DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES – VALE A PENA LUTAR

Luta por uma Matriz mental e social integradora da Masculinidade e da Feminilidade

A nossa sociedade é dirigida por uma matriz (baseada no patriarcado) que não age nem cede nada de graça nem com amabilidade – a sua causa é a competição, o lucro e não a simpatia – e por isso, enquanto não se criar uma matriz político-social justa a luta torna-se num imperativo, valendo a pena lutar por boas causas.

As mulheres lutam pela igualdade de género na vida social e têm alcançado, a nível de funções, alguns postos relevantes, mas tudo isso à custa de grande luta e empenho, dado a sociedade estatal se orientar pela funcionalidade das pessoas e não pela sua dignidade e relacionamento. Já conquistaram muito, especialmente ao nível das leis, mas a sociedade em geral e as instituições encontram-se atrasadas não só em relação às leis, mas sobretudo em relação a uma ética de humanidade não praticada.

Continua também a haver abusos e violências, como mutilação genital, definição da feminilidade em serviço de funções sociais, etc.

A agressão vem de uma masculinidade exagerada versus feminilidade. O caminho certo seria o reconhecimento da complementaridade equitativa nos princípios da feminilidade e da masculinidade sendo para isso necessária uma transformação dos princípios orientadores da nossa sociedade; para se ter uma equidade social justa seria necessário valorizar a feminilidade e a masculinidade em termos de igualdade e de funções sociais de maneira a poder alcançar-se-ia um equilíbrio adequado na sociedade; condição para isso seria trabalhar-se no sentido de um equilíbrio de funções mas sobretudo na criação e institucionalização de nova matriz social.

A luta contra a matriz social masculina é inteiramente justificada porque não existe uma matriz de pensamento intelectual e social onde a masculinidade e a feminilidade se integrem e atuem de forma inclusiva e integral! O modelo (matriz integradora da feminilidade e da masculinidade não condicionada apenas ao aspecto da funcionalidade) poderia dar-se à imagem dos hemisférios cerebrais (no seu agir complementar integrado o lado esquerdo acentua o pensamento lógico e o direito o criativo e emocional) sem que para isso se destruam os alicerces da natureza, resolveria pela raiz os maiores problemas da sociedade no sentido das bem-aventuranças.

Na Alemanha há uma diferença salarial de 18% em muitas áreas, em desvantagem para as mulheres.

Na consequência, o Estado não trata a feminilidade na sociedade da mesma forma que trata a masculinidade de caracter meramente funcional produtivo e técnico. O Estado e com ele os regimes políticos procuram impor à sociedade a matriz masculina porque a sua orgânica é toda ela baseada na masculinidade exacerbada. Áreas onde é necessária mais humanidade, como cuidados, são mal remuneradas e, portanto, muitas vezes deixadas para mulheres estrangeiras ou pessoas de condição social estanque.

A matriz actual prejudica o homem e a mulher porque ao não contemplar a feminilidade e a masculinidade como factor dos dois e da sociedade impede o desenvolvimento humano integral e fomenta uma sociedade de concorrência injusta.

Urge a criação de uma matriz social que possibilite o viver amorosamente uns com os outros. Uma matriz social equilibrada de feminilidade e masculinidade, com o amor e a empatia como meta, teria então espaço para pessoas que esperam e acreditam. Nada surge do nada e se continuarmos a contar apenas com a matriz masculina continuaremos a precisar de lutas mais sustentáveis.

Falta vontade para uma solução socialmente existencial continuando a seguir os ditames extremos da natureza, que tem como ditame recompensar os mais fortes e assim perpetuar a luta. Esta lógica aplicada na política e na sociedade vai contra a razão e contra a criação de uma cultura de paz.

Trata-se de passar da estrutura social de caracter mecanicista para uma estrutura orgânica humana.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

O CHANCELER ALEMÃO DISSE NÃO À ENTREGA DE MÍSSEIS DE CRUZEIRO TAURUS À UCRÂNIA

Então o Instituto de Pesquisa de opinião YouGov fez investigação na população sobre sua posição quanto à participação ou não da Alemanha no fornecimento de mísseis com alcance de 500 km à Ucrânia.

Os resultados da pesquisa foram:

28% de apoio ao fornecimento

58% contra

31% opõem-se fundamentalmente a qualquer apoio à Ucrânia com armas alemãs

14% não fornecem nenhuma informação.

E 72% dos participantes da pesquisa apoiam a posição do chanceler no seu não ao fornecimento de mísseis Taurus.

A pesquisa foi realizada entre o 1 e o 5 de março.

A nível de eleitores dos partidos da coligação governamental encontra-se potencial para  discórdias internas:

Assim, entre os eleitores do partido Verdes, 48% são a favor e 36% são contra

No FDP, 34% a favor e 53 contra.

O SPD é fundamentalmente contra.

Quanto ao partido da oposição CDU/CSU

União (CDU/CSU), 38% são a favor e 49% votaram contra

Depois dos EUA, a Alemanha é o maior fornecedor de armas à Ucrânia cifrando-se em 28 mil milhões de euros em armamentos provenientes da Alemanha entregues desde 24 de fevereiro de 2022 à Ucrânia.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

CENÁRIO DE FUNDO

Nunca pensamos no que está por trás das imagens e notícias que nos são apresentadas e se reflectimos é para as ordenarmos em trilhos conhecidos. Porém no que está por trás das imagens e dos noticiários (cenários) é que se encontra a verdade e a porta para um caminho mais natural, mais iluminado: um caminho arriscado, mas em que se anda com os próprios pés!…
António CD Justo
in Pensador ou FB

Por que existem Guerras se 98% da Humanidade é contra elas?

MANOBRAS DA NATO

A 27 de Janeiro a NATO iniciou a operação “Steadfast Defender” que envolve 90.000 soldados durante seis meses. As manobras são feitas nas barbas da Rússia para que ela não se esqueça com quem está metida!… Cada parte procura treinar e mostrar os seus músculos à velha maneira imperialista!

A Bundeswehr está a participar com 12.000 soldados (1) e Portugal participa com 37 soldados.

Em 2023 a Nato tinha realizado a operação “Air Defender” com 250 aeronaves e cerca de 10.000 soldados de 25 países.

Estes exercícios e campanhas nos media procuram adestrar a capacidade de guerra e torna-la aceitável na população dentro de poucos anos. Na Alemanha Pistorius e Baerbock já anunciaram: “A Alemanha deve estar novamente preparada para a guerra”. De novo a Alemanha metida no assunto apesar de tudo e apesar do contrato 2+4.

Os objetivos de se preparar a consciência pública para a aceitação da guerra já estão em plena marcha, pelo que não há muitos obstáculos à sua aceleração.

Pesquisas internacionais mostram que 98% das pessoas não querem a guerra. Mas a guerra acompanha os povos através dos séculos.

O povo e o bem-estar do povo não são uma medida da preocupação direta dos governantes. O poder mantém as elites, independentemente dos sistemas, ao longo da História porque estas são o factor sustentável que dão consistência ao povo e os governantes sabem e abusam disso!

O pensamento imperial das superpotências é alimentado pela carência da grande maioria das pessoas na terra. O que vai valendo é que exigências individuais e o pensar democrático requerem um mínimo de prosperidade. A sociedade ocidental, de inspiração cristã, teria o dever de seguir o seu ideal de humanidade e paz!

António Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

(1) https://www.tagesschau.de/ausland/europa/nato-manoever-118.html

ESCUTAS: DISCURSO DO GOVERNO ALEMÃO E FORÇAS ARMADAS EM CONTRADIÇÃO

Chanceler Scholz e Ministro da Defesa Pistorius em Apuros procuram desviar a Bola para Canto

A emissora estatal russa RT publicou os 38 minutos de teleconferência escutada entre dois generais e dois oficiais de alta patente alemães (entre eles o chefe da força aérea alemã).

Na teleconferência discorria-se sobre como seria uma operação com os misseis de longo alcance Taurus a ceder à Ucrânia, (com um alcance de 500 quilómetros podendo atingir Moscovo) de como os sistemas aliados poderiam ser usados e como poderia ser feita a explosão de uma ponte (certamente a ponte que liga a Crimeia ao continente).

Os russos espionaram e tornaram público o assunto (1.03.2024) e o governo federal confirmou o teor da teleconferência. O caso é sinistro a nível interior e exterior.

Por um lado, temos um chanceler sempre a repetir à população alemã que a Alemanha não enviará mísseis Taurus para a Ucrânia para não envolver a Alemanha na guerra com a Rússia e por outro lado, a nível de planeamento interno, generais alemães preparam-se para intervir na Crimeia. Com a tática de sucessivas mentiras do governo, o público além de estar a ser enganado está a ser preparado para apoiar a favor de uma guerra da Europa contra a Rússia e vice-versa e assim termos na Europa a terceira guerra mundial.

O Chanceler já no passado dizia que a Alemanha não entregaria nenhum tanque à Ucrânia e hoje é o maior fornecedor de tanques!

Muito grave para a democracia e para a imagem do governo alemão foi a censura exercida pela Alemanha à informação sobre a escuta. Além de a atrasar nos meios de comunicação censurou-a. O Twitter social foi bloqueado pela Bundeswehr na Alemanha, segundo informação do Bild Zeitung.

A Rússia exigiu esclarecimentos à Alemanha.

Já é sabido que na Ucrânia, há soldados da NATO a trabalhar como mercenários, civis, etc. mas esta conversa deixa espaço para mais especulação. Na Rússia, o ex-presidente disse que os alemães se tornariam arqui-inimigos e não deixou de fazer uma referência aos alemães na Ucrânia na segunda guerra mundial, relembrando a expressão: “Morte aos ocupantes fascistas alemães”.

Tudo águas nos moinhos de Putin, tudo pontos adicionais para a eleição de Putin, tudo descrédito de uma política ocidental hipócrita! A guerra encontra-se em marcha forçada e a dança do ovo, como dizem os alemães, continuará!

Num país dividido, mas socialmente já quase preparado para a guerra, o Ministro da Defesa e o Chanceler não podem continuar a permanecer nebulosos; os generais vieram obrigar a falar texto claro.

De facto, “oito países da Otan, incluindo Holanda, Espanha e Roménia, além da Alemanha, já compraram em janeiro 1.000 mísseis Scalps franco-britânicos, baterias de mísseis Nasams noruegueses e mísseis antiaéreos Patriot, fabricados nos Estados Unidos” (2). O ministro da defesa Pistorius alega que se trata de uma guerra de informação, o que é natural, mas cala a divisão que se dá dentro do próprio país e entre suas instituições, atendendo à pressão dos militaristas, à hesitação do Chanceler Scholz e à pressão da imprensa sobre o público!

Quanto às escutas da videoconferência, a reacção por parte dos políticos do governo e da oposição, bem como da imprensa, centram o problema não nos planos de guerra vindos à luz, mas apenas no constrangimento causado por serem publicadas e como se deve evitar a questão das escutas. Equaciona-se o problema mais como uma desestabilização da opinião popular através de informações! Ao mesmo tempo legitima-se o uso político de “língua dupla” em vez de publicamente se fomentarem notícias que exigiriam um tratamento justo e imparcial do conflito. Trata-se, portanto, de reforçar a acção colectiva e de proteger uma política hipócrita que não deve penetrar no público. Naturalmente uma guerra híbrida favoreceria os interesses do adversário e é um facto que a comunidade civil alemã tem muita gente activa interessada numa informação objectiva mas que exigiria da política uma outra atitude em relação a guerras e envolvimento do povo nelas.

No que diz respeito ao problema real e jurídico, o Serviço Científico alemão publicou há dois anos um estudo onde a questão era se a entrega de armas significaria a entrada na guerra. O resultado do estudo foi: a entrega de armas ainda não, mas com o treinamento e aconselhamento sairíamos da área da “não participação garantida”.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=pistorius#fpstate=ive&vld=cid:9a5c6113,vid:uydDcmjzxMg,st:0

Informação também em:  https://uol.com.pt/discussao-alema-sobre-ataques-a-russia

(2) https://www.rfi.fr/br/europa/20240303-espionagem-alemanha-acusa-putin-de-tentativa-de-desestabiliza%C3%A7%C3%A3o-e-guerra-de-informa%C3%A7%C3%B5es