Rússia e China – O Eixo da Política do Séc. XXI?

UCRÂNIA ENTRE IMPERIALISMO RUSSO E OCIDENTAL

António Justo
A Ucrânia, tal comos a região das Balcãs, na primeira grande guerra mundial, dá ocasião ao surgir de uma nova configuração política das potências determinadoras do futuro no séc. XXI.

A Rússia, ao ser contrariada pelos interesses da EU/NATO na Ucrânia, demostra ostensivamente a sua reivindicação ao direito de ser reconhecida como potência mundial; para tal vira-se para a China e para a América Latina em oposição à política dos países da NATO. Utiliza uma estratégia própria na combinação oportuna de “ vendas de armas, instalações militares e grandes projetos econômicos, de infra-estrutura e de energia”. A nova estratégia de parceria com a China pode mudar o eixo axial da política no séc. XXI. O negócio entre a Rússia e a China da construção da conduta para fornecimento de gás à China e a construção de um canal transoceânico da Nicarágua como alternativa ao canal do Panamá, são passos que indicam determinação no sentido de as duas potências se unirem num projecto comum.

Ao avanço da presença do Ocidente ao longo das fronteiras da Rússia e na Ucrânia, a Rússia contrapõe a sua presença, como potência mundial, na América Latina.
A presença política arrasta consigo o negócio. Então, países como a Alemanha aceitarão o desenrolar natural dos acontecimentos e orientar-se-ão pelo brilho do negócio. Esta ofensiva económico-estratégica revela-se tão desesperada que pode determinar a divisão da Ucrânia.

Piora o clima entre as potências mundiais logo surgem centros ciclónicos devastadores das mais belas paisagens e dos mais belos biótopos culturais. Por trás das ventanias que arrasam florestas e destroem a bonomia do clima entre amigos e familiares, encontram-se interesses políticos, económicos e estratégicos. Quem aspira a mais organiza-se em grupos de interesse porque sabe que no governo ou na oposição sempre se recebe mais do que no seio do povo.

Os grupos da Ucrânia, agora divididos e guiados pelas forças de ventos invisíveis, a modo das árvores no vendaval, batem-se uns contra os outros à mercê dos centros ciclónicos do poder. Os que se querem orientar pela Europa e os que preferem seguir a Rússia. Em nome da soberania popular dá-se a redistribuição de poderes e influências.

A Ucrânia, o maior país da Europa, tem 44,6 milhões de habitantes sendo 77,8% de etnia ucraniana e 17%, de russos e romenos está em perigo de ser dividida. O povo ucraniano já foi vítima do genocídio provocado por Estaline que vitimou milhões de ucranianos e da ocupação nazi que matou muitos milhões de pessoas, sofre as consequências de se encontrar como fronteira de dois imperialismos: o russo e o ocidental.

Quem pensa em termos humanos e de povo é contra a intromissão estrangeira; quem pensa em termos estratégicos e de poder compreende a luta das potências: uns a favor dos russos, outros a favor do ocidente.

Um país sobrano deveria ter a possibilidade à autodeterminação.

Uma Alemanha interessada em acordos de comércio com o leste, uma EU interessada num acordo de associação, e uma federação russa amedrontada, não são indícios de bons resultados para a Ucrânia; a Rússia sente-se ameaçada economicamente pela EU, militarmente pela Nato e socialmente pelos valores ocidentais de liberdade e democracia. A UE defende os seus interesses económicos e estratégicos na Ucrânia argumentado hipocritamente de pretender a salvaguarda dos direitos humanos e de um Estado de Direito. Infelizmente não usou da diplomacia para saber antepor-se aos combates armados entre a população ucraniana nem teve em conta uma Rússia traumatizada pela queda da União Soviética. A Rússia tem os mesmos interesses na Crimeia e nas zonas orientais da Ucrânia como os ingleses no Gibraltar e nas ilhas Malvinas…

Uma Ucrânia endividada até à garganta com a dívida do gás e quase na bancarrota. Deve à Rússia 2,6 mil milhões de Euros pelo que Putin tenciona, a partir de Junho, só fornecer gás à Ucrânia a pronto pagamento. Até à ocupação da Crimeia vendia o gás à Ucrânia 30% mais barato, devido à Ucrânia permitir lá a base russa.

A Ucrânia, depois das eleições de 25 de Maio, irá ter de compreender amargamente a frase de Bismark: “Estados não têm amigos, apenas têm interesses”.

As missões de observação eleitoral da OSZE julgarão sobre o decorrer das eleições. Depois delas surgirá a discussão sobre quem as reconhece e quem não. As eleições não conseguirão o problema da Ucrânia que nela resume o conflito entre a Rússia e o Ocidente e entre população pro-Rússia e pró-EU.

A Rússia é o maior país do mundo mas nas suas infraestruturas, é de facto, em grande parte, um país de terceiro mundo.

O futuro irá aproximar ainda mais a Rússia e a China até por razões de afinidade na defesa da integridade territorial e devido à sua extensão e aos povos separatistas.

No séc. XIX combatiam-se os estados, no séc. XX as ideologias e no século XXI combater-se-ão as culturas. Com a queda da União Soviética (1998) acaba-se o mundo bipolar para se iniciar a multipolaridade. Das guerras passar-se-á às guerrilhas; na formação de novas constelações, a guerrilha muçulmana tem-se mostrado a única arma estratégica eficiente contra a prepotência da guerra económica. Livre-nos Deus desta perspectiva real para o futuro.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu
antoniocunhajusto@gmail.com

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

4 comentários em “Rússia e China – O Eixo da Política do Séc. XXI?”

  1. Interessante análise do sr. Antônio Justo.
    No fundo, países agem como pessoas. Movimentam-se conforme seus interesses pessoais. Também nesta lógica é importante que Portugal , Brasil, Angola e demais países lusófonos desenvolvam sua própria expressão comum internacional. Note-se que isso sendo feito, teremos condição real de resistirmos ao jogo internacional, com inteligência interna. Não que eu tenha como desejo um grupo com características hegemonizantes, imperiailistas, como parece ser a lógica hoje reinante. Mas se conseguir-mos uma comunidade forte o suficiente para não se deixar levar nesta rede de intrigas internacionais, que no fundo visa o bem estar apenas de seu proponente, já teremos avançado bastante.
    Para o Brasil, é fundamental a visão (e compreensão) deste jogo, qualidade na qual Portugal por seu posicionamento geo-estratégico (encontra-se na outra extremidade dos interesses da EU/NATO) tem muito com que contribuir no amadurecimento deste entendimento. O Brasil tem em qualquer jogo papel importante, pois possui grande economia, território e população, mas não possui, ainda, um amadurecimento em nível de orientação de política externa de longo prazo e independente de governos (politica de Estado), baseando-se apenas em conceitos genéricos ( exemplo: Principio da não intervenção).
    Quanto a possibilidade de grandes conflitos, não vejo isso, pois a industria de armas já disponibilizou para a maioria dos paises muito equipamento com alto poder de destruição (o que em parte dificulta o envolvimento de um número grande de países em um conflito), mas concordo que a possibilidade de inumeros conflitos “contidos” em um espaço geográfico (exemplo: Síria), tendem a acontecer com muito mais frequencia, principalmente se observar-mos que a ONU não consegue ser eficaz na resolução de tais conflitos (tudo acaba no tal conselho de segurança que é o mesmo do final da segunda guerra e que resiste bravamente a qualquer inclusão de novos membros).
    Mas, faz parte do avanço civilizatório, ora se avança, ora recua. Não percamos as esperanças de um mundo melhor.
    Saudações aos participantes,
    Vilson
    In Diáologos Lusófonos

  2. Lo quem el pueblo de la Russ una nación de gran puerte mundial, transporta tus valores cuturales tecnologíc por el mundo globalizado, num tiempo de muchas oportunidad comerciales, ten una pretencion por la dominación de regiónes global nasca ou la alca, e en Mescosul. Quanto la propuesta del dominio Russ por la Ucrania, es lo factores de la derocada, del poder liberalis del comunistas dun poder democratizado por la PERESTROIKA, del Mikail Gorbachov. Pero quem non recuerda de las mudanzas realmente edificadas por las Glasnost, in otubro de 1987, onde la Russ mudou sus concepto socialistas elevando-se para una rota del desenvolvimiento globalizado. Entonces, hoje nesta nova era, los pulitiburos de la era passou por una reformulación política sorprendeno los gobiernos mundial quy hagora temem acompaña las ondas del choques sociales culturales, espirituales, económicos, científicos de una umanidad yn evaluación. Gracias por la oportunidad. Yo soy Elmo Pereira da Silva. São Paulo Brasil. 24/12/2014. capacete-48. feliz natal.

  3. FELIZ NATAL E UM PROSPERO AÑO NUEVO. ÉIS QUY DIREPENT LO MUNDO DESMORONSCE E ABRE-SE UNO ABISMO POR LA NOCHE. QUY FARIAMOS. ESTAMOS AINDA EN EVALUACIÓN. LA UMANIDAD ESTÁ ANEXO AO DESPOTISMO CAPITALIZADO, PELAS MINORÍAS BURGUESAS, QUE DETEM LO PODERÍO DE LAS CIENCIAS, TECNOLOGÍA, ADMINISTRACIÓN MUNDIAL DE LAS MASSAS HUMANS QUY DESARROLLOU IN LOS SECULOS, CRUZANDO LOS OCÉANOS E HOJE POR LA PONTE AERIA CRUZAM LOS CONTINENTES DE FORMA LIBERAL SEN EMBARGO TRANSPORTANDO FLAGELO E MEDOS, SOFRIDO IN LOS SUFRAGIL DE LAS REVOLUCIÓNS IN LA ASIA, EUROPA, ARABIA, ÁFRICA, E LAS AMÉRICAS. LO AÑO DY 2014 ESTA TERMINANDO. DEIXANDO UNA LACUNA DE PENDENCIAS POR TODOS LOS PAÍSES. ESTAMOS EVALUANDO. PARABENS Sr: Antonio justos por estes momentos de reflexión. Que 2015, seja um año dy victoria, paz, amor, fraternidad entre los pueblos y los gobierno mundial. Postado por Elmo Pereira da Silva, in 25/12/2014 São Paulo City. PAZ, PEACE, PAX, SHALON, AXÉ.

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