embalar enquanto elaborada em termos ideológicos e partidários. Estes deram continuidade à fórmula do poder tradicional do divide e impera. A História tem-se construído com revoluções, com classes políticas, servindo-se sempre do uso do domínio, numa estratégia de afirmação de cima para baixo. A dinâmica da natureza assim como a que se encontra subjacente à etimologia da palavra democracia é contrária ao actual exercício da democracia; segundo estas tudo cresce de baixo para cima, o que contradiz o sistema democrático vigente. O modelo de desenvolvimento que dá perenidade à natureza provém da sua orientação; a cultura, ao partir de um conceito oposto concebido na perspectiva de cima para baixo (opressão), inclui em si mesma a rotura constante acrescida da violência artificial dos mais fortes, como se pode ver testemunhada nos livros de História. Enquanto a natureza se esforça no sentido do sol (comum), a sociedade encontra-se na luta entre grupos que pretendem apoderar-se dele. O novo homem, a surgir, receia colaborar com sistemas tradicionalistas que dêem continuidade a formas de governo que perpetuam a violência estrutural; prefere abster-se ou esperar pela oportunidade de poder interferir lutando.

 

Agora, que a economia vai mal, até a “sacrossanta” Constituição se questiona. Ouve-se falar da necessidade de introduzir pequenas mudanças constitucionais que possibilitem elementos plebiscitários, mais propícios a desviar a atenção do verdadeiro problema.

 

O problema está no facto de o povo já não ter sequer possibilidade de intervir num sentido de equilíbrio de interesses. A situação social e económica em que a sociedade se encontra exigiria opções fundamentais e não só aquisição de compensações.  

 

O sistema económico em via, tendo muito embora surgido de democracias, é antidemocrático. De momento vivemos numa ditadura económica legitimada por uma democracia açaimada. Enquanto não houver uma tarefa de planeamento concreta ninguém pode fazer propostas sérias de solução. Seria superficial procurar ir de encontro à insatisfação popular com propostas de resolução meramente políticas. É necessário, que a classe política e pensante da nação pense em mudar a longo prazo o sistema económico e político já arcaico. O problema é cultural-económico-político não podendo ser solucionado com remendos duma só ordem.

 

Para se organizar uma democracia de participação civil adulta teria de se partir para uma democracia de caracter burocrático e não partidário porque isso implicaria a organização de pareceres populares sobre políticas concretas discutidas a nível directo de freguesias, concelhos, distritos e de Estado e já não a nível ideológico partidário. Teríamos de voltar à política dos homens-bons já não só das terras e dos ofícios mas também da cultura e do povo.

 

A maneira ideológico-partidária de encarar os problemas e de equacionar soluções nessa base, tornou-se ultrapassada e anacrónica para o mundo moderno e para uma nova sociedade. As ideologias revelaram-se como impedimento ao desenvolvimento estrutural e à formação de uma vontade diferenciada. Depois da queda do imperialismo russo e americano e do consequente globalismo torna-se anacrónica a legitimação democrática em contextos de esquerda ou direita. A nossa era quer ultrapassar o politeísmo ideológico expresso nos partidos e ideologias, quer passar para um “catolicismo” político de inculturação e aculturação global. De momento as oligarquias económicas servem-se do sistema partidário para organizar e impor os seus planos aos Estados.

 

Início da nova mentalidade democrática

 

Na era da informação – do Verbo = in-formação – o cidadão tem oportunidade de assumir, por vezes, o lugar da lei; com as novas tecnologias as cúpulas deixam de possuir a sua relevância; para acompanharem a inovação tecnológica, deveriam devolver o seu poder a processos democráticos interactivos, em vez de abusar do seu uso no controlo do cidadão. Começa a surgir o tempo da democracia representativa dar lugar à democracia participativa. O rebanho consciente e adulto não se aliena, assume a missão do próprio pastoreio.

 

A formação da vontade política hodierna passará dos núcleos dos partidos para a tecnologia electrónica transparente. A delegação do cidadão no partido perde o seu sentido estrutural representativo para se realizar na participação. A maneira de estar objectiva dá lugar à maneira de estar subjectiva; deixa de haver papéis a representar indivíduos para haver pessoas a agir directamente. Grande parte da nossa sociedade atingiu um nível de desenvolvimento que quer uma democracia líquida sem calhaus de energia concentrada e sem as levadas que desviam as águas para os seus moinhos, porque este proceder impede o fluir do todo. A nova democracia também se torna mais racional e consciente concentrando a energia talvez na comercialização de menos produtos mas, por sua vez, mais satisfatórios e úteis. O sistema deixa de ser consultivo para se tornar participativo (a Internet possibilita a praticabilidade de uma nova mentalidade). Formação e in-formação são a sua fórmula mágica. A natureza é mestra e permanente ao organizar-se de baixo para cima e não de cima para baixo. Um processo de formação e organização natural da sociedade, viria impedir o autoritarismo e formalismo que tem dado forma estática às mentalidades passadas com a consequente violência e exploração inerente ao sistema político e social.

 

Da Democracia Partidária para a Democracia Pluralista

 

A EU não é democrática, é mais um aglomerado de sistemas governamentais sob o pretexto democrático. A sua deficiência democrática talvez se pudesse tornar num bom instrumento para o exercício de uma democracia participativa/burocrática! Esta deixaria de partir da estruturação ideológico-partidária para se associar às infraestruturas administrativas pragmáticas. O pluralismo ideológico organizar-se-ia em torno de programas e metas concretas aferidas na ordem ascendente à freguesia, concelho, etc. Consequentemente a informação teria que germinar na massa do povo que conceberia e se conceberia em formação permanente.

 

Naturalmente que isto seria uma meta a longo prazo mas que pelo facto de ser formulada, obrigaria a classe política a iniciar um processo de mudança que levaria a uma cultura política que transcenderia os apagados horizontes da vigente discussão partidária. Até nos aproximarmos da meta seria muito importante começar-se pelo modelo democrático suíço.

 

Os partidos políticos, fixados nas suas ideologias, já deram o que tinham a dar. Pensar que se poderiam melhorar com pessoal mais íntegro ou com a criação de novos partidos seria uma ilusão parva. Os problemas que revelam são inultrapassáveis para a nossa era porque antiquados no seu ideário e na sua ordem estrutural e sistemática. Já tiveram a sua era. Mantê-los como são significa comprometer o futuro e, ao mesmo tempo, um ataque à racionalidade que de facto só tem sido considerada para as coisas pequenas.

 

O carreirismo inerente aos partidos exclui, por si mesmo, a participação; é de caracter individual e não orientado primeiramente para o bem-comum. O sistema partidário só fomenta o carreirismo de alguns (iniciados interesseiros) e exclui por si mesmo a participação de competências independentes obrigadas a morrer isoladas na massa. Se observamos a classe política provinda das nossas repúblicas ela produz muitos reizitos envelhecidos no seu coutado e que pretendem, também depois de caducos, influenciar ideologicamente toda uma nação (O povinho dócil e bom come o que lhe dão!). O que é necessário é uma metanoia da mentalidade, a inovação das elites; colocar as esperanças em novos partidos seria desconhecer o mal de raiz do sistema que canaliza toda a energia popular nos crivos do partido. O organigrama da república/partidário é igual ao organigrama monárquico, com a agravante de se apresentar como sua alternativa. Precisamos de um outro currículo em que o objectivo do partido e o lema do camarada ou do companheiro não seja viver da democracia mas viver para ela. A política mais que uma profissão deve ser uma vocação de servir o povo. Consequentemente precisa-se de candidatos do povo e não candidatos de partidos. Uma democracia partidária já traz em si a desculpa da unilateralidade e falta de objetividade. Naturalmente que nos diversos partidos há gente com ideais muito sociais e humanos; o sistema porém cedo o leva a reconhecer que quem não puxa a brasa à sua sardinha não sobe na jerarquia partidária.

 

A consequência deste argumentar iniciaria um processo de formação de cidadania adulta que pouco a pouco prescindiria da classe política para formar um povo político.

 

A crise a que os bancos e os políticos nos levaram constitui a melhor prova da urgência de transformar o nosso sistema de democracia partidária num sistema de democracia pluralista. Precisa-se da inversão do pensar. Pensar e agir já não a partir do eu mas a partir do nós (bem-comum).

 

Os novos recrutas da democracia querem um novo marchar! Por isso reclamam o bem-comum, a justiça e a verdade.

 

António da Cunha Duarte Justo

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100 Milhões de Cristãos actualmente perseguidos

Os Factos mostram as revoluções islâmicas ao serviço da hegemonia muçulmana

António Justo

Depois da queda dos regimes autoritários no Norte da África, Próximo e Médio Oriente aumentou a perseguição aos cristãos e às minorias religiosas. Os países onde mais se perseguem e discriminam os cristãos são os seguintes:

A Síria encontra-se assolada por um guerra civil entre muçulmanos sunitas e xiitas mas quem mais sofre as consequências colaterais é a minoria cristã embora se abstivessem de intervir no conflito entre o governo e a oposição. Cerca de 40% dos cristãos tiveram de fugir do país. Na Síria 10% da população era cristã.

A Turquia, nos últimos anos, deixou de atacar directamente os cristãos com actos de terror mas continua a fazê-lo no dia-a-dia através das suas práticas e legislação (Cristãos são bem vindos na qualidade de turistas). Os cristãos são identificáveis por um determinado número no Bilhete de Identidade, o que simplifica a discriminação burocrática. No século passado 25% dos habitantes da Turquia eram cristãos, hoje já só há cem mil, o que corresponde a cerca de 0,1% de cristãos. O método do Jihad (“empenho”, “esforço”, guerra santa) no âmbito interno e a nível exterior revelou-se na melhor estratégia de imposição do próprio poder/religião e de expansão muçulmana através dos tempos.

No Iraque em 2003 havia 1,5 milhões de cristãos. Devido à contínua perseguição hoje só vivem no Iraque trezentos mil cristãos.

No Egipto, cuja população conta com cerca de 10% cristãos, continua a violência e discriminação contra eles. Depois de muitas igrejas e instituições cristãs terem sido incendiadas espera-se agora uma legislação discriminadora mas não tão violenta contra cristãos e minorias.

Este ano, no Paquistão, um atentado a uma igreja matou 150 cristãos. Muitos cristãos são perseguidos e mortos em nome da lei arbitrária da blasfémia. Segundo a comissão asiática dos direitos humanos, no Paquistão “o direito à vida perdeu todo o sentido”.

Nas Filipinas os rebeldes islâmicos do Moro Nacional Libertation Front provocam a fuga de 150 mil refugiados e centenas de mortos e feridos.

Na Nigéria, grupos islâmicos, na luta por um estado islâmico, obrigam raparigas a serem casadas com homens islâmicos (a transmissão do islão está acoplado ao homem) e a serem islamizadas. Dezenas de milhares de cristãos encontram-se em fuga para o sul.

Na coreia do Norte a simples declaração de que se é cristao, bem como “a posse de uma Bíblia já chega para prisão”(HNA, 24.12). Hoje, os regimes totalitários, não toleram o cristianismo porque sabem que o cristão traz consigo o ‘vírus’ da liberdade.

Na China há 80 milhões de cristãos. O regime tem-se mostrado mais moderado na violência contra os cristãos.

Muitos cristãos vagueiam pelo mundo fora à procura de asilo na fuga à perseguição dos “Herodes” actuais,  tal como “aconteceu” com Jesus na sua fuga para o Egipto. Os países onde os cristãos são actualmente mais perseguidos ou descriminados são a Nigéria, o Iraque, o Egipto, a Síria, a Turquia, o Paquistão, a Coreia do Norte e a China. Por grande parte do mundo, hordas muçulmanas, a partir do momento em que alcançam uma determinada percentagem na população, desestabilizam Estados e regiões. Com esta tática conseguem expandir a sua influência e islamizar regiões anteriormente livres.

Antigamente impunham o seu ideário pela espada no seu impulso contra tudo o que não era islão (especialmente até à Era Osmana). Hoje, islamitas e Estados muçulmanos usam da espada do terror e Estados mais moderados usam da espada das leis discriminadoras.

 

 

Ser cristão implica viver ameaçado. Uns ameaçados e inculpados pelas barbaridades que cristãos cometeram outrora e outros pela perseguição muçulmana em curso.

Para o próximo ano a melhor prenda que Alá poderia conceder à humanidade seria uma “fatwa” contra a violência!

António da Cunha Duarte Justo

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Ângela Merkel Chanceler alemã: O Rosto do Poder feminino

O Governo de Coligação CDU/CSU/SPD tem lugar para optimismo

 

António Justo

O governo da coligação está de pé e traz a cesta básica (o cabaz dos bens necessários) com prendas para todos. Ângela Merkel, a “mãezinha”, como a chamam (uns com afecto, outros com desdém), é chanceler pela terceira vez consecutiva.

Para não perder tanto a influência do seu partido, aumentou os cargos governamentais e assim satisfez os desejos do SPD e CSU. Deste modo assegura indirectamente o poder governativo que, em muitas iniciativas legislativas, precisará da aprovação do Bundesrat (Conselho Federal) onde o SPD tem a maioria. Este governo soube também secundar-se de grandes especialistas independentes que aconselham os vários ministérios.

A Chanceler quer uma Europa reformada, forte e sem medo ao lado da China da Índia e do Brasil. Quer que os asiáticos não admirem a Europa só pelas suas igrejas mas sobretudo pelas suas inovações; não nos quer ver “morrer como museus”, citam-na os jornais!

Membros do Governo

Ângela Merkel (CDU) é a antiga e nova chanceler; Sigmar Gabriel (SPD), é o Vice-Chanceler e Ministro da Economia e da Energia; Frank-Walter Steinmeyer (SPD), Ministro dos Negócios Estrangeiros; Wolfgang Schäuble (CDU), Ministro das finanças; Thomas de Maizière (CDU), Ministro do Interior; Úrsula von der Leyen (CDU), Ministra da Defesa; Haiko Maas (SPD), Ministro da Justiça e dos Consumidores; Andrea Nahles (SPD), Ministra do Trabalho e Assuntos Sociais; Hermann Gröhe (CDU). Ministro da Saúde; Manuela Schwesig  (SPD), Ministra da Família; Joana Wanka (CDU), Ministra da Educação e Pesquisa; Alexander Dobrindt (CSU), Ministro dos Transportes e da Infraestrutura Digital; Barbara Hendricks (SPD), Ministra do Ambiente e Habitação; Gerd Müller (CSU), Ministro do Desenvolvimento; Peter Altmaier  (CDU) Ministro do Kanzleramt; Aydan Özoguz (SPD), Ministra de Estado para Migração, Refugiados e Integração; Monika Grütters  (CDU), Ministra de Estado da Cultura e dos Média;  Hans-Peter Friedrich (CSU), Ministro da Alimentação e Agricultura.

A grande surpresa foi a nomeação de Úrsula von der Leyen para Ministra da Defesa, para chefe de uma instituição com 255.000 soldados e civis. A este propósito, o jornal HNA cita vice-presidente da CDU na vontade de reformas com as palavras: ”Talvez se vá tornando tempo de um homem se tornar Ministro da Família e da Mulher”. Talvez os cristãos democratas queiram introduzir um novo estilo de comandar e obedecer! Von der Leyen, mulher corajosa de 55 anos, promete ir longe; Merkel coloca-a num cargo difícil mas o seu exemplo pode ajudá-la!

Wolfgang Schäuble é o tesoureiro e homem forte da nação; a política europeia fica nas suas mãos e nas mãos de Merkel.

Frank-Walter Steinmeyer não assume comulativamente o cargo de vice-chanceler que tradicionalmente pertencia ao MNE. Muitos esperam dele que a política exterior saia da sombra dos USA e da Grã-Bretanha; isto seria por outro lado incómodo porque a Alemanha teria de abandonar a política da discrição tendo de se comprometer mais na “estabilização” da periferia o que fatalmente levaria a investir mais em armas de intervenção.

 

O Rosto do poder feminino

O acordo de coligação também é fruto do poder feminino discreto na procura de um denominador comum, que deixa a filharada pular e saltar mas só na hora do recreio. Ângela é mulher natural que se não deixou dominar pela afectação masculina do poder. Depois desta legislatura talvez seja a mulher mais propícia para governar os destinos da Europa como presidente da União Europeia.

A sua capacidade feminina fez dela a mulher mais poderosa do mundo num Mileu dos homens. O poder já não tem género e aqui revela-se feminino, pelo menos no seu modo de ser. O poder feminino é imperceptível e discreto. A chanceler apresenta-se reservada e respeitadora; até na propaganda eleitoral estava mais interessada em destacar a semelhança do que a diferença; preocupava-se em mencionar os argumentos e contra-argumentos de cada matéria de interesse; nunca se perdeu em rectóricas, o que era próprio dos concorrentes masculinos. Assim nunca tem a perder penas de auto-apresentação. A base do seu poder está na defesa da Alemanha como povo, no respeito dos parceiros da coligação e no partido CDU que, discretamente, vai mudando e deste modo tornando os outros partidos cada vez mais compatíveis. Rodeia-se de mulheres e homens em quem confia; por isso mesmo todos a temem e respeitam. Tornou-se numa moderadora indispensável para a nação. Para ela o governar é um trabalho normal. A filha de um pastor e esposa de um professor universitário não sofre do desejo de dominância nem de aparecer; o seu poder é temido porque natural e discreto. Domina como a mãe consciente de ter filhos também gabirus mas ciente que todos são seus. Na vitória mostra-se soberana e feminina; a sua modéstia não lhe permite alardes de senhora triunfal. Merkel conseguiu 462 votos dos 621 votos válidos o que corresponde a 74,39 dos votos. Esta coligação tem poder para apostar no bem do povo. No parlamento tem uma oposição de 20% dos deputados. A única consolação que esta teve na eleição da Chanceler foi verificar que 39 deputados da coligação se abstiveram na votação.

Toda a nação segue os passos do governo. O povo odeia políticos que não se preocupem com o bem-comum. Como a chanceler não fez promessas tem um certo âmbito de acção nesse sentido. A chanceler já definiu a grande coligação como a “coligação das grandes tarefas”. Os rebuçados já os distribuíu ao parceiro SPD no pacto da coligação. Resta desejar que este governo continue o tempo das vacas gordas para poder incrementar a família, as reformas e dar solução ao buraco demográfico e dar continuidade à obra do século que é a transição energética. Então talvez reste algo para a EU. Esta mulher que tem sido uma bênção para o bem-estar do povo alemão talvez se possa tornar numa bênção para o bem-estar da Europa.

António da Cunha Duarte Justo

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Uma Cultura a gerar Filhos de Ninguém – O Ocidente

Sapatinho de Natal > Santa Claus > Pai-Natal

 

António Justo

Quando era pequenino quem trazia as prendas de natal era o menino Jesus; de 24 para 25 de Dezembro, pela calada da noite, ele colocava-as na lareira junto aos sapatos.

 

Com a comercialização da sociedade foi-se impondo o Pai-Natal (Papai Noel), vindo do Polo Norte num trenó; um homem rechonchudo, alegre e de barba branca vestido de vermelho e com um gorro caído virado para a terra. Os americanos protestantes (USA e Canadá – não inclinados para o culto dos santos) e propensos ao capitalismo, em vez de importarem da Europa a tradição católica do menino Jesus e do sapatinho à lareira ou do São Nicolau, criaram a figura do Pai-Natal, em 1860, à imagem da tradição nórdica do S. Nicolau. A substituição do bispo, que oferecera a sua grande herança aos pobres, pela figura do Pai-Natal, foi comercializada nos meados do século XIX pela empresa Coca-Cola. Pai Natal é a substituição secular do “Menino Jesus”

 

“Menino Jesus”, São Nicolau (Santa Claus), Pai-Natal, são nomes que se dão à personagem que traz os presentes na Véspera de Natal, (24 de dezembro), ou no dia de São Nicolau (6 de Dezembro).No Natal faziam-se prendas para lembrar a oferta de Cristo à humanidade; como fomos prendados continuamos a prendar os outros.

 

É interessante verificar, duma perspectiva sociológica, como cada época e povo cria/transforma as suas tradições à medida da sua alma e do seu ideário central. Este torna-se como que a estrela de Belém atrás da qual todo o mundo corre. As exterioridades folclóricas permanecem as mesmas; muda apenas o seu conteúdo cada vez mais feito de superficialidades, a nível de massas.

 

Se observamos a natureza tudo se desenvolve do interior para o exterior. O exterior chama a atenção para a vida interior a ser transmitir. Nos tempos em que a preocupação do ser humano com suas instituições se centrava mais nos bens interiores e na comunidade, as suas instituições preocupavam-se com a integração do novo na sua alma.

 

A Igreja Católica, no seu contacto com os povos bárbaros, respeitava o cerne das suas crenças procurando integrá-las no seu firmamento metafísico. Assim, num processo de aculturação e de inculturação dava profundidade e resposta aos mitos de povos e culturas, integrando num conceito global diferentes arquétipos da sociedade e do Homem. Nos mitos (arquétipos) encontra-se a simbologia plastificada da realidade humana para além do momento histórico. Por isso a verdade mitológica é mais real/verdadeira que a verdade histórica; esta é apenas o resultado do agir no sentido da concretização dos mitos.

 

Uma cultura a gerar filhos de ninguém

 

Com a acentuação da modernidade e do secularismo tem-se dado o processo inverso, iniciando-se assim a exoneração da cultura ocidental. O comércio apodera-se dos mitos cristãos para os desmiolar num processo de secularização desespiritualizadora para os instrumentalizar em seu benefício. Neste processo, em vez de um procedimento de enriquecimento e de interiorização no sentido da continuidade comunitária dá-se o contrário, a mera exteriorização sem ligação ao interior, apenas centrada no sentido da parcela e do momento. Só conta o embrulho que deslumbra o mundo. Tal como o protestantismo expressou o início do fim da cultura medieval agrária (fim do domínio dos países latinos) e o início do domínio nórdico baseado mais no fomento do capitalismo (do direito do indivíduo contra a comunidade), observa-se hoje o início da destruição da cultura ocidental através do globalismo financeiro. É preocupante dar-se conta dos paralelos entre a relação protestantismo-catolicismo como indicadoras do início de uma nova era no século XVI e a relação cristianismo-secularismo da actualidade, como início do abdicar da civilização ocidental e o início de uma sociedade anónima orientada pela pseudo-ética de um utilitarismo universal. Encontramo-nos no início do fim.

 

Os símbolos religiosos são substituídos por símbolos comerciais centrados no negócio e já não no ideário cristão. Deixam de ser arquétipos (modelos da alma e da civilização) para se tornarem símbolos do capital e do comércio ao serviço de necessidades artificiais. A relação humanista dá lugar à relação comercial. Ao ignorar a sua bondade inicial interior, o Homem torna-se a sua própria fera.

 

Na análise que aqui faço apenas me limito a referir um pequeno aspecto cultural, um sintoma limitado mas sintomático da autodestruição sistemática duma grande civilização que parece odiar-se a si mesma.

 

Quem melhor quiser conhecer a alma das civilizações e das culturas observa-lhes os seus mitos, a sua alma. A autodestruição da civilização ocidental é imparável ao reduzi-la ao seu aspecto de permuta económico-comercial e que se torna patente na substituição do Nicolau pelo Pai-Natal. O São Nicolau tinha uma mitra com a ponta a indicar para o céu e a ponta da barba a apontar para a terra; tinha o corpo em posição direita a indicar respeito e relação com a transcendência e o bastão da autoridade. Nicolau é o símbolo da autoridade não autoritária que proporciona lugar para o crescimento dos outros de modo a tornarem-se adultos.

 

Sem o poder e a influência que representa a propaganda Coca-Cola, o Pai Natal não teria transferido tão depressa os países protestantes. Hoje ele tornou-se na expressão da sociedade de consumo em que vivemos. O Pai-Natal, não vem do céu, vem dos países frios do norte e é expressão dos valores da nossa sociedade. Em vez da tiara simbolizadora da espiritualidade e do alto, o Pai Noel traz um gorro vermelho virado para o chão. Tem as proporções corporais de uma criança de três anos e um nariz grosseiro batatudo a puxar para baixo; é infantil, com um saco aos ombros pronto a distribuir o seu conteúdo. Deixou de ser um arquétipo da alma para se tornar a documentação duma sociedade de consumo em regressão.

 

A Vida do Presépio é Espírito ainda não materializado

 

Uma sociedade sem mitos empobrece e é abafada; uma sociedade sem natal é escura e sem perspectiva transcendente; natal é o tempo do dar à luz, é o tempo dos símbolos e dos contos de fadas e das crianças. (“Se não mudardes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mat.18.3).)

Não se trata de recordar apenas algo que aconteceu no passado. O mito é uma verdade e não uma fantasia (Na linguagem coloquial a palavra mito é usada como algo fruto da fantasia). Mais importante do que o acontecido no passado é a verdade do que está sempre a acontecer, ontem, hoje e amanhã, em diferentes dimensões. Mito é teologicamente algo/verdade sempre a acontecer em nós e na comunidade.

 

O Evangelho fala apenas do nascimento de Jesus na “manjedoura de um curral” em Belém e de pastores e magos (três reis) que o visitam. Na descrição da infância de Jesus mistura-se a realidade da História com a realidade das metáforas.

 

A procura de um lugar para a criança divina, longe da terra natal, é naturalmente uma metáfora. A alma não é oriunda da terra, nós vimos de outro lugar e não somos deste mundo. O mundo não é um albergue afável e quente. No nascimento virginal acontece algo completamente novo e inexplicável (Também aparece no budismo e no taoismo). Jesus é também o nosso arquétipo e como tal mostra que também nós temos uma mãe terrestre e ao mesmo tempo temos origem celeste, somos seres espirituais. Esta origem espiritual foi por nós esquecida. No nascimento virginal o pai é espiritual e como tal desconhecido. Jesus conhecia o seu Pai. O pai de todos nós é em certa medida o grande desconhecido. Somos todos filhos de Deus e a nossa vida é uma busca do grande desconhecido! A pessoa de fé vive da ressonância da presença divina em si e no mundo, ela tem a consciência de a ter presente no seu interior.

 

Há a verdade histórica e a verdade da alma e espiritual. A criança divina no presépio não se relaciona apenas à realidade histórica do seu nascimento (Belém/Nazaré) mas é também símbolo e garantia da criança interior em nós.

 

A criança não nasceu em casa, na própria terra; foi nascer em terra distante. Para que nasça algo novo em nós teremos de abandonar os velhos hábitos, teremos de abandonar a nossa casa, a segurança do dia-a-dia que não é albergue nem lar definitivo. Na pobreza do espírito, depois de despidos do nosso saber, das certezas e opiniões, depois de nos tornarmos pequeninos e depois de ter morrido o poder e a violência de Herodes em nós, então seremos o presépio onde a criança surgirá. A criança divina não ameaça nem usa poder. Não podemos continuar a esconder Jesus como fizeram os seus pais a caminho do Egipto (metáfora), numa fuga contínua ao perigo. Possuímos o sangue real. Jesus provém dos tronos de David e de Deus.

 

Em cada um de nós dorme uma criança, o eu original. A verdadeira realidade é invisível e só acessível pelo coração. O caminho é estreito. Para se chegar ao fundo da gruta, ao reino da criança divina em nós, vale a pena tentar ultrapassar a barreira do medo em nós, deixar o estresse, para chegar onde tudo é bom, onde nos sentimos bem e como feitos e envolvidos em muitas realidades. A nossa criança interior encontra-se atafegada em nós por medos e certezas, por fugas e corridas, vive amedrontada pelo barulho das nossas razões e opiniões. Jesus, o divino infante, encontra-se na concha do nosso interior, ele é a natureza da nossa ipseidade à espera de ser ouvida. Do fundo do reino da verdade, a divindade quer falar, quer ser ouvida, já não através da cabeça mas no silêncio do coração. Em cada um de nós encontra-se prisioneira a outra parte de nós, a nossa parte divina, onde a criança definha à espera de ser ouvida.

 

António da Cunha Duarte Justo

www.antonio-justo.eu

Reforma complementar para quem tem Filhos?

A Alemanha pensa no Futuro mas a União Europeia não

Portugal a caminho da Santa Casa da Misericórdia

 

António Justo

 

Os sistemas de Reforma actuais castigam quem tem filhos, metem a mão na carteira dos reformados e não estão aptos para o futuro.

 

Segundo os meios de comunicação alemães, embora o património (superavit) do fundoalemão de pensões conte com um superavit de 31 bilhões de € no fim de 2013, o futuro das pensões não é estável. Cada um terá de assumir responsabilidade quanto ao seu futuro não podendo o Estado arcar sozinho com tal encargo.

 

Apesar da imigração de gente nova para a Alemanha, segundo estimativas, no futuro, o fundo de pensões precisará de grandes subsídios de fundos fiscais do Estado. Fala-se já desde 1980 na necessidade de seguros privados como segunda coluna das reformas.

 

Para, no futuro, não haver aumento de contribuições para a reforma, o Info-Instituto de Munique apresentou uma proposta de solução. Segundo o seu presidente, Prof. Werner Sinn, daqui a 20 anos, um trabalhador empregado terá de financiar dois reformados numa Alemanha que actualmente concebe 8,1 crianças por 1.000 habitantes.

 

Maiores encargos para trabalhadores sem filhos

 

A reforma actual, que corresponde a um salário médio de 46%, não poderá ser mantida; o Instituto conta com a sua descida para 30% em meados deste século, o que corresponderia à previdência social (assistência aos pobres) de hoje. Por isso o Instituto quer maiores encargos para trabalhadores sem filhos. Na realidade os impostos e contribuições já atingiram, há muito, a barreira da dor! Sinn quer que os filhos que entrem em emprego remunerado, paguem, paralelamente para o actual sistema, uma contribuição complementar que iria beneficiar a reforma dos pais reformados (por outro lado a contribuição destes seria compensada pelo Estado).

 

Quem não tem filhos, para conseguir uma reforma digna, teria de investir ou pagar para a segunda coluna de pensão (um seguro privado) com 6 até 8% do seu rendimento (ilíquido), até porque não suporta a carga com a educação dos filhos. Quem tem filhos recebe um aumento de pensão financiado por todos os trabalhadores. Quem tem mais de três filhos não precisa de contribuição complementar. Assim prevaleceria o velho sistema complementado pela segunda coluna da previdência privada. Pessoas mesmo pobres sem filhos viveriam da previdência social. Prevalece porém o problema de quem tem salários baixos que então terá pensão baixa. Esta proposta iniciaria uma política boa para a família.

 

“Uma sociedade que pretende ser provida na velhice tem que poupar ou criar filhos que a abastece… Um filho que tenha descendência, com uma média de vida de trabalho, contribui, ao longo da sua vida, para o fundo de pensão, com mais 77. 000 € do que custa, segundo o Instituto”(Cf. http://zu.hna.de/rente).

 

 

Na Alemanha, o Tribunal Constitucional obrigaa política, neste momento, a contemplar para as mães o direito de cerca de 50 € de reforma por filho, dado as mães serem o fundamento do sistema de pensões.

 

Irresponsabilidade duma EU sem projecto de futuro

 

O impacto do défice demográfico e a ganância antissocial da plutocracia que temos compromete seriamente não só o futuro das pensões mas o futuro da civilização.

 

“Sauvegarde Retraites” mostra, através de um estudo, as dimensões que explicam a catástrofe que nos espera. A fraca natalidade e o esbanjamento para as elites tornam as reformas cada vez mais inseguras. A EU, para dar lugar à entrada de funcionários de novos Estados-Membros (Polónia, etc.) manda funcionários de outros países que vão receber entre 12.000 e 14.000 € mensais de reforma depois de 15 anos de serviço sem pagamento de quotas e 340 empregados vão para a reforma antecipada com uma pensão de 9.000 € mensais. Mais ainda, um Supervisor Adjunto da Protecção de Dados depois de quase dois anos de serviço passa a receber uma reforma de cerca de 1.500€ mensais, o equivalente ao que recebe um assalariado francês do sector privado com uma carreira profissional de 40 anos. A mesma EU recomenda para o vulgo dos Estados-Membros o alongamento das carreiras profissionais de actualmente 40 para 42 anos em 2020.

Um funcionário das instituições da EU, sem qualificação específica, recebe cerca de 3.000 € de reforma.

 

Não há fé que consiga ter estômago para isto: a EU fiscaliza os Estados obrigando-os a apertar o sinto e, por seu lado, concede aos seus tecnocratas reformas sumptuosas, enquanto aumenta o tempo de serviço para os cidadãos normais.

Uma sociedade sem crianças morre e o recurso à imigração como meio de compensação da falta de nascimentos vem também criar problemas de integração graves, quando se trata de imigrantes de cultura muçulmana.

A EU experimenta em Portugal a destruição da classe média para depois a poder estender aos outros países membros!

Portugal a caminho da Santa Casa da Misericórdia

A EU e com ela a sociedade ocidental encontram-se em plena fase de autodestruição e em intensa preparação do seu enterro. Não se trata apenas duma luta contra a classe média ou contra um Estado. A sua exercitação dá-se já na Grécia e em Portugal.

Portugal prossegue, desde o 25 de Abril uma política adversa a quem tem filhos e destrói-se ao provocar a emigração dos seus melhores filhos! Em Portugal, o abono de família é miserável, fomentando, quando muito, as mães da camada desfavorecida da sociedade. As pensões, em Portugal, contra todas as garantias do Estado, são diminuídas a partir de 670 €, devido à má administração do Estado. Apesar disso, Ex-gestores de bancos falido recebem dezenas de milhares de € de reforma.

A inflação é superior à taxa de juros concorrendo para um futuro incógnito e com piores perspectivas

Para termos a ideia do que está a acontecer em Portugal dou o exemplo de uma colega minha que se aposentou há 2 anos e 6 meses com um ilíquido anual de 32 746 €, ficando então a receber anualmente um líquido de 25 900 € encontrando-se agora com um líquido anual de 18 360 €. Perdeu um líquido de 7.540 € anualmente. O maior roubo está a acontecer na classe média. Em Portugal está a experimentar-se na classe média o que a ditadura económica poderá mais tarde impor aos países mais fortes da EU.

Muitas das pessoas em situação delicada gostariam de abandonar Portugal para tratar da vida mas já se encontram sem forças para a recomeçar noutro ponto do planeta.

As pessoas procuram reduzir as despesas onde é possível, até porque a inflação continua, e a eletricidade, a água e a gasolina estão sempre a aumentar. Está-se a preparar a recessão, planeada por políticos e por uma política irresponsável que não tem ideia de para onde vai!

António da Cunha Duarte Justo

www.antonio-justo.eu