MOÇAMBIQUE A ESQUECIDA?

“A guerra é sempre uma derrota, SEMPRE.

A guerra é inútil e levará só a mortes e à destruição, nunca é a solução

dos problemas.”

No dia 15 de fevereiro, a Comissão Nacional Justiça e Paz, alertou para a “tragédia” que se vive em Cabo Delgado, norte de Moçambique, denunciando o aumento de ataques terroristas na região. Intensificaram-se os ataques terroristas a várias aldeias. Já houve cerca de 4 mil mortes e mais de um milhão de pessoas estão a ser forçadas a deixar as suas terras. Tem havido raptos de motoristas e exigência de dinheiro.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou na quarta-feira de um ataque terrorista em Macomia, em Cabo Delgado, e a morte de pelo menos 20 pessoas.

O grupo terrorista documentou o ataque a uma posição das forças armadas moçambicanas, levando material bélico, e reivindicou ainda outro ataque em Chiúre, com a destruição de várias infraestruturas e igrejas. Em Mazeze os rebeldes atearam fogo ao hospital e residências.

A província de Cabo Delgado enfrenta há 6 anos ataques reivindicados pelo EI, o que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda, da União Europeia – – especialmente Portugal, da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e dos EUA, libertando distritos junto aos projetos do gás.

O projeto de gás natural liquefeito (GNL) liderado pela Totalenergies em Cabo Delgado estava previsto para ser retomado em 2023 desde que houvesse segurança.  Este megaprojeto, com um investimento de 20 mil milhões de euros, é uma grande esperança para dinamizar a economia do país.

O Produto Interno Bruto (PIB) estima-se que cresça 3,3%, em vez dos 3,4,% previstos. A situação em Cabo Delgado tem impactado o investimento estrangeiro e a economia de Moçambique.

Também no Angelus de ontem o Santo Padre referiu o Sudão em guerra há 10 meses e a violência contra a população indefesa em Moçambique, em que nos últimos dias incendiaram a Missão Católica de Nossa Senhora de África.

Papa Francisco mencionou que oremos também pela Ucrânia, pela Palestina… … e disse:

“A guerra sempre é uma derrota, SEMPRE.

A guerra é inútil e levará só a mortes e à destruição, nunca é a solução

dos problemas.”

 

UM TESTEMUNHO CORAJOSO VINDO DE UM MUÇULMANO CONVERTIDO

Jalil Mashali – um muçulmano convertido – foi acusado pela cidade de Essen ter realizado “publicidade religiosa ilegal” com um adesivo discreto na janela traseira do seu táxi com a citação: “Jesus: eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Segundo o The European – Das Debatten – Magazin, pediram a Mashali que respondesse à acusação e inicialmente ameaçaram-no com uma multa até 1.000 euros.
A cidade emitiu agora uma multa no valor total de 88,50 euros.
… Jalil Mashali defende-se da decisão dizendo apenas ter sido “uma expressão de minha convicção pessoal” e acrescenta: “Jesus é a melhor coisa que eu poderia recomendar a alguém porque ele mudou minha vida. Por isso quero deixar o adesivo no meu táxi para que todos os interessados possam vê-lo. Não quero causar problemas, mas também não fiz nada de errado. Estou grato por este país onde todos deveriam ter a liberdade de partilhar a sua fé. Espero continuar a fazê-lo apresentando um recurso”!
Em geral, a publicidade exterior nos táxis só é permitida nas portas laterais, mas não nas traseiras. Mashali, porém, enfatiza que o versículo bíblico não é propaganda religiosa. Pelo contrário, o autocolante é uma expressão da sua convicção. Devido ao conteúdo, à colocação na parte inferior do vidro traseiro e ao tamanho manejável, o adesivo não pode ser classificado como publicidade.
Facto constatável é que o Estado cada vez intervém mais na esfera pessoal do cidadão.
António CD Justo
Pegadas do Tempo

MARCHAR COM A ESQUERDA E COM A DIREITA PARA SE PODER ANDAR A DIREITO

Os que se sentem mal servidos pelo sistema político dizem “isto nunca esteve tão mal” e os que se encontram bem servidos por ele respondem: “isto nunca esteve tão bem”! Uns e outros tornam-se pedintes do “votem em mim”!
E a isto parece reduzir-se o discurso entre os activistas conservadores e os activistas progressistas! Assim se deteriora o discurso político a uma birra de crianças em que um lado berra, “Portugal é meu” e o outro bate o pé e grita, “Portugal é meu”!
O que vale é o berro, o pão não interessa e a argumentação também não!
Por outro lado, torna-se divertido ver como grupos afectos ao poder excomungam algum partido incomum que sem poder também procura um nicho no poder através da crítica ao poder.
Torna-se engraçado ver a esquerda que tem o poder a combater tanto contra o Zequinha em vez de se preocupar em corrigir algum defeito que o Zequinha vê porque só assim o povo não seria levado a votar nele!

Entretanto o povo vai sendo entretido e enganado assistindo em política a acusa e contra-acusa de modo a os perpetradores ficarem na memória do povo qcomo sendo os mártires!
Em vez de se entrar numa conversa séria tudo prefere berrar limitando-se a levantar poeira para que se não notem os próprios defeitos nem se fale deles. No meio de tudo isto só é sinal de vida política a emoção!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

VALE A PENA LER!

Coloco aqui este texto de Francisco porque me identifico com ele no pormenor e na totalidade!
“Você pode ser defeituoso, ansioso e às vezes irritado, mas lembre-se que a sua vida é o maior negócio do mundo.
Só tu podes impedir que ele decline.
Muitos são aqueles que te valorizam, te admiram e te amam. E vc não sabe, mas há pessoas pra quem vc é especial
Gostaria que você lembrasse que ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhar sem acidentes, trabalhar sem cansaço, relacionamentos pessoais sem decepções.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no medo, amor na discórdia.
Ser feliz não é só valorizar o sorriso, é também refletir sobre a tristeza.
Não é só celebrar o sucesso, é aprender com o fracasso.
Não é só ter alegria com aplausos, mas sim ter alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que a vida vale a pena viver apesar de todos os desafios, tristezas, desentendimentos e períodos de crise emocional e econômica.
Ser feliz não é um destino, mas sim uma conquista para quem sabe viajar no seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar ator da sua própria história.
É como caminhar por desertos fora de si mesmo, mas ser capaz de encontrar um oásis no fundo da nossa alma.
É agradecer a Deus todas as manhãs pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É tudo sobre saber falar sobre si mesmo.
Ter a coragem de ouvir um “não” mesmo de quem você ama.
É sobre ter a segurança de receber críticas, mesmo que seja injusto.
É abraçar crianças, acariciar pais, ter momentos poéticos com amigos, mesmo que eles nos machuquem.
Ser feliz é deixar viver a criatura livre, feliz e simples que vive em cada um de nós.
Ser maduro é dizer “eu estava errado”.
Tendo a coragem de dizer ” perdoa-me. ”
É ter a sensibilidade de dizer “eu preciso de você. “
É ter a capacidade de dizer que te amo.
Que sua vida se torne um jardim de oportunidades para ser feliz..
Que você seja um amante da alegria em suas fontes.
Que você seja um amigo de sabedoria e paz em seus invernos.
E quando você dá errado no caminho, você começa de novo.
Bem, vocês serão mais apaixonados pela vida.
E você vai descobrir que ser feliz, não é ter uma vida perfeita.
Mas use lágrimas para tolerar água.
Use as perdas para aprimorar sua paciência.
Use fallas para esculpir serenidade.
Use o prazer para afastar a dor.
Use obstáculos para abrir janelas de inteligência.
Nunca desista…
Nunca desista das pessoas que você ama.
Nunca desista da felicidade, pois a vida é um espetáculo imperdível! » Papa Francisco.
Aqui, o Papa Francisco chama todos, independentemente de onde estiverem, fé ou religião, para um momento de recolha, meditação ou oração pela paz. Todo o planeta se une em oração pela PAZ

DEMOCRACIA SOB TENSÃO

Investigação global sobre o Estado dos Regimes políticos revela crescente Autoritarismo

No sentido de uma diferenciação de sistemas políticos temos, a Democracia Liberal (USA, Alemanha…), Democracia Eleitoral (Portugal, Polónia…), Autocracia Eleitoral (Rússia, Turquia, Ucrânia…), Autocracia Fechada (Afeganistão, Arábia Saudita, China…)

O  Relatório anual do IDEA Internacional (1)  sobre o Estado Global da Democracia 2023 examinou os sistemas políticos em 167 países e baseou  o  Índice de Democracia nos seguintes critérios gerais: processo eleitoral, pluralismo, liberdades civis, funcionamento do governo, participação política e cultura política.

Os primeiros lugares recebem as democracias liberais, seguindo-se as democracias eleitorais, as autarquias eleitorais e no fim da lista as autarquias fechadas

O mapa do Índice da Democracia classifica os regimes políticos nas seguintes categorias: democracias plenas, democracias imperfeitas, regimes híbridos e regimes autoritários

No Mapa do Índice das Democracia de 2023 dos 167 países investigados a escala regista 24 países em que a democracia é plena (Noruega 1°  lugar) , 48 com democracias imperfeitas (Portugal no lugar 28 (2) em 2022 piorou para o lugar 31, o pior resultado desde 2013; o Brasil lugar 51), 36 países como regimes híbridos, p.e. Ucrânia (87), Turquia (103) e 59 como regimes autoritários (Angola (109), Moçambique (117) , Rússia (146) Afeganistão (167).

Os motivos negativos que têm vindo a ser apontados para a qualificação de Portugal como “democracia com falhas” ou “democracia incompleta” são: baixa participação política, o mau funcionamento do governo e a reduzida cultura política!

A polarização tende a aumentar por toda a parte fomentando o autoritarismo que concorre para um declínio democrático geral e até em países considerados de democracia completa.

Na escala de 0 a 10 a média global caiu de 5,29 no ano anterior para 5,23. O ambiente político polariza-se favorecendo autoritarismos. As guerras geopolíticas e as lutas culturais e partidárias dentro das sociedades são gasolina no fogo da polarização e fomentadoras de autoritarismos. A polarização torna-se especialmente visível em relação a imigração, às guerras e posições ideológicas. Também a falta da capacidade de consenso entre os partidos fomenta a polarização. Em muitos estados o povo encontra-se já disposto a ceder liberdades civis em troca de maior segurança.

A democracia está sob pressão em todo o mundo. A promessa da democracia de oferecer prosperidade para todos permanece muito longe das suas intenções. Por outro lado, o controlo do cidadão em via torna-se uma mácula grande na democracia. A globalização com as suas agendas torna as pessoas inseguras e desmoraliza a sua tradição para poder impor outras tradições concorrentes e ideologias destrutoras…

Observa-se uma tendência dos povos do sul global para a esquerda na procura de justiça e nos povos do Norte (norte da Europa e USA) um movimento à direita por sentirem as suas ligações tradicionais ameaçadas. Em momentos carentes e de abusos, uns berram por pão e os outros por cultura.

Por outro lado, uma sociedade civil mais acordada nota que o Ocidente continua a ter uma política intervencionista o que cria descontentamento e incompreensão num povo necessitado de paz. Se aquilo que move hoje mais as preocupações das pessoas é a imigração e esta é resultado do sistema económico porque não resolvê-la com meios económicos:  em vez de colocar a própria cultura à disposição dos que procuram melhor vida seria de levar a economia e fontes de trabalho a esses povos.

Na Europa observamos uma política de dois pesos e de duas medidas e isso torna a população insatisfeita porque ainda é sensível à hipocrisia e espera mais dos sistemas políticos do Ocidente do que dos outros sistemas. O grande problema real dos nossos governos com a ordem social é o da sua credibilidade. Mesmo na promoção da justiça, os governos devem ter o sentido da realidade para, com os seus erros, não caírem à mercê de eventuais caprichos populares. Em última análise, são as pessoas que pagam pelo bom ou mau governo e pelas suas medidas. A política de imigração europeia, por muito humana que queira ser para com povos explorados pela política económica europeia, tem-se tornado desumana para com as próprias populações e irresponsável para com a própria cultura tomando em conta o fomento da agressão dos seus povos obrigados a renunciar à sua identidade para aceitar uma outra identidade intolerante.

A melhor maneira de ajudar os povos produtores de emigração seria instalar neles empresas multinacionais que criem riqueza lá e não obriguem as pessoas que queiram melhorar a vida a terem de emigrar para onde há dinheiro e empresas que vivem muitas vezes das   matérias-primas emigradas dos países de emigração!

 

António CD Justo

Pegadas do Tempo

 

(1) No índice de democracia da revista britânica The Economist,  intitulado “The Global State of Democracy 2023 Report – The New Checks and Balances” https://pt.euronews.com/my-europe/2023/11/02/estado-da-democracia-a-comparacao-entre-os-paises-europeus

(2) De notar que os estados considerados democracias plenas são estados liberais.  https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_democracia#

https://rr.sapo.pt/noticia/mundo/2024/02/15/portugal-cai-tres-posicoes-em-indice-de-democracia/366960/

https://www.v-dem.net/documents/35/V-dem_democracyreport2023_espanol_med.pdf