PORTUGAL ATAFEGADO COM O FUMO DOS FOGOS E DA CORRUPÇÃO

O Eucalipto é gasolina na floresta e fonte de emprego e rendimento: UMA PROPOSTA

Por António Justo

No rosto das populações, vê-se o desespero e o medo perante a catástrofe da sua terra a arder. Portugal anda a arder  no corpo e na alma, levado por ventos de interesses vindos de fora, de longe da terra e da razão. Pela reacção de políticos, chega-se mesmo a ter a impressão que tudo fala e age sem ter nada a perder. A fauna e a flora sofrem e com ela o povo sofre também sob o destino da incúria instalada.

Por onde anda o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento…

O MAFD teria a obrigação de implementar e co-financiar a indústria de recuperação dos resíduos da limpeza das florestas e de madeiras com fundos próprios e da União Europeia. As florestas ocupam mais de um terço do território nacional. A limpeza das florestas tornar-se-ia rentável e reduziria imensamente o risco de incêndio e de dependência energética se o Estado fomentasse economica e programaticamente o engajamento cívico das cidades e municípios no aproveitamento ecológico de resíduos vegetais.

Os resíduos da limpeza das florestas e dos desperdícios da indústria da madeira podem ser utilizados para sistemas de aquecimento biomassa e pellets (uma forma de energia absolutamente limpa); o seu fomento, pela política em colaboração com associações patronais e camarárias, criaria imensos lugares de emprego na província e tornaria Portugal mais independente da importação de energias. Uma outra política corresponderá a implementar a indústria de fogos.

A Alemanha fomenta economicamente “Aldeias com bioenergia” implementando a criação de corporativas de serviços industriais com a finalidade de tornar rentável o ‘lixo’ e aproveitar para abastecer as cidades e aldeias com a bioenergia verde ou para produção de pellets. Em vez de criticarem os alemães, os políticos portugueses deveriam ir à Alemanha para aprenderem como fazer para terem um povo bem alimentado e sem necessidade de se andarem a queixar dos outros. Se os políticos portugueses tivessem a coragem de aprender para servir o povo português, Portugal transformar-se-ia numa Suíça do sul.

Não há orçamentos gratuitos e menos ainda num país em que “o trabalho voluntário é uma treta”; isto, dito por uma política irresponsável (Catarina Martins) que deveria fomentar e agradecer o máximo possível o honroso e enriquecedor serviço de todos os que prestam trabalhos voluntários.

O vermelho dos fogos de um Portugal a arder é um sinal de alerta a amarelos, laranjas e vermelhos para acordarem. O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais não pode esgotar-se no apoio aos bombeiros por muito auxílio que estes precisem… não chega o anúncio de medidas com mera intenção para efeito de tranquilizar o público. O Estado falhou e falha sistematicamente se temos em conta o resultado da acção política portuguesa.

Vantagens e desvantagens dos eucaliptos

Assiste-se à exploração latifundiária da floresta a transformar-se em monocultura tal como se dá na agricultura em plantações de cultura extensiva de batata, cereais e também na exploração das espécies animais e na exploração das entranhas da terra.

Segundo VISAO Portugal é o país na Europa com maior área plantada de eucaliptos: 812 mil hectares o que corresponde a 8% da área de Portugal e a 26% de toda a área florestal e proporciona uma grande receita económica para o país a nível de exportação. 1 m3 de biomassa de eucalipto rende mais que qualquer outra árvore e traz grande lucro até à idade de 8-9 anos (faz lembrar a industrialização dos frangos!). A indústria de celuloses, de cosméticos e de farmacêuticas, fomentam a expansão do eucalipto.

O eucalipto, a acácia e a mimosa, onde se encontram, comportam-se de maneira agressiva contra os seus semelhantes vegetais e se não forem controlados transformam-se na ruina da flora. Mais que fazer guerra emotiva e gritar contra o eucalipto ou contra isto ou contra aquilo, o importante é criar medidas racionais que possibilitem a melhor convivência e o proveito de todos.

Os eucaliptais esterilizam o terreno e facilitam a erosão. Fazem lembrar outros biótopos humanos: onde se implantam não deixam vingar outras culturas.

No país onde a raiva impera e a razão política definha

Vivemos em tempos barbáricos em que a exploração da natureza através dos recursos fósseis, das monoculturas e do povo se tornou normalidade. O problema está mais numa política florestal que falha e falta devido a uma mentalidade política autista perdida no dia-a-dia que não descobriu ainda as imensas possibilidades económicas da floresta deixando-a à deriva de interesses descontrolados.

O Portugal da província fica demasiado longe de Lisboa! Tudo continuará a acontecer como nos anos passados, conversa em vão, se por trás das tentativas de solução não houver um conceito económico rentável para todos; enquanto em política uns se sentirem de férias e outros a olhar para São Pedro, Portugal continuará à espera e a repetir-se de período eleitoral em período eleitoral.

Portugal a arder sem que surja mais luz; um país de terra queimada, sem aproveitar os recursos que tem, sem faixas corta-fogo, deixa a solução do problema a empresas de aviões que ganham com o fogo.

Acabaram com a guarda-florestal, deixaram a FAP e o pessoal especializado de combates aos fogos nos quarteis, não criam espaços livres corta-fogos nem regulam, de maneira racional e rentável, a economia florestal. Com os fogos ganha muita gente: comerciantes, construtores e os fumadores de corrupção.

Há incentivos económicos para o fomento dos incêndios: madeireiros pagam um terço pela madeira queimada e que se aproveita na mesma para a produção de celulose; os fogos também fomentam a exportação da celulose, fomentam a urbanização de terrenos ardidos e muitos outros interesses escondidos.

Qual a razão por que os Governos em cumplicidade com o Parlamento acabaram com os cantoneiros, com os guardas florestais, com a Forca Aérea das Forças Armadas e com os seus aviões especializados para combate de incêndios? Fazem política para os seus, o pessoal engravatado das 35 horas e compram submarinos para que os nossos políticos possam sentir-se mais bonitos na Nato e iludirem a imagem, que dão ao estrangeiro, de incompetentes de fato polido e gravata empertigada, que não sabem sequer ter as contas em dia nem alimentar o próprio povo que obrigam a emigrar?

Os fogos nos nossos montes e vales e os fumos que nos atafegam já chegam tão alto como as labaredas da corrupção nos lugares altos do Estado e dos ministérios.

O corpo e a alma de Portugal andam, já há muito, a arder: no corpo as labaredas do fogo, na alma as labaredas da corrupção. O povo, tal como a natureza, mantem-se em atitude de espera, enquanto umas e outras labaredas se renovam.

A grande ilusão deste país é pensar que a solução dos problemas virá da direita ou da esquerda e não do trabalho produtivo da iniciativa privada e do Estado! Há interesses instalados que fazem lembrar Nero a estimular a veia poética no ver o espectáculo de Roma a arder e no ouvir as vozes dos cidadãos a discutir sobre bodes expiatórios!

António da Cunha Duarte Justo

 

 

NA CAÇA DOS POKÉMONS – UM JOGO QUE FASCINA E PROMETE

Com um olho na realidade e o outro no mundo virtual

Por António Justo

Jogadores do “Pokémon Go”, à medida que caminham, coleccionam criaturas virtuais no seu Smartphon. Actualmente, os programadores do jogo puseram 151 figuras virtuais em marcha. O jogador pode aprisionar, combater, e treinar as figuras virtuais.

A Necessidade cria o Órgão

Como em tudo o que é vivo há movimento, movimento afirmativo e negativo, na procura de um equilíbrio que só o sonho satisfaz.

Na ordem natural das coisas a necessidade cria o órgão e as necessidades actuais criam os seus. Os criadores de jogos de internet notaram que não seria saudável que os seus utentes passassem o tempo corporalmente inactivos a treinar apenas as qualidades digitais e as células cinzentas lúdicas dentro do seu quarto. Os prisioneiros de sofá/Internet também têm necessidade de cor, de movimento e de conhecerem as regiões onde vivem e ter encontro com pessoas de carne e osso; a carência estimulou a criatividade de programadores que conceberam um jogo adequado à necessidade de exercício físico e que leva a juventude a espreguiçar-se por onde antes só se viam turistas. Num mudo cada vez mais dirigido, o “Pokémon Go” tornou-se num achado.

O “Pokémon Go”

O jogo “Pokémon Go” possibilita aos seus utentes fazer as suas caçadas de Pokémon através da natureza e deste modo fazerem algo pela saúde e pelo bronzeamento de uma pele já demasiado esbranquiçada pelas luzes de néon.

Puxadas pelo jogo, pessoas de todas as camadas sociais, movimentam-se por montes e vales. De olhar fixo no visor do Smartphon lá vão elas na caça às criaturas virtuais. Por vezes também dão de caras com olhares escusos ou até de troça pela outra legião que faz parte das massas dos que engordam a taxa de sucesso das transmissões de TV. “Pokémon Go” é um jogo que fascina; o efeito de surpresa, aliado à aventura bem como a sensação de se conseguir algo, aumentam o grau de satisfação e a impressão de se ter sucesso.

No meio de uma sociedade cada vez mais ensimesmada e com menos perspectivas reais o Pokémon apresenta a vantagem de unir o mundo real ao mundo virtual e de colocar a malta em peregrinação à procura de comunicação. Cria vida partilhada e recriação de tempos livres num meio ambiente compartilhado que não se limita a relvado para jogo e pode apontar para outras necessidades da alma.

Aí andam eles com um olho no visor do smartphon e outro na realidade. Assim se distraem e se mostram como seres visivelmente comunicativos numa sociedade virada para a ilusão.

Não adiar a vida perdendo-se em vivências de ocasião

O problema não está na internet nem no Pokémon Go; o problema surge no momento em que o jogo ou a internet ocupa demasiado tempo da vida e pode distrair a vontade. Do que me é dado ver, na contemplação da cena, noto que muito jovem corre o perigo de se distrair da vida real, de não pegar nela pela frente, com vontade própria, nem estabelecer metas concretas para a vida real.

A vida real passa a ser ameaçada quando se dedica mais tempo e interesse ao jogo do que aos afazeres (trabalho, escola, universidade) e quando se passa a ter como fonte de satisfação da vida prazeres e metas virtuais em vez de prazeres e metas físicas, individuais, sociais e espirituais. Os jogadores têm de estar atentos para não se tornarem prisioneiros do jogo e de um circuito fechado de amigos (gueto), todos eles mais ou menos iguais, prontos a aplaudir o parceiro, que com isto oferecem um reconhecimento social, que periga por poder substituir o reconhecimento e auto-satisfação que viria do seguimento de uma vocação ou profissão. (A este respeito pode clicar em Pegadas do Tempo: Riscos do crente ad hoc). “Unum facere et alium non omittere”!

Quem mais ganha com o jogo: Nintendo com cerca de 10% das receitas (= um milhão de € diariamente); os que mais ganham são: Niantic com 30%, Pokémon com 30% e Apple e Google com 30%.

Desde que Pokémon Go foi lançado, nos Estados Unidos, em 6 de julho de 2016, o jogo tem alastrado por todo o mundo. Há locais, firmas e instituições onde se registam incómodos com a grande afluência de jogadores nas suas áreas.

António da Cunha Duarte Justo

UM EXEMPLO DE ÉTICA REPUBLICANA SOCIALISTA APLICADA – GOVERNO ABSOLVE A CORRUPÇÃO

Governo envolvido em corrupção com 3 Secretários de Estado considera o “caso encerrado”

Por António Justo

Os Secretários de Estado, Rocha Andrade, João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira do governo socialista António Costa, foram assistir a jogos do Europeu a convite e à custa da GALP! O Governo em vez de demitir os seus representantes, torna-se cúmplice com eles ao considerar o “caso encerrado” ( observador ); para continuar a enganar o povo, promete fazer um “código de conduta” moral, como se os privilegiados da república não precisassem de se submeter a leis mas apenas a recomendações morais da classe. De facto o Governo Geringonça concretiza uma ética republicana à portuguesa num imbróglio, do qual tem bem vivido uma elite “esclarecida „formada nas pegadas do Marquês de Pombal e fomentada principalmente pelos homens do avental a agir a partir das cavernas da república.

O SEAF justifica a “boleia” recebida com o argumento do povo corrupto e dos costumes

É especialmente grave o facto de o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, se ter aproveitado da “boleia” da GALP apesar de a pobre GALP, que o convidou, andar em conflito com o Estado por dever ao fisco 100 milhões de Euros. E o SEAF ainda não se demitiu nem o governo se incomoda com os estragos porque, na sua autossuficiência esclarecida, sabe que um republicanismo esquerdista tem o povo bem açamado e, como tal, sem alternativas. Esta atitude mostra que o espírito corrupto é considerado normalidade no republicanismo português.

Pior ainda, o SEAF, como diz a Sábado, considerou “com naturalidade, e dentro da adequação social, a aceitação deste tipo de convite”. Em texto claro diz: o que fiz é legitimado por um povo corrupto como eu porque, o que fiz, fi-lo “dentro da adequação social”.

Num país em que se passa, sem mais, de altos cargos públicos para o privado e em que a promiscuidade entre política, PPPs/ privado são factos, isto é apenas a ponta do iceberg da corrupção e da irresponsabilidade pública, que não conhece conflitos de interesses. Num outro estado democrático, a consequência seria a demissão imediata. Imagine-se o descaramento cínico do Secretário ao dizer que vai reembolsar a empresa pagando as despesas! A maior tragédia está ainda no facto da grande maioria da esquerda estabelecida assumir a posição do roto a apoiar o esfarrapado! Meu Deus, tanta inocência saloia a viver de coutadas ministeriais e a comportar-se de modo anti-social “como elefantes em loja de porcelana”!

Sinal da corrupção institucional: Todos os partidos não terem exigido a demissão

A distância entre a boleia e a demissão é o espaço que fica entre a corrupção e a honra!

Em política “as coisa não são o que são” e menos ainda o que deveriam ser. Por isso, os seus beneficiados só aceitam a moral passada pelos moinhos do partido ou da loja.

Alguns comentadores e estrategas da loja não vêem com bons olhos a discussão do caso considerando a demissão do SEAF um assunto reservado ao Presidente da República, “o único que teria competência para tal!” Esta, como a criação de um “código de conduta” não passam de uma tentativa para reduzir a ética do acto a um assunto a resolver entre políticos; isto é baixo e de mau gosto, equivaleria a partir-se do pressuposto que a política vive no gueto sendo já de si corrupta, ao perder a noção da realidade e dos factos e ao fabricar os próprios códigos éticos em proporções partidárias; ignorar o sucedido não passa de uma desculpa de mau pagador com uma mentalidade que confunde o cargo público com o privado (Um acto cometido no foro político tem muito mais gravidade do que no foro privado!). A única postura possível para Rocha Andrade e quem mais aproveitou da “boleia” seria a demissão, se vivêssemos num país acordado e de olhar menos fixo na manjedoura.

O que fez o SEAF e seus colegas não é mais do que o que fazem certos dignatários, ao fazer-se convidados por secções do partido, onde se chega a fazer até viagens com fins privados, receberem ajudas de custo e deixarem-se ainda pagar o jantar pela secção do partido ou por alguém em princípio de carreira!

O problema nacional está na falta de civilidade que se alimenta da falta de honestidade, da falta de prestígio e de honra! A gravidade da questão torna-se crónica quando tais factos passam pela opinião pública e são percebidos como coisa natural, reduzível a um problema de explicação ou de justificação, e como tal sem efeitos.

Oportunistas e medrosos não gostam de jornalismo crítico

Muitos amigos do taxo e da esquerda radical, sentem-se incomodados com a crítica pública surgida. Reagem culpabilizando os Media por terem colocado a questão à luz do dia, quando poderiam ter calado, como têm feito outras vezes!

Temos um país de elites autoritárias e paternalistas que, na tradição portuguesa república de fundo mafioso, reservam para si a crítica, a moral e o decidir. A arrogância é tanta numa esquerda incomodada que considera a colocação do caso na discussão pública como um acto de “atirar de ossos para a matilha”. Esquecem que uma classe política, seja ela de esquerda ou de direita, que só tenha “ossos para atirar à matilha” (povo) já não tem por onde se pegue, porque de democrática não tem nada.

Os donos do burgo vão atirando os seus ossos enquanto saboreiam a carne e ainda são tão cínicos e autistas que se sentem incomodados pelo barulho que o povo faz ao terrincar os ossos.

Quando os beneficiados da política consideram a crítica pública ao caso como um “achismo” subjectivo e acham que a competência crítica e a decisão de demissão deveria ser reservada ao PR, tornam-se coniventes com os seus, metendo o presidente onde ele não é chamado. Entretanto o Governo comprometeu-se aprovando o suborno de pessoas públicas (um “delito de cavalheiros”!).

É natural que cada qual acha com a sua acha, mas o que é escandaloso é que aqueles que vivem das achas do Estado se achem no direito de reservarem o machado da razão só na defesa da sua acha. Na crítica que a esquerda faz à crítica pública pretende tirar a legitimidade de crítica ao cidadão para, a jeito autoritário, a submeter aos órgãos dos comprometidos no sistema (ao código da sua ética!). Não se contentam com o proveito, querem continuar a ver a voz da ética pública reduzida à competência dos beneficiados do regime republicano jacobino dominante.

A moral do ministério quer lavar descaradamente umas corrupções em nome de outras! Por isso, cargos políticos cada vez se tornam menos atractivos para pessoas sérias. Especialmente na política encontra-se gente com mãos para tudo, mas coitada, sem força para as pôr na consciência.

É sintomática a argumentação de quem justifica a corrupção dos seus com a corrupção cometida pela outra parte. Os corruptos encontram-se sempre em boa companhia e sabem-se protegidos pelos seus “meninos do coro” contra os meninos do coro do outro lado, como se ética e responsabilidade política se deixassem reduzir a uma cantiga! Na chuva da corrupção quem se molha com ela são sempre os outros ou quem não tem o guarda-chuva do poder ou da instituição.

Em Portugal temos corporativismos de branqueamento da corrupção onde cada grupo lava a sua roupa suja mas sempre no tanque do outro! A culpa justifica-se com a culpa e consegue viver bem da culpa alheia.

O governo geringonça fortalece o consenso que no serviço público a honestidade não entra ao serviço. Ao cidadão pertence a análise e a crítica pois dele depende a consciência nacional que fundamenta a competência para julgar o assunto, doutro modo, a competência é alienada em favor de interesses individuais e sectários.

A exigência da demissão de Rocha Andrade e dos colegas cúmplices é uma questão de ética e de civilidade e um sinal de que no país ainda há gente que não quer dar continuidade à corrupção

António da Cunha Duarte Justo

GOVERNO PORTUGUÊS APLICA LEI DE CONFISCAÇÃO DO SOL CONTRA A QUALIDADE DE VIDA

Casas com boa exposição ao sol são agravadas no imposto IMI até 20%

António Justo

Casas com meios de transporte públicos à porta, casa com boa exposição solar poderão ver o seu IMI aumentado. O Artigo 43º (1) contempla um imposto para casas com localização excepcional, “quando o prédio ou parte do prédio possua vistas panorâmicas sobre o mar, rios, montanhas ou outros elementos visuais que influenciem o respectivo valor de mercado”: https://sites.google.com/a/pttax.net/imi/cimi/vi-do-valor-patrimonial-dos-predios-urbanos/artigo-043 . O imposto municipal (IMI) pode incidir nas regalias que a natureza distribui gratuitamente; a boa exposição ao sol pode agravar até 20% o imposto IMI; a localização sombria pode desagravar até 10%. No meio de tanto cinismo e despudor só há que esperar o bom senso dos municípios.

A aplicação dos critérios do artigo 43 torna-se numa medida de incentivo à construção precária. As novas construções, para se tornarem menos caras, terão certamente de evitar varandas e terraços… Quem pagará as persianas para impedir o calor? Qual será o benefício para as casas viradas à ventania e à chuva embora com boa exposição ao sol. Quem paga o bolor e o mofo e os dias chuvosos em que não há sol?

O Estado já quebrou mais impostos a quem comprou em lugar de construção mais cara.

Um desabafo: A Governança colocou o povo à caça de gambuzinos

Imagine-se que a EU determinava que os países do Sul, por serem mais soalheiros, deveriam pagar mais contribuições à Comunidade! Na lógica do governo português seria legítima a cobrança de imposto do privilégio soalheiro!

Esta é uma medida de comunismo a entrar pela porta do cavalo em casa de um povo distraído e cada vez mais reduzido a “proletário”. Este socialismo até das regalias da natureza se quer apropriar para concretizar o seu conceito de igualdade pois tudo o que cheire a qualidade é suspeito ou monopólio reservado à nomenclatura. Qual a razão por que temos em Portugal uma esquerda tão bem alimentada pelo Estado mas tão vesga, invejosa e radical que não suporta sequer que o sol seja de graça! Será que só tem para disponibilizar o que rouba ou o que herda, nada entendendo de empreendimento nem de trabalho produtivo? A ideologia jacobina tem investido no desconforto não tolerando o conforto de quem trabalha e paga já demasiados impostos. Na sua função militante implementa uma sociedade proletária dependente só do Estado, esquecendo que uma das missões do Estado civilizado é possibilitar a felicidade do cidadão. Os critérios da sua orientação encontram-se invertidos ao terem como padrão a infelicidade.

Também aqui se nota o conceito de igualdade da esquerda radical equacionada no governo Geringonça; esta é a realidade que avassala um povo colocado à caça de gambuzinos.

Os chupistas do regime formam uma casta sem moral, sempre à caça dos impostos. (Cf. Dívidas e cultura cooperativa: https://antonio-justo.eu/?p=3261)

Estamos mesmo arrumados neste mundo de oportunismo interesseiro em que uns nos confiscam o sol e os outros o trabalho. A vida cada vez parece estar melhor para sanguessugas que viverem dos postos sobranceiros do Estado e se comprazem em levantar impostos não se preocupando em fomentar a rentabilidade nem o trabalho produtivo. Que esquizofrenia esta, de um Portugal com tão bom sol e boas gentes mas com políticos parasitas sem bom senso nem respeito por quem trabalha!

Os parasitas da governança vivem bem à custa da crise e dos impostos mas, com tal actuar não passam de pessoas frustradas e cínicas que sentem satisfação em ferirem a inteligência e em frustrarem o povo. A corrupção do pensamento chega a ser mais dolorosa para quem pensa do que a degradação e a entropia de que os corruptos vivem.

Encontramo-nos num estado tal que parece já não haver lixívia que consiga lavar a democracia!

António da Cunha Duarte Justo

 

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 2016 NA POLÓNIA

Francisco I pede à juventude para interferir na vida

Por António Justo

A Jornada Mundial da Juventude 2016, de  26 a 31 de julho na Polónia, terminou com uma missa campal onde participaram 2 milhões de pessoas. Os habitantes de Cracóvia hospedaram em suas casas e em escolas, durante seis dias, mais de meio milhão de jovens peregrinos vindos de mais de 180 países.

As cinco mensagens do Papa em Cracóvia

Mensagem da mobilização: Os jovens aclamavam o papa como se fosse uma estrela pop. O Pontífice convidou-os a deixarem o “sofá da felicidade”. “A verdade é outra: queridos jovens, não viemos a este mundo para vegetar, para passá-la comodamente, para fazer da vida um sofá no qual adormecemos. Ao contrário, viemos para deixar uma marca”.

Mensagem da solidariedade com os refugiados: O Pontífice apelou aos Estados para “a prontidão para receber aqueles que fogem à guerra e à fome” e cujos direitos fundamentais foram roubados e como tal precisam da nossa solidariedade. O governo de Cracóvia não terá gostado muito destas palavras do Papa, dado, até agora, com medo a importar terrorismo, só estar disposto a receber perseguidos cristãos.

Mensagem do silêncio: A sua atitude de silêncio na visita ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau tornou o mundo atónito. As imagens do seu andar através dos areais da morte calam fundo; nele o silêncio do sofrimento peregrinava com ele como que num eco de tanta violência e injustica ainda hoje continuada. Em Auschwitz o silêncio grita! No fim do seu deambular, Francisco I escreveu no livro de visitas: “Senhor, perdoai-nos tanta crueldade”.

Mensagem da rebelião: “Queridos jovens, não viemos ao mundo para entrar em vegetação, para nos tornar confortáveis, para fazer da vida um sofá que nos embala”.” Interferi, levantai a vossa voz, não sejais enfadonhos, nenhuns Couch-Potatoes”. “Eleitos são todos aqueles que estão dispostos a partilhar a sua vida com os outros”.

Mensagem de Paz: “Não queremos vencer o ódio com mais ódio, vencer a violência com mais violência, vencer o terror com mais terror. A nossa resposta a este mundo em guerra tem um nome: chama-se fraternidade, chama-se irmandade, chama-se comunhão, chama-se família.” Deus sonha na nossa vida, em nós e connosco”. “Provavelmente, o sofá-felicidade é a paralisia silenciosa que mais nos pode arruinar; porque pouco a pouco, sem nos darmos conta, encontramo-nos adormecidos, encontramo-nos pasmados e entontecidos enquanto outros – talvez os mais vivos, mas não os melhores – decidem o futuro por nós.”

Desafio à juventude: construir uma “nova humanidade”

Numa linguagem adaptda aos jovens Francisco disse: “Confiem na memória de Deus: a sua memória não é um disco rígido que grava e arquiva todos os nossos dados, mas um coração cheio de compaixão, um que encontra alegria em apagar em nós cada traço de maldade”. “Façam download de um bom coração”. O pessimismo é “um vírus que infeta e bloqueia tudo”. O roteiro é o evangelho um verdadeiro “browser para as estradas da vida.”

 “Esta é a guerra! Não tenhamos medo de dizer esta verdade: o mundo está em guerra, porque perdeu a paz”.  “Uma só palavra gostaria de dizer para esclarecer. Quando falo de ‘guerra’, falo de guerra seriamente, não de ‘guerra de religiões’. Existe guerra de interesses, existe guerra pelo dinheiro, existe guerra pelos recursos da natureza, existe guerra pelo domínio”.

“As pessoas podem apelidar-vos de sonhadores, porque acreditais numa nova humanidade, uma que rejeita o ódio entre povos, uma que recusa olhar para as fronteiras como barreiras e preserva as suas tradições sem ser egocêntrico ou tacanho.”

Enquanto uns trabalham na construção de muros, os melhores trabalham na construção de pontes. A próxima Jornada Mundial da Juventude realizar-se-á no Panamá em 2019.

António da Cunha Duarte Justo