O BRASIL VOTOU MAS NÃO ENCONTRA O SEU CENTRO

A democracia manqueja da perna esquerda e da perna direita

 

A 7.10.2018 o povo brasileiro votou. 46,21% dos votos foram para Jair Bolsonaro (extrema direita- PSL),  28,97%  para Fernando Haddad (substituto de Lula no partido da esquerda PT) , 12,50 %,  para Ciro Gomes (Esquerda PDT)), 4,78% para Geraldo Alckmin (centro direita PSDB – ) e 1,21% para Henrique Meirelles (apoiada por Tremer).

 

Nas mesas de voto esteve presente a Indignação contra a corrupção, a violência e a má gestão.

 

Se 46,21% votam em Bolsonaro será de redefinir o que se entende por extrema e por direita. Segundo imprensa alemã, mais de 60.000 pessoas foram mortas no ano passado no Brasil; lutas nas favelas entre a mafia da droga e a polícia tornam patente a insegurança do direito no Brasil.

 

Em 28 de outubro haverá a eleição do segundo turno. A bolsa reagiu positivamente ao resultado de Bolsonaro: isto significa que conta que ele vença na segunda volta.

 

A sociedade encontra-se dividida, o seu futuro não promete. Uma sociedade manca das duas pernas não pode caminhar, vai rastejando.

 

“Na casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão”, conclui a sabedoria popular. Num ambiente assim afirmam-se os mais oportunistas e mais fortes quer da esquerda, quer da direita; o povo, esse, vai vivendo na sombra de uns e de outros e no desconsolo da sua defesa ou ataque.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo

A VIOLÊNCIA NA ALEMANHA TEM VINDO A AUMENTAR

Relatório anual dos Serviços de Proteção da Constituição

António Justo

Nos finais de julho foi apresentado ao público o relatório constitucional anual. Os adversários da sociedade livre, segundo o ministro do interior, aumentam e, consequentemente,  o Estado sente-se na necessidade de intervir de maneira “mais determinada”!

O relatório relativo a 2017 refere os seguintes grupos como objecto de observação especial: Extremistas da direita, Os cidadãos do Reich (Reichsbürger), Extremistas de esquerda, Islamistas e redes de espionagem.

Extremistas da direita

A Protecção Constitucional parte da existência de 24.000 pessoas neste sector e entre estes 12.700 violentos. Em 2017, este grupo praticou 19.467 delitos e 1.050 crimes violentos. Como veículo de transmissão da sua ideologia utilizam eventos de música extremistas onde se observam cada vez mais problemas.

Os cidadãos do Reich (Reichsbürger)

Os cidadãos do Reich rejeitam a existência da República Federal da Alemanha.

Os  Serviços de Proteção da Constituição partem da existência de 16.500 pessoas pertencentes a este grupo. O ministério do interir tem 18.000 pessoas sob observação e considera que 900 deles são extremistas de direita. 1.100 cidadaos do Reich têm licença de porte de armas, tendo sido, para já, retirada a licença de porte de armas a 450.

Os extremistas de esquerda

Deste grupo encontram-se 9.000 sob observação.  “A prontidão para a violência é alarmante”. Cometeram 6.393 delitos e destes 1.648 crimes de violência.

Islamistas

A esta cena pertencem 25.810 pessoas e 740 Perpetradores islâmicos (pessoas perigosas suspeitas de poderem cometer crimes muito graves). Estes últimos aumentaram este ano de modo que os islamistas radicais que pertencem ao espectro islamista-terrorista (segundo as autoridades de segurança) podem ser identificados com “2.220 pessoas com uma referência na Alemanha”.

Espionagem

A Protecção Constitucional está especialmente atenta à espionagem russa, chinesa e iraniana.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

A GRÉCIA LIVRE DOS CREDORES DA TROIKA E SUBMETIDA À DIVIDA A PAGAR

Grécia e Portugal eternos Irmãos na Cauda da Europa

António Justo

O grande poeta Luís de Camões, com a frase “Um fraco rei faz fraca a forte gente” descreveu já no seculo XVI aquilo que se poderá revelar como fadário de Portugal e da Grécia.

A Grécia deixou o resgate da zona euro, da submissão à “troika” dos credores. Desde 2010 recebeu de empréstimos, do FMI e dos países da zona euro, no valor de 240 mil milhões de euros. Muitos festejam tal facto como grande libertação. Uma libertação de facto, mas predeterminada a continuar na pobreza.

Na Grécia acontecerá o que aconteceu em Portugal depois da libertação da Troika. Depois de um duro programa de reestruturação, Portugal pôde deixar o resgate em maio de 2014 – mas atualmente, um em cada quatro habitantes vive no limiar da pobreza. O país precisaria de maior produtividade e de maior concorrência, mas o que realmente acontece é que a distância entre os países fortes e os países da margem é cada vez maior.

Em relação ao BIP em euro per capita , Portugal (17.328,11 €) continua ao lado da Grécia (16.211,31€), tal como no tempo de Salazar (BIP média da Zona Euro: 30.714,65€).

No princípio da crise a dívida grega era de 129 % do produto interno bruto. Hoje, apesar da Troika, a dívida grega é de 180 % do PIB. Como se vê, a intervenção da Troika foi um programa para salvar os credores da Grécia, e não os gregos. Para o ser os juros pagos pela Grécia teriam de ser investidos na Grécia para que trabalho dos gregos não se limite propriamente a servir o capital financeiro internacional.

Entretanto a China comprou portos marítimos gregos, a Alemanha comprou um aeroporto e os serviços públicos são disponibilizado aos investidores dos empresários de países europeus fortes.

O governo Tsipras derrubou um governo de direita que vendia o país aos banqueiros internacionais para como governo de esquerda completar a traição a um povo e a uma nação que mereciam melhores governantes.  A política da austeridade imposta pela Troika impediu o país de investir e consequentemente condicionou-o a produzir para pagar as dívidas. A juventude (mais de metade desempregada, sem perspectivas no país, vê-se obrigada a abandonar o país para ir enriquecer países economicamente fortes.

A política das nações europeias e da EU serve apenas os interesses de corporações mundiais.

Agora, a Grécia, sem a Troica, continuará a ser vítima de interesses económicos mundiais que não têm escrúpulos nenhuns. Os foguetes que muitos deitam aplaudindo a nova situação da Grécia são para uma festa que não é do povo. A Grécia, Portugal, a Itália, a Espanha e muitos outros países europeus encontram-se, sem governos responsáveis e como tal agrilhoados num caminho para a perdição.

Estes são os tempos dos interesses corporativistas financeiros em que os Média fazem de bombos da festa!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

Junto um vídeo do jornal “Público”:

O vídeo onde Mário Centeno aparece todo nu | PÚBLICO

https://www.publico.pt/2018/08/23/politica/opiniao/o-video-onde-mario-centeno-aparece-todo-nu-1841526

In Pegadas do Tempo

A EMPRESA MONSANTO PRODUTORA DO HERBICIDA COM GLIFOSATO FOI CONDENADA

4.000 processos nos USA contra Monsanto

António Justo

Um tribunal norte-americano de S. Francisco condenou a empresa agrícola Monsanto a pagar 253 milhões de euros, como indemnização a Dewayne Johnson com linfoma, que atribuiu o câncro aos herbicidas da Monsanto. O paciente, de 46 anos, encontra-se em estado terminal. Por isso o tribunal apressou-se no julgamento.

O tribunal argumentou que Monsanto não havia alertado suficientemente sobre os riscos de seu produto e  por alegado disfarce  dos perigos que o herbicida Roundup provoca com o ingrediente activo glifosato. Como reacção ao julgamento, os accionários já perderam alguns milhares de milhões de euros nas suas acções. Nos EUA, estão em via 4.000 processos semelhantes contra a Monsanto.

A empresa anunciou recurso.

Bayer e Monsanto argumentam contra com mais de 800 estudos científicos em que se afirma que o glifosato não causa cancro. No entanto, uma agência internacional de investigação do cancro diz que o glifosato “é provavelmente gerador de cancro”.

Quem se aproveita do momento é a BASF, grande concorrente da Bayer. Os custos dos processos e a perda de imagem terá consequências dolorosas para a empresa. Importante é que se investigue no sentido de encontrar novas alternativas.

Monsanto e Bayer são os produtores de glifosato (Roundup). Além de contaminarem, as plantas, os frutos, o solo e as águas, são a causa da morte dos insectos. Morrendo os insectos, morrem muitos pássaros e deixa de haver grande parte da polinização e deste modo se inicia a morte das espécies.

Há anos, quando ia à Alemanha de carro, ao passar pela França e também dentro da Alemanha, o parabrisas do meu carro ficavam todos sujos com os insectos que matava. Agora quando vou a Alemanha o parabrisas pouco se suja! Isto é um mau sinal. A vida implica dor mas o problema é quando esta se dá sem medida! A política tem de acordar!

O aumento das alergias, das doenças cancerosas e outras mais não vêm por acaso; falta um “glifosato” contra as ervas daninhas e contra as atrofias mentais do campo da política.

Num diálogo sobre o tema que postei no Facebook  dizia um amigo: é importante acentuar o que cada um pode fazer (praticar), o que significa, por exemplo: não comprar produtos dessas empresas; não comprar produtos de empresas que usam esses produtos;não votar em políticos que apoiem o uso desses produtos; criar o seu próprio pomar e se possível criar as suas próprias abelhas; deixar de tratar os insectos como se fossem todos iguais e andar menos de carro.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

ABONO DE FAMÍLIA PARA IMIGRANTES DA EU NA ALEMANHA – UM DIREITO A NÃO SER FLEXIBILIZDO

O Presidente da Câmara de Duisburg queixa-se de abusos criminosos

António Justo

Na União Europeia (EU) o abono de família é um direito para alemães e estrangeiros residentes. O primeiro e o segundo filho recebem 194 € cada um, o terceiro 200€ e a partir do quarto 225€, por mês.

A Alemanha paga abono de família a 268.336 crianças da EU que vivem fora da Alemanha, entre estes, 31.500 alemães que vivem fora.

Na Alemanha discute-se sobre a “desenfreada transferência de abono de família para o estrangeiro”. Trabalhadores estrangeiros recebem o abono de família pelos filhos que têm na sua terra.

A Alemanha e a Áustria querem indexar o abono de família ao custo de vida dos respectivos países dos trabalhadores. A Áustria pensa fazê-lo já em 2019. Assim, um trabalhador da Bulgária passaria a receber 20€ em vez de 194€ pelo filho que tem na terra.

Quem trabalha tem direito a abono de família (ou ao subsídio de imposto da criança, kinderfreibetrag) porque este é um serviço de direito ligado aos impostos que se pagam. O trabalhador tem direito ao abono de família pago pelo país onde se trabalha independentemente do lugar onde o filho se encontre.

As propostas de os filhos a viverem fora da Alemanha receberem o abono correspondente ao que o país de emigração paga é abstrusa; mas cuidado, que “pela aragem se vê o que vai na carruagem”.

Câmaras Municipais queixam-se de abusos no abono de família pago a muitas famílias estrangeiras.

O Presidente da Câmara de Duisburg (SPD) queixa-se que em 2012 tinham nos jardins à margem da cidade, 6.000 ciganos (Sinti e Roma) e atualmente são já 19.000 (romenos e búlgaros: na Bulgária o abono de família é 20€ e na Roménia entre 18 e 43 euros). O Presidente, Sören Link (SPD) diz que muitos deles são imigrantes para os sistemas sociais. Na Roménia o salário médio é 715€.

A chefe do SPD, Andrea Nahles anunciou um encontro em Berlim com as cidades afectadas, no dia 27 de setembro.

Para requerer abono de família basta apresentar um atestado de residência da família na Alemanha. O problema é que são apresentados registos de nascimento e certificados escolares falsos.

Naturalmente muitos deles vivem integrados não se podendo criar estereótipos.

A Alemanha paga a factura de ser rica e do seu negócio com a EU. A EU não quer que haja discriminação, mas, de facto, já em 2016 uma Cimeira da EU em Bruxelas decidiu limitações devido à pressão do Reino Unido. Esta decisão só não foi aplicada!…

Numa época em que a Alemanha está interessada em que os refugiados sejam distribuídos por todas a Europa, vem mesmo a propósito uma tal discussão. Esta ameaça pode levar, alguns países renitentes ao acolhimento de refugiados, a mudar de opinião. O que a “razão” não alcança, consegue o dinheiro!

António da Cunha Duarte Justo

In “Pegadas do Tempo”,