Truques para Casamentos forçados de Meninas que vivem no Estrangeiro

ALEMANHA – 200 MULHERES OBRIGADAS A CASAR QUANDO VÃO DE FÉRIAS

Por António Justo
A organização Terre des Femmes chama a atenção para meninas muçulmanas e outras que se encontram na Europa. Famílias utilizam as férias para as “raptar” e casar com algum primo ou outro jovem na sua terra em tempo de férias. Para os pais as férias tornam-se numa oportunidade para anular a inscrição das filhas da escola com o argumento de mudar de escola, começar uma formação profissional ou alegando que a família regressa ao país de origem.

A porta-voz de Terre des Femmes, Myria Böhmecke, refere que, na maioria dos casos, as meninas não sabem o que as espera nas férias. Muitas vezes têm “um ligeiro pressentimento do que poderia acontecer dado, em casa, se falar mais frequentemente sobre um primo” ou que os avós se encontram muito doentes ou que se festeja o casamento da prima mais querida. Uma vez no país de férias, é-lhes tirado o passaporte e o telemóvel. Assim não têm hipótese de pedir auxílio. A porta-voz da organização aconselha: em casos de dúvidas as jovens devem fazer cópia do passaporte e ter dinheiro consigo e um segundo telemóvel.

Na Alemanha em 2014 houve cerca de 200 mulheres jovens que se dirigiram à Terre des Femmes porque foram forçadas a casar ou porque receavam vir a sê-lo (Cf. HNA 2.08.2015). Atendendo aos pedidos de auxílio registados num ano na organização Terre des Femmes é de imaginar a grande quantidade de casos não registados. Há meninas que não têm mais de 13 anos e já se encontram nesta situação. Famílias exercem chantagem sobre as filhas chegando mesmo a exercer violência maciça sobre elas.

A porta-voz da organização diz que um estudo mostrou que 3.443 casos de mulheres por ano se encontram em risco iminente de casamento forçado ou que se vêem obrigadas a realizar casamentos forçados.

Tais coisas acontecem em sociedades onde o homem está sobre a mulher e a mulher é considerada propriedade do homem ou da família. A implementação da presença feminina nas sociedades patriarcais dará a estas sociedades potencialidades de futuro inestimáveis. Nas mulheres estão latentes as forças necessárias de desenvolvimento, da renovação e da revolução que têm sido mantidas em banho-maria nas sociedades patriarcais.

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Publicado por

António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

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